UM TEMPO HOJE E UM TEMPO DE SAUDADE

Quando falta inspiração para escrever um novo texto

             Escrever um artigo para ser publicado no Blog e ainda compartilhar com amigos e desconhecidos é necessário ter uma inspiração ou comentar algum fato ou momento vivido. Confesso que apesar de ser um bom contador de historias, ultimamento nada vem a mente que justifique postar.  É estranho e, em simultânea. normal isto acontecer com as mentes mais brilhantes, imagine a minha, a mente de uma pessoa comum.

            Cheguei a conclusão que para escrever é preciso sentar à frente do comutador e deixar as idéias saírem e passar para a tela, mesmo que as mesma não representem nada e é isto que estou fazendo agora. No momento, na minha cidade, a temperatura subiu um pouco, mas tivemos um madrugada gelada e com isso os sintomas de um resfriado, o que também é normal neste período do ano. Pensado nisso, ontem fui à cidade e já renovei o estoque de analgésicos, antitérmicos e não sou uma pessoa hipocondríaca, mas moro num bairro rural onde não existe farmácias.

            Ontem, meu neto, que no inicio de 2021 foi diagnosticado com leucemia, teve a ano inteiro de intenso tratamento num hospital da cidade de Jaú, resolveu se mudar para esta cidade para dar sequência ao tratamento, Foi, com certeza, o ano mais difícil para ele e para a família, vê-lo lutando pela vida, submetendo a dezenas de transfusões e a drogas fortíssimas, que o debilitaram ao ponto dos 105 quilos iniciais se transformarem em 68 até que o corpo ficou pronto para receber o transplante de medula, unica opção de tratamento contra esta nefasta doença. Seu pai foi o doador e felizmente tudo correu bem e agora, totalmente recuperado, resolveu ficar mais próximo do hospital, pois o tratamento preventivo ainda vai durar no mínimo dois anos. Uma luta contra a morte que ele venceu.

               O que dizer dos demais membros da familia? O que era um sonho de dois jovens de ter uma família unida, hoje, passados mais de 50 anos, constatamos os filhos e netos espalhados por várias cidades e até no exterior e o tempo que dedicam a nós, fica restrito à algumas confraternizações ou as ligações via celular. Dá para reclamar? Não dá! É o mundo que vivemos hoje. Antigamente, tempo que parecia que não teríamos nada comparado ao hoje, tínhamos tudo. A comida era farta, o padeiro e o leiteiro deixavam pão e leite no portão das casas. Os açougues vendiam carnes embrulhadas  em jornal e ninguém morria por isso. Foi um tempo ótimo, onde a tecnologia era um telefone na casa de um ou outra pessoa que as vezes emprestava para um uso rápido.

           Tudo era diferente, mais simples. Havia mais amizades, os vizinhos se visitavam e as tardes era normal colocarem cadeiras nas calçadas para as conversas entre famílias. Hoje isso tudo acabou. Pessoas moram em apartamentos durante anos e nem sabem que mora ao seu lado, nos elevadores mal se cumprimentam e a vida segue, cada um no seu espaço, cercado de gente por todos os lados e cada vez mais sozinhos. Que fim esperar disso tudo? Como serão nossas crianças daqui a 20 anos? Só o tempo dirá.