Se mantenha em constante lapidação
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Se mantenha em constante lapidação

Me lembro como se fosse ontem do dia em que comecei a dançar – se é que posso chamar aquilo que fiz de dança.

Stephanie
3 min
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Me lembro como se fosse ontem do dia em que comecei a dançar – se é que posso chamar aquilo que fiz de dança.

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Pela correria da vida, acabei tendo que parar com as aulas, mas foi um momento desafiador (e muito prazeroso).

Ainda durante a primeira aula, eu me senti incapaz, me comparei com as outras alunas (que já faziam aula há bons anos) e, inevitavelmente, pensei: "puts, nem com muito treino eu vou conseguir dançar bem. Sou toda travada e não tenho nenhuma coordenação motora".

“Acho que isso não é pra mim” pensei, na primeira aula.

Quis desistir. Na primeira aula.

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Resquícios de uma personalidade perfeccionista, impaciente e competitiva. Não é fácil.

Depois da aula, lembrei a razão pela qual eu evito a todo custo me colocar na posição de iniciante. Essa é a razão, inclusive, pela qual me mantive a maior parte da vida longe de esportes, academia e alimentação saudável.

Eu odeio não ser naturalmente boa nas áreas que tenho interesse em começar.

Doideira, né? Mas você me entende?

Eu tenho um anseio quase que incontrolável em me tornar expert em tudo o que eu gosto e quero fazer. Foi assim com a dança, com o vôlei, com o muay thai.

Infelizmente, para pessoas como eu, o mundo é uma caixa de surpresas desagradáveis. A maior lição que a vida tem para nos dar é de que excelência leva tempo. Muito tempo. Poucas pessoas entendem realmente isso.

Eu gostaria que fosse mais fácil, que a professora pudesse me dizer exatamente em quanto tempo eu ficaria boa e, se ela pudesse me entregar alguns atalhos, seria melhor ainda.

Que hipocrisia, né? Vivo aqui enchendo a cabeça de vocês sobre a importância do longo prazo, sobre não buscar caminhos curtos e sobre como a construção de uma VIDA (sim, em maiúsculo mesmo) saudável requer tempo.

Minha inclinação natural é essa: querer o que é menos trabalhoso. A sua também é. Nosso cérebro busca conforto.

Meu eu sem constante lapidação é desorganizado, preguiçoso, procrastinador e indisciplinado. 

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Digo para vocês lutarem contra essas inclinações naturais porque é o que faço todos os dias da minha vida. Se você está começando algo (dieta, treino, estudos, entre outros), o segredo é esse: se mantenha em constante lapidação.

Permanecer em seu melhor estado é um processo ativo. Se você parar, retrocede. 

Isso é belo e, em certos momentos, um pouco desanimador. Seria ótimo não precisar continuar se esforçando depois de atingir o objetivo, não é? Às vezes me pego flertando com esse pensamento... Mas aí caio em mim e me dou conta de que, para quem aprendeu a fazer o negócio bem feito, continuar fazendo não só não é um sacrifício, como passa a ser a inclinação natural.

O que quero dizer com isso? Explico melhor: depois que você aprende a se esforçar da maneira correta, você passa a pegar gosto pela coisa. Você passa a gostar mais do processo, a apreciar o esforço. Você passa a recompensar seu cérebro pelo trabalho empreendido.

Dessa forma, quando você finalmente chega ao seu objetivo, você não QUER parar. Você quer continuar. Você quer melhorar cada vez mais.

É assim com objetivo estético, é assim com dinheiro. Quem aprendeu a viver saudável não quer parar depois de perder os kg que sonhava. Quem aprendeu a ganhar dinheiro não para porque enriqueceu.

O caminho traz consigo a disciplina. E, uma vez disciplinado, não há como voltar atrás. Não há vontade de parar. Não há nada que possa lhe parar, na verdade.

Uma vez disciplinado, manter-se em constante lapidação passa a ser a inclinação natural.

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