Brasil, um país de justiça sem vergonha
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Brasil, um país de justiça sem vergonha

No dia 3 de setembro de 2006, um acidente chocou o Rio de Janeiro e o Brasil. Cinco jovens voltavam da casa noturna Sky Lounge que ficava na Lagoa, quando Honda Civic o conduzido por Ivan Rocha Guida que estava alcoolizado, subiu no canteiro ...

Pedro Rondon
3 min
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Foto divulgação edutransito
Foto divulgação edutransito

No dia 3 de setembro de 2006, um acidente chocou o Rio de Janeiro e o Brasil. Cinco jovens voltavam da casa noturna Sky Lounge que ficava na Lagoa, quando Honda Civic o conduzido por Ivan Rocha Guida que estava alcoolizado, subiu no canteiro central da Avenida Borges de Medeiros, na pista sentido Rebouças, altura do Clube de Regatas Vasco da Gama, capotou várias vezes por um trecho de 50m e bateu em uma árvore. Todos os ocupantes do carro morreram no acidente, são eles: Ivan Rocha Guida, de 18 anos; Manoela de Billy Rocha, de 16; Ana Clara Rocha Padilha, de 17; Felipe Tavares de Azevedo, de 22; e Manoela Kuo Chamis, de 17.

O caso estremeceu a cidade e comoveu a sociedade, não só pela idade das vítimas, mas também por Ana Clara, Manoela e Manoela estudarem no mesmo colégio, o CEL que é uma das escolas mais tradicionais do Rio de Janeiro. O acidente gerou várias reportagens e discussões não só sobre o acidente, mas de um grave problema...as mortes no trânsito relacionada ao Álcool, principalmente entre os jovens. Inclusive foi por causa desse acidente que a Lei Seca foi criado no Rio de Janeiro. 

Dois anos antes, em 2004, a banda de Rock Detonautas fez um videoclipe com imagens reais de resgate de vítimas de acidentes nas madrugadas do Rio - enquanto a música "O dia que não terminou" conta a história de uma pessoa presa às ferragens logo depois de uma batida . A música alerta justamente os perigos da direção perigosa e suas consequências e passa uma emocionante mensagem no final com fotos de vítimas de acidentes de trânsito.

Um levantamento feito pelo Denatran alguns anos antes, mostrou que quase 6 mil jovens, entre 13 e 29 anos, morrem por ano no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito. São 500 mortes por mês. No estado do Rio de Janeiro, na época, os bombeiros informam que,  o número de jovens vítimas de acidentes tinha aumentado 7% ao ano.

“Um povo que não conhece sua História está fadado a repeti-la.” (Edmund Burke) - Essa frase traduz bem o Brasil. Por quê nada é feito? Quase vinte anos depois de tudo mencionado no texto acima, nada mudou. O Brasil continua sendo um dos país com mais mortes no trânsito no mundo. Sendo que aproximadamente 40% dessas mortes está relacionada com motoristas alcoolizados que assassinam pessoas todos anos.

Um problema que se arrasta por década no Brasil e o Estado e as autoridades públicas pouco fazem para mudar essa triste realidade. Famílias são despedaças todos os anos e nada muda no nosso país. Esses mesmos familiares transformaram o luto e luta e criaram ONGS que visam alerta a importância da segurança no trânsito e também criaram projetos com leis mais rígidas para motoristas que bebem e matam, infelizmente esses esforços são ignorados ou não recebem o apoio devido dos políticos e do governo. 

Não acho que esse texto vá ter um conclusão, mas fica a pergunta...até quando? Até quando vamos ver tanta impunidade para quem bebe dirige e MATA. Ou quando veremos leis mais rígidas no trânsito que realmente sejam efetivas para todos esses problemas que temos no trânsito brasileiro. Quando políticos e a sociedade vão finalmente entender a gravidade desse assunto. Espero que seja em breve, caso não...a nossa realidade nunca vai mudar e a história sempre vai ser repetir e iremos ver vidas sendo ceifadas todos os anos já que a palavra ACIDENTE deveria ser retirada no nosso dicionário já que todo acidente poderia ter sido evitado.