Uma Carta Presente
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Uma Carta Presente

Caro Gurtner, essa carta tem um caráter mais público e menos íntimo do que poderia apresentar, (tendo em vista os laços de amizade que criamos e nutrimos nesse último ano) porque ao mesmo tempo em que a encaminho a você, a publico no meu blog...

Gisele Lance
3 min
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Caro C.R. Gurtner, essa carta tem um caráter mais público e menos íntimo do que poderia apresentar, (tendo em vista os laços de amizade que criamos e nutrimos nesse último ano) porque ao mesmo tempo em que a encaminho a você, a publico no meu blog de escrita.

Bem sei que você concorda comigo, que um texto no estilo epistolar tem um charme todo especial e nostálgico, e que até as formalidades tão características tipo de escrita, lhe acrescentam beleza.

Pois bem, aqui está uma tentativa de retribuir com beleza, tanta beleza que você acrescentou à minha vida.

A palavra “presente”, deriva de um termo em latim “praesentia”, e tem a ver com algo, alguma coisa que está perto, ao alcance de alguém. É literalmente algo que está na sua frente.

Nesse último ano, o Escriba Cafe esteve perto de mim, ao alcance dos meus sentidos, audição obviamente, visão através da imaginação, e muitas vezes, quase sentindo o cheiro ou o sabor do evento narrado.

“Presente” é também, o espaço de tempo que se localiza entre o passado e o futuro. O momento atual.

Acho que já te contei isso, mas talvez, não dessa forma...

Vivi boa parte da vida, ou despendendo meu presente, deixando o tempo escorrer, vazar pelas mãos, enquanto vislumbrava o futuro, o período que enfim, viveria feliz ou então, revivendo acontecimentos do passado, momentos que, segundo os filtros enganosos da memória eu era feliz. Passei muito tempo evadindo, muito tempo irresponsavelmente gastando tempo.

Esse instante é tudo que tenho agora, isso faz dele inédito, raro e importante.

Ainda assim, como é difícil viver o presente em sua plenitude. Como é difícil estar presente. Quantas coisas nos distraem. Coisas de fora, tecnologia, redes sociais, a vida alheia; coisas de dentro, a preocupação com o boleto a ser pago, com projeto a ser entregue, com o amor não correspondido...

Mas nesse último ano, o Escriba Cafe, ironicamente um podcast de história, me conectou com o momento presente, uma imersão onde os sentidos estão todos atentos, focados na viagem.

Estive no Norte da França, Toscana, Estados Unidos, Roma, Inglaterra, Brasil, Alemanha, Nova Escócia, Sarajevo, Paris, Itália, Rússia, Pompéia, Stratford-upon Avon, Londres, e tantos outros lugares, nos mais diferentes períodos da história...

Uma outra definição de presente é: dádiva, algo oferecido a outro como sinal de apreciação.

Essa história acho que nunca te contei; uma vez passei semanas e semanas envolvida na elaboração de um presente para uma amiga. Investi muito amor, dedicação e energia no projeto, eu não sabia na época, mas o gesto seria tão impactante para ela que mudaria para sempre a nossa amizade, a elevaria para um patamar onde ainda não inventaram um nome. Fico mais confortável em presentear do que em ser presenteada...

Mas nesse último ano, fui generosamente presenteada.

O Escriba Cafe agraciou-me com informações da mais alta qualidade, com escrutínios importantes, com o prazer de ouvir o timbre e todas as nuances da voz de Christian Gurtner, seja no podcast, seja em nossas conversas diárias.

É por isso que, preciso registrar em palavras os meus mais sinceros agradecimentos.

É também preciso que essas palavras sejam públicas, porque se é da ‘abundância do coração, que a caneta escreve’, no meu, há abundância de orgulho de você, do homem brilhante que é; há abundância de felicidade por sua generosidade lhe permitir compartilhar seu trabalho, sua arte conosco.

E essa é uma carta aberta, porque todos precisam saber disso.

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Vida longa ao Christian, vida longa ao Escriba Cafe!

Gisele Lance, 30 de maio de 2022.