Borderlands 3
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Borderlands 3

Borderlands 3 constrói uma narrativa épica onde o jogador terá que salvar o universo da destruição iminente, e não mais um planeta ou uma lua, porém essa destruição parece demasiadamente simples pensando em proposta apocalíptica.

WASD Critics
5 min
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Borderlands 3 constrói uma narrativa épica onde o jogador terá que salvar o universo da destruição iminente, e não mais um planeta ou uma lua, porém essa destruição parece demasiadamente simples pensando em proposta apocalíptica.

Sempre o grande ápice da história dos jogos de borderlands é a abertura de uma sepultura, aqui é rebaixado de importância para dar espaço ao novo mal, a grande sepultura onde está o maior mal já visto antes. A narrativa para a abertura dela é demais, casa-se muito bem com a proposta de algo grandioso, a chave para abri-la é divida em 3 outras sepulturas que precisam ser abertas e conquistadas, com isso o escopo do jogo é expandido a novos horizontes, há sempre uma mini-história para cada arca que precisa ser aberta, criando assim uma história gigantesca.

As mini-histórias carregam disputas interessantes como a corporação Atlas contra a Maliwan, e os Filhos da Arca contra a corporação Jacob’s, e é interessante que tanto Atlas e Jacob’s são corporações que estão ligadas às dlc’s do primeiro jogo.

A cada sepultura aberta o jogador recebe novas habilidades sobrenaturais de artefatos eridianos presentes nas arcas, isso proporciona um senso de progressão bom e difere dos clássicos níveis e reputação presente em todos os jogos da franquia.

Outro ponto positivo do jogo é o abandono daquele velho modelo de plot twist baseado na traição de uma das personagens, isso estava massante e previsível, até porque isso já aconteceu em todos os outros jogos da franquia. No borderlands 3, a aposta vai para um mistério ao redor dos vilões e o plot girando em torno dos segredos revelados, que, apesar de não ser inovador, dá novos ares para um modelo de enredo engessado comum aos jogos da franquia.

Os plot’s do jogo são bem desenvolvidos e emocionantes, como a Lilith perdendo os poderes, a Maya morrendo, a Tannis virando uma sereia, assim como a Ava tomando os poderes da Maya. O desfecho dos gêmeos é muito bom, o jogador descobrindo como eles sabiam das sepulturas e de quem eles eram filhos. 

Borderlands 3 se atualiza muito bem em relação às mecânicas, a primeira atualização presente que é muito boa é em relação às ultimate's que em cada personagem se tem 3, dando maior variabilidade de gameplay dentro do mesmo personagem, além dessa tem-se uma maior investimento nos diálogos do personagem do jogador com os npc’s tornando a experiência de se jogar mais rica e imersiva.

O jogo tem seu universo expandido a novos níveis, a história passa-se por diversos planetas, cada um com suas características marcantes que proporcionam uma diversidade estética ao jogo. Ainda pensando na estética a introdução de skins dá um novo tempero estético ao jogo deixando aquele aba de personalização da própria experiência estética ao jogador. Os cenários, fauna e flora são concebidos acertadamente, sempre apresentando grande diversidade e referências clássicas aos jogos antecessores da franquia.

Um problema em relação a história do jogo tem-se ali no desfecho da história quando o grande monstro da arca é o destruidor, que é o mesmo boss final do primeiro jogo da franquia, a Tyreen ao se fundir com ele é grande inimigo final, faz pouco sentido que o destroyer faça parte desse plano, até porque ele foi derrotado no primeiro jogo em Pandora, agora ele aparece em Nekrotafeyo e dezenas de vezes mais poderoso. Seria necessária uma tremenda ginástica mental para isso ser aceito por que experiencia a obra, mas isso não acontece, não se tenta explicar nada. É isso, bordelands 3, decepciona além da conta no seu desfecho, sem contar que a luta final é mecanicamente muito simples, só com uma adição boba de um parkour, queria eu que a batalha final mecanicamente fosse mais parecida com o guardião da arca de Éden-6.

No geral, a experiência de se personificar enquanto um personagem salvador de um universo entrando em colapso é divertida e gratificante. Borderlands 3, consegue ser fiel ao que já foi apresentado nos jogos anteriores e expandir o universo de forma assertiva, além de utilizar personagens que foram importantes nos títulos anteriores da franquia criando assim uma conexão entre os diferentes jogos.

Em relação as dlc’s, as propostas são bem executadas e muito divertidas, dessa vez elas trabalham até para a expansão do universo, pois cada uma apresenta um novo planeta e nele que a história se desenrola, a DLC Bounty of Blood é simplesmente fantástica, a idéia desse velho oeste que nunca antes havia sido explorada se casou muito bem com a proposta do borderlands, os inimigos, a vilã e toda a história tem um fluxo cadenciado e não é enjoativo em nenhum momento. A DLC do Krieg nos conta mais de sua história, e é interessante no sentido de explorar mais um personagem de DLC presente no Borderlands 2. A DLC da Moxy e do Jack é legal até porque ressuscita mais uma vez provavelmente o vilão mais marcante de toda franquia. E por último a DLC do casamento entre o Hammerlock e o Jacbo’s é maravilhosa, ela aborda um lugar onde um monstro da sepultura saiu e morreu nesse planeta, seus restos são utilizados como fonte de energia pela comunidade local, o único problema é que esse monstro parece ter saído de um conto de lovecraft. Nesse local no mínimo hostil hammerlock e Jacbo’s resolvem realizar o casamento, contando com a personagem Gaige do segundo jogo da franquia o jogador embarca nessa aventura medonha que é extremamente bem desenvolvida e faz jus ao aspecto de terror lovecraftiano.