Logo que a pandemia chegou o mundo ficou paralisado. Todo o mundo se perguntando como seria o dia seguinte, com preocupações de curto prazo. Isso naturalmente se espalhou sobre a rotina das pessoas e sobre os hábitos de consumo, com num olhar...
Logo que a pandemia chegou o mundo ficou paralisado. Todo o mundo se perguntando como seria o dia seguinte, com preocupações de curto prazo. Isso naturalmente se espalhou sobre a rotina das pessoas e sobre os hábitos de consumo, com num olhar quase que instantâneo apontado para o mundo digital. | ||
E de fato foi o que ocorreu. Tão logo as pessoas entenderam a necessidade de estarem isoladas, os consumidores adotaram de maneira mais intensa o comércio eletrônico, o que ampliou naturalmente a demanda orgânica. | ||
Com o comércio físico fechado, a maioria das marcas e empresas, que antes não estavam buscando de forma acelerada a digitalização se viram numa corrida contra o tempo para estarem online e buscarem atender parte de um público que já estava pronto para comprar online e não queria mais esperar qualquer reabertura para obter aquele item desejado. | ||
Nesse cenário quem saiu na frente foram as marcas nativas digitais, também conhecidas como DNVBs (do termo Digitally Native Vertical Brands ou marcas verticais nativas digitalmente, que refere-se às empresas que nasceram na internet e atuam sob a lógica da era digital). | ||
Essas marcas digitais, presentes em diversos setores da economia, como por exemplo a Sallve (produtos de beleza), Basico.com (vestuário), LivUp (alimentos), Zissou (colchões) e Livo (óculos) já estavam prontas para atender os clientes online e diferente das tradicionais nos mostraram o quão importante é se antecipar aos movimentos do mercado e buscar diferenciação no modelo de negócio, evitando ao máximo se expor à situações de mercado que possam impedir sua atuação. | ||
E por estarem nessa vanguarda, ao longo do último ano podemos presenciar alguns movimentos de grandes grupos adquirindo marcas digitais como parte de sua estratégia de expansão e digitalização, como foi o caso da compra da marca ByNV pelo Grupo Soma (B3:SOMA3) ou mesmo da marca LAUF pelo mesmo grupo mais recentemente. | ||
Isso mostra como as empresas e seus conselhos estão ampliando sua visão de posicionamento estratégico e tomando decisões olhando mais profundamente para operações de inovação mais orientadas à transformação digital, de modo a unir expertises e conhecimentos de dois mundos, antes distintos, mas agora hiperconectados. | ||
De modo geral, no enfrentamento dessa crise atual, acredito que todas as indústrias seriam sensatas ao refletir sobre como chegaram até aqui e o que precisa ser feito para realmente mudar e evoluir. E o olhar para o digital é fundamental para darem o próximo grande passo. | ||
Já do lado das marcas nativas digitais, tanto as que já existem quanto as que serão criadas é imprescindível que tenham uma proposta de valor e uma experiência para os clientes melhores que as marcas tradicionais, com o claro objetivo de mostrarem ao mercado quem apenas aproveita a oportunidade que o mundo digitalizado está oferecendo, e quem realmente está construindo plataformas com visão de longo prazo. | ||
As grandes empresas estão de olho. Ou pelo menos deveriam. | ||
Vinicius Andrade |