Nas várias conversas e vivências dentro do universo da adoção, já vi alguns extremos na criação dos filhos.
Nas várias conversas e vivências dentro do universo da adoção, já vi alguns extremos na criação dos filhos. |
Já vi indulgência em excesso, devido à origem difícil e à história complicada que a criança traz consigo, ao mesmo tempo que também já presenciei a adoção levar a "culpa" por comportamentos indevidos que não guardam qualquer relação com a origem biológica. |
É preciso saber separar as coisas. |
Não podemos generalizar nem para um lado, nem para o outro. |
Ao mesmo tempo que é impossível reduzir tudo a "filho é filho", temos que ter sensibilidade para entender que nem todo comportamento negativo veio no pacotinho da adoção. Existem filhos biológicos (aos montes!) com atitudes exatamente iguais. |
A tarefa é árdua. Muito mais complexa do que parece. |
É preciso uma sensibilidade desejada e trabalhada. É preciso querer muito enxergar nas entrelinhas. |
Não existe um manual. Nem uma regra geral a ser seguida. Existe construção individual. |
Alguns pontos, no entanto, não mudam: crianças e adolescentes, por mais que queiram (e mereçam) carinho, também querem, precisam e merecem limites. O "não" é tão necessário quanto o colo. |
O respeito à história não é sinônimo de colocá-la no centro da mesa e deixá-la exposta todos os dias. Ela, por mais dolorosa que seja, não pode ser o centro da vida daquela criança, sob pena de impedir que ela se apodere do novo status e se desenvolva. |
E aí tudo isso pode parecer complicado demais. Difícil demais. Desanimador, eu diria. |
É... fácil não é mesmo. E nesse ponto a paternidade/maternidade biológica e por adoção se encontram e se confundem, porque se tem uma afirmação que vale sem sombra de dúvidas para ambas é aquele bom e velho ditado segundo o qual, se materna/paternar está simples, é porque você está fazendo algo de errado. |