O Culto submerso pelo ego
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O Culto submerso pelo ego

É comum ouvirmos feedbacks de nossas reuniões do tipo “hoje não gostei da palavra” ou “o momento de louvor não mexeu comigo”. Frases como essas, por vezes ditas ou pensadas até por nós, devem nos fazer repensar pontos importantes da nossa fé. P...

Maurício Alves, o Chytão
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É comum ouvirmos feedbacks de nossas reuniões do tipo “não gostei da palavra” ou “o louvor não foi legal”. Frases como essas, por vezes ditas ou pensadas até por nós, devem nos fazer repensar como enxergamos a comunidade. Porque nos reunimos como igreja? Para que servem as nossas reuniões?

A Igreja é mais que um punhado de pessoas que se reúnem semanalmente. Muito além de um lugar que tem música e um discurso que cita a Bíblia. Ela é o corpo de Cristo espalhado pelos 4 cantos. Serve para o crescimento dos pertencentes e levar a mensagem a todo perdido. A mensagem é Jesus. O poder para leva-la é o Espírito Santo derramado sem medidas. É formada por todos os filhos de Deus, os que foram salvos através da aceitação do sacrifício de Jesus e que vivem conforme o Seu Senhorio e propósito, buscando uma vida de santidade na vida em comunidade.

O culto é a reunião da Igreja. O dia marcado para que a comunidade compartilhe vida. Para experimentar transformação e serem direcionados em como servir e onde agir na sociedade. Ali é a reunião do corpo, mas não onde o corpo acontece.

A igreja acontece no dia a dia. Nos encontros pequenos, de compartilhamento leitura e estudos. Na confissão de pecados, nos aconselhamentos nas conversas de whatsapp, conversa por vídeo chamada, na mensagem de encorajamento. Nas orações nas casas e cultos domésticos. Uma igreja saudável é formada por famílias saudáveis. E famílias saudáveis são aquelas que recebem e são suporte na comunidade. Nas visitas, jantares, cafés. No culto acontece muito disso tudo, mas não é essa sua finalidade.

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Perdemos o foco quando preparamos o culto para nós. Quando o intuito é atrair mais pessoas. Acabamos por tornar o culto uma relação de consumo. Quando nossa preocupação ao servir seja pregando, tocando, recepcionando pessoas, cuidando as estruturas em geral, é tornar o ambiente “agradável”. Assim, falamos o que as pessoas gostam de ouvir, cantamos músicas que vão agradar e que a letra diga o que queremos. É a síndrome da luz apagada, cada vez mais escuras e exclusivistas, nossas reuniões são uma carícia ao ego. Vou a igreja para me sentir melhor, para receber algo. E é realmente lá que recebemos, mas não é esse o foco.

O foco é Jesus. Ele é o Senhor e cabeça da Igreja. Ele é o caminho ao Pai, o Deus que adoramos. Nossas músicas são para Ele. Nosso convívio para torna-lo palpável. A palavra pregada é sobre o poder que há em Seu nome, que só Ele salva e cura. Menos o que achamos e o que queremos, mais do Seu querer e da Sua vontade. Assim seremos cheios, transformados e as pessoas alcançadas e tocadas. A vontade de Deus será feita em nós e estaremos prontos para a missão. Resta saber a quem queremos cultuar: a Deus ou a nós mesmos?