Um olhar mais aberto para as marcas nativas digitais (DNVBs)
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Um olhar mais aberto para as marcas nativas digitais (DNVBs)

Logo que a pandemia chegou o mundo ficou paralisado. Todo o mundo se perguntando como seria o dia seguinte, com preocupações de curto prazo. Isso naturalmente se espalhou sobre a rotina das pessoas e sobre os hábitos de consumo, com num olhar...

Vinicius Andrade
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Logo que a pandemia chegou o mundo ficou paralisado. Todo o mundo se perguntando como seria o dia seguinte, com preocupações de curto prazo. Isso naturalmente se espalhou sobre a rotina das pessoas e sobre os hábitos de consumo, com num olhar quase que instantâneo apontado para o mundo digital.

E de fato foi o que ocorreu. Tão logo as pessoas entenderam a necessidade de estarem isoladas, os consumidores adotaram de maneira mais intensa o comércio eletrônico, o que ampliou naturalmente a demanda orgânica. 

Com o comércio físico fechado, a maioria das marcas e empresas, que antes não estavam buscando de forma acelerada a digitalização se viram numa corrida contra o tempo para estarem online e buscarem atender parte de um público que já estava pronto para comprar online e não queria mais esperar qualquer reabertura para obter aquele item desejado.

Nesse cenário quem saiu na frente foram as marcas nativas digitais, também conhecidas como DNVBs (do termo Digitally Native Vertical Brands ou marcas verticais nativas digitalmente, que refere-se às empresas que nasceram na internet e atuam sob a lógica da era digital).

Essas marcas digitais, presentes em diversos setores da economia, como por exemplo a Sallve (produtos de beleza), Basico.com (vestuário), LivUp (alimentos), Zissou (colchões) e Livo (óculos) já estavam prontas para atender os clientes online e diferente das tradicionais nos mostraram o quão importante é se antecipar aos movimentos do mercado e buscar diferenciação no modelo de negócio, evitando ao máximo se expor à situações de mercado que possam impedir sua atuação.

E por estarem nessa vanguarda, ao longo do último ano podemos presenciar alguns movimentos de grandes grupos adquirindo marcas digitais como parte de sua estratégia de expansão e digitalização, como foi o caso da compra da marca ByNV pelo Grupo Soma (B3:SOMA3) ou mesmo da marca LAUF pelo mesmo grupo mais recentemente.

Isso mostra como as empresas e seus conselhos estão ampliando sua visão de posicionamento estratégico e tomando decisões olhando mais profundamente para operações de inovação mais orientadas à transformação digital, de modo a unir expertises e conhecimentos de dois mundos, antes distintos, mas agora hiperconectados.

De modo geral, no enfrentamento dessa crise atual, acredito que todas as indústrias seriam sensatas ao refletir sobre como chegaram até aqui e o que precisa ser feito para realmente mudar e evoluir. E o olhar para o digital é fundamental para darem o próximo grande passo. 

Já do lado das marcas nativas digitais, tanto as que já existem quanto as que serão criadas é imprescindível que tenham uma proposta de valor e uma experiência para os clientes melhores que as marcas tradicionais, com o claro objetivo de mostrarem ao mercado quem apenas aproveita a oportunidade que o mundo digitalizado está oferecendo, e quem realmente está construindo plataformas com visão de longo prazo. 

As grandes empresas estão de olho. Ou pelo menos deveriam.

Vinicius Andrade