Segurança Pública
Em qualquer teatro de combate, as áreas ocupadas por forças inimigas sempre vão encontrar tanto resistência como também “simpatizantes”, isso ocorreu em praticamente todas as guerras que já transcorreram na história da humanidade, em caráter de exemplo é possível buscar os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial já que são comuns e de fácil acesso acadêmico, nesse cenário encontra-se na tomada da França pelos Nazistas, o governo de Vichy que atuou junto com seu agressor para impedir a resistência francesa, também existe o exemplo em um caráter mais “baixo” que não envolve todo um governo fantoche, que foram as “polícias de guetos” que eram compostas por judeus que recebiam ordens do inimigo nazista para vigiar seus semelhantes e ajudar a envia-los aos campos de concentração, ou seja mesmo um dos povos que mais sofreu com o regime nazista, tinha simpatizantes. | ||
Desta forma, não é estranho de se imaginar que em áreas de combate urbano com desigualdade social, econômica e mesmo educacional, não fosse existir simpatizantes, e isso é o que acontece no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, em áreas que são “tomadas” pelo tráfico encontram-se simpatizantes, tanto em áreas em que exista o tráfico (com ou sem a presença de uma UPP) ou em áreas onde exista a milícia, que hoje não se distingui muito do tráfico, estes “simpatizantes” podem fazer isso de diversas formas e por várias razões mesmo por questões de sobrevivência. | ||
Havendo os simpatizantes dos ditos “crias” criminosos locais nascidos e criados na localidade que de alguma forma se juntaram a um grupo criminoso mas que não fazem nenhum tipo de "maldade" para a sociedade aonde moram ou foram criados, não extorquindo, mas ainda sim vendendo drogas ou levando produtos roubados para serem comercializados ou não na localidade, estes simpatizantes podem viver em uma situação de “Estocolmo Social” na qual tratam os criminosos da área como menos perigosos e até “protetores” já que em muitas áreas onde esses grupos (que podem ser considerados terroristas) atuam os serviços públicos não atuam ou atuam de forma limitada, por exemplo, uma equipe que faz uma manutenção em uma tubulação da área e é forçada a fazer “vista grossa” ao roubo da água, já que se eles retirarem o cano que realiza o desvio, basta a este “morador” ir reclamar com os criminosos (que por muitas vezes também são chamados de “meninos”) para que eles façam algum mal a equipe, ou se a equipe denunciar e pedir apoio policial, quando ocorrer uma outra manutenção em alguma área próxima também poderão ser vítimas de represálias, garantindo assim recursos valiosos para os moradores que simpatizam com esses indivíduos. | ||
Existe também, os que “simpatizam” por sobrevivência estes não necessariamente gostam dos criminosos mas não podem denunciar para não sofrer algum tipo de punição, já que mesmo sem saber quem foi, não raro os criminosos “cismam” com um morador da localidade e usam este de exemplo, para mostrar o que acontece com quem denunciar suas ações criminosas, criando um silencio total na área. | ||
Também, existe os simpatizantes diretos, aqueles que independentemente do que aconteça escolheram um lado, estes podem ser em grupos ou sozinhos (como uma mãe que protege seu filho mesmo observando este com um fuzil e sabendo que já matou alguém ou esposas de criminosos que se enquadram no mesmo cenário) estes simpatizantes procuram justificativas para explicar a ação dos criminosos, justificando seus atos por falta de educação, emprego entre outros, por vezes como ocorrido na Rocinha em 2017, quando policias militares da UPP fizeram uma “armadilha” para filmar criminosos, escrevendo “UPP” no chão com açúcar, uma moradora (simpatizante) diz “pode cortar a cabeça fora de quem fez essa palhaçada!”. | ||
Esse tipo de ação por parte desses simpatizantes é crucial para o fortalecimento desses criminosos, esses simpatizantes não são apenas ligados ao tráfico de drogas, mas também com a milícia já que no dia da operação que resultou na morte de um miliciano que era um dos chefes da maior milícia do Estado, ocorreram protestos, estes simpatizantes concordam com a atuação criminosa e podem mesmo ir contra a polícia, defendendo os criminosos se for necessário e dando a estes um “valor social” cada qual de sua foram com o tráfico na forma de “benéficos” nas contas de água, luz ou na moradia, etc., com a milica através da “ordem púbica” que por uma “taxa” estes fazem a segurança da localidade, que por muitas vezes realmente é eficaz. | ||
Existindo ainda mais dois tipos de “simpatizantes” que são os simpatizantes políticos e acadêmicos, os políticos são membros atuantes da política local ou mesmo federal, que protocolam leis que dificultam a ação policial ou que travam guerras jurídicas que atrasam ou mesmo impedem a atuação policial contra o tráfico, como ocorreu no ano de 2021 com a proibição da atuação da polícia civil e militar em comunidades, no entanto, este fato não é isolado já que Leonel Brizola já tinha feito algo semelhante antes, estes agentes “simpatizantes” tendem a ser os mais perigosos, já que dão valor social e jurídico aos criminosos, dão voz política e uma representatividade legal (chegando ao ponto de conseguirem contato direto com o STF através de “reinvindicações sociais”), atuando de forma a fazer pressão política contra a ideia de segurança pública, como é por exemplo uma das frases de ordem destes movimentos “Fim da Polícia Militar”, produzindo um cenário que mesmo sem uma real adesão social que é o caso do fim para Polícia Militar, acaba criando um “desconforto social” já que proporciona a base para os outros simpatizantes atuarem, uma vez que estes agentes simpatizantes políticos dão (mesmo que de forma falha) a argumentação necessária para alguns grupos “reivindicarem” para si causas que não se sustentam e que por vezes atuam de forma a dar peso social a criminosos, como já aconteceu na história com Bonnie e Clyde nos EUA, que com sua morte arrastou várias pessoas para seus funerais, mesmo estes matando vários civis e policiais. | ||
E tudo isso só foi possível graças a um outro tipo de simpatizantes que são os “simpatizantes acadêmicos”, estes atuam produzindo opiniões acadêmicas com trabalhos e artigos na área em prol de criminosos, com o relativismo moral, e a transferência sistemática da culpa dos atos criminosos para terceiros como por exemplo, transferindo a culpa do criminoso para a sociedade, para os meios financeiros e sociais, para os meios educacionais e até para o meio familiar, estes simpatizantes podem atuar de forma “acadêmica” também através das mídias, com o “cuidado no tratar” dos criminosos, por vezes chamando estes de “suspeitos” (mesmo que estes estejam em flagrante delito) ou com títulos de matérias colocando “tiroteio com a polícia mata quatro”, como foi previamente produzido no imaginário popular a ideia de que a polícia mata indiscriminadamente, um título como este produz a sensação comum ao senso popular que a polícia matou inocentes, só no corpo da matéria que se encontra que os “quatro mortos” eram “suspeitos armados” (foco na palavra “armados” já que no Brasil portar arma de fogo é crime se não tiver a devida documentação legal, sendo flagrante delito, previsto no Estatuto do Desarmamento), assim perpetuando mais um tipo de simpatizantes, que são extremante ativos e dão pleno suporte aos simpatizantes políticos, já que não raro o trabalho de um serve de base para a atuação do outro. | ||
E a ação de ambos cria um sub grupo de simpatizantes, que são os simpatizantes indiretos ou simpatizantes que atuam “socialmente” (fazendo alusão ao conceito social de -beber socialmente-), aquele que devido a influência dos outros simpatizantes, desenvolvem suas opiniões políticas e sociais sobre estes temas de forma rasa, que mesmo sem saber corretamente podem atuar em prol dos outros agentes, dando “corpo físico” (através por exemplo de protestos), as reinvindicações destes, normalmente são pessoas alienadas da realidade social e combativa do tráfico do Estado, com soluções infundadas para o tema o que Karl Marx chama de socialismo utópico, já que reconhecem os problemas mas não apresentam soluções, ou quando apresentam são soluções irreais. | ||
Assim quase todos os lados têm seus pontos de interesse (menos aqueles que o fazem por sobrevivência) tendo em comum um ponto, a procura egoísta por algo, mesmo que para tal seja necessário confraternizar de boa vontade com criminosos, para ter seus anseios atendidos, produzindo assim um reduto social para a atuação criminosa. | ||
By Leonardo Barbosa Siqueira on August 24, 2021. | ||