Dia desses vi em um perfil de Instagram uma polêmica envolvendo a forma de nos referirmos à mulher que deu à luz um filho que posteriormente veio a ser encaminhado para adoção.
Dia desses vi em um perfil de Instagram uma polêmica envolvendo a forma de nos referirmos à mulher que deu à luz um filho que posteriormente veio a ser encaminhado para adoção. |
Ficou difícil entender? Pois vou "desenhar". Evitei usar os termos que normalmente utilizamos justamente porque essa era a polêmica. |
Estamos aqui falando da genitora, ou mãe biológica, ou até a famigerada "mãe de verdade" segundo alguns (isso aqui ainda vai render um textão!). |
Pois bem. Quem é essa mulher e como a gente deve se referir a ela, não só para os nossos filhos, mas também para as outras pessoas? |
Confesso que já fui a pessoa que julgou (e muito!) essa mulher. Poxa... eu querendo tanto um filho e "essa mulher" deixando o seu ser retirado ou mesmo o entregando ou abandonando. |
Enquanto julgava, eu olhava para mim, e não para ela. |
Foi no processo de habilitação que minha visão começou a mudar. Com a chegada do Dudu, me transformei. E quando fui chamada a falar dessa mulher em um encontro comemorativo pelo Dia Nacional da Adoção, quando me aprofundei um pouco mais no lugar ocupado por essa tal mulher, que compreendi o quanto eu estava olhando a situação pelo ângulo errado. |
Sim. Só conseguimos medir os outros pela nossa própria régua... era o que eu estava fazendo... |
...a não ser que façamos uso de uma coisinha nada simples chamada empatia. Aquela poçaozinha mágica que nos faz entrar no lugar do outro e ver o mundo pela sua ótica. |
Bingo. |
Essa mulher é uma pessoa que, por diversas razões, não conseguiu ser mãe, apesar de ter tido a possibilidade de gerar uma vida. |
Não nos cabe julgar. E menos ainda generalizar. |
As histórias são diferentes. Cada uma com suas peculiaridades. |
Nos cabe ir atrás de saber tudo o que for possível sobre a história dos nossos filhos. Pra quê? Pra sermos o mais verdadeiros com eles quanto for possível! |
Ok. Mas e como é que vamos chamar essa mulher quando nos referirmos a ela? |
Cada família vai encontrar a sua forma dentro da sua própria realidade. Não existe uma receita de bolo, um certo e um errado, desde que nos guiemos pela verdade. |
Lá em casa ela é a "moça que você nasceu da barriga dela, mas ela não conseguia cuidar de você como mãe". |
E, do fundo do meu coração, aprendi a ter por "essa mulher" o maior respeito e gratidão possíveis. |