Tidewise, de IA em alto mar, levanta R$ 10 milhões. Mais: O início da onda da inteligência artificial e Brasil lidera nas startups do agro.
Edição 78 | ||
Tidewise, de IA em alto mar, levanta R$ 10 milhões. | ||
Mais: O início da onda da inteligência artificial e Brasil lidera nas startups do agro. | ||
Inteligência artificial em alto mar | ||
Uma startup brasileira captou R$ 10 milhões para utilizar inteligência artificial para prestar serviços de caracterização do ambiente marítimo e monitorar a qualidade da água dos oceanos. | ||
A Tidewise ainda espera captar mais R$ 5 milhões na rodada, mas já garantiu o investimento de R$ 10 milhões do fundo MSW Multicorp II, que conta com investidores como: Embraer, Baterias Moura, BB Seguros e AgeRio. | ||
Tecnologia de ponta | ||
A Tidewise produz tecnologia naval de última geração, oferecendo embarcações não tripuladas que operam como um "porta drones" e podem ser utilizadas para monitoramento e logística – tanto para missões civis, como de defesa. | ||
A startup já possui uma embarcação em operação e atende gigantes como Petrobras, Repsol e Shell. A USV Tupan entrou em operação em 2020 e foi a primeira embarcação não tripulada produzida no Brasil e a primeira registrada pela Marinha. | ||
O barco conta com sensores que podem identificar a profundidade e mapear o terreno do fundo do mar. Também, pode detectar vazamentos, monitorar a qualidade da água e realizar coletas de amostras com o uso de drones. | ||
Segundo a startup, para identificar vazamentos em alto mar, as empresas precisam se basear em imagens de satélite e, posteriormente, enviar um navio ao local. Com a solução da Tidewise, é possível reduzir drasticamente o custo e aumentar a eficiência do monitoramento. | ||
Outra utilidade para o veículo marítimo autônomo é do campo militar: a embarcação pode, por exemplo, ser usada para fazer a varredura de minas antes da passagem de um submarino nuclear. | ||
Pelo menos três novas embarcações devem entrar em operação até o final do primeiro trimestre de 2024, o plano é alcançar uma frota de oito robôs navegando até 2026. | ||
Investimento alto | ||
Por característica, startups que operam com tecnologia de ponta, também chamadas de deeptechs, costumam depender de investimentos massivos para pesquisa e desenvolvimento em seu princípio. | ||
A Tidewise não foge à regra: já foram R$ 30 milhões investidos em P&D e além dos R$ 10 milhões captados, outros R$ 5 milhões devem entrar no caixa da startup até o final do ano – tudo para acelerar na corrida para a dominação desse segmento nos oceanos. | ||
Outras startups com modelo similar já operam em outros países/regiões e podem começar a operar em novas regiões, a Tidewise planeja dominar o Atlântico Sul e expandir posteriormente. A briga será vencida por quem conquistar investimento suficiente para conseguir aprovações regulatórias em águas distantes. | ||
O início da onda da IA | ||
A onda da IA não está só no mar. Apesar de estar só no começo, o tsunami da tecnologia ainda promete transformar diversos setores. E quem embarca primeiro nas tecnologias costuma ter mais vantagens. | ||
Para os investidores de venture capital, identificar as oportunidades de investimento em startups que estão moldando o segmento é uma oportunidade de ouro para encontrar negócios no início de sua escalada de crescimento. | ||
Ou seja, uma chance de ganhar – muito – dinheiro com o crescimento dessas startups. Via de regra, quem investe antes na startup acaba valorizando mais seu investimento em uma eventual saída. | ||
IA na saúde | ||
A RedCheck, startup que desenvolveu uma tecnologia proprietária de diagnósticos oftalmológicos utilizando inteligência artificial, acabou de abrir uma captação via crowdfunding para bancar seus planos de expansão. | ||
Como ainda está no início dessa curva de crescimento, sendo um negócio early-stage, o potencial de valorização a ser capturado por investidores que entrarem na rodada da RedCheck é maior. | ||
Segundo Alexandre Taleb, fundador e COO da healthtech, que também é médico oftalmologista, este mercado ainda é pouco explorado, apesar de seu grande potencial. Segundo ele, os exames oftalmológicos (imagem e laudos) representam a terceira maior fonte de custos no setor de saúde, e tem poucas soluções tecnológicas para aumentar sua eficiência operacional. E completa: | ||
“Já temos uma solução pronta e testada, e a fase agora é de expandir a presença que temos no mercado” | ||
Consolidação de mercado | ||
Nos últimos anos, Pátria Investimentos e XP entraram em uma corrida de fusões e aquisições para aproveitar o potencial do segmento de clínicas oftalmológicas, e a Redheck quer capitalizar em cima disso. | ||
“Estamos em um momento de consolidação do mercado de oftalmologia, com dois grandes players, e já fizemos um piloto com um deles, que esperamos expandir a partir do próximo ano”, completa Alexandre. | ||
Apesar do foco atual ser o mercado oftalmológico, no futuro o plano é levar a solução de IA para outros tipos de diagnósticos, atendendo áreas como cardiologia e dermatologia. O fundador diz que a IA está pronta para atender outras especialidades, treinada em mais de 300 mil imagens. | ||
76% das startups do agro são do Brasil | ||
Líder isolado, o Brasil conta com 76,5% das agtechs da América Latina, são 598 startups brasileiras do total de 769 na região. Quando se trata de investimentos, o Brasil também está na frente: desde 2017, foram 261 rodadas de investimento em agtechs brasileiras, movimentando US$ 491 milhões – 75% do total da LatAm. | ||
Os dados foram levantados pelo Distrito e apresentados no Agtech Report 2023. Depois do Brasil, aparecem: Argentina, com 44 rodadas e US$ 102 milhões em investimentos no período, e Colômbia, com 12 rodadas e US$ 52 milhões. | ||
2022 foi recorde | ||
O ano passado foi recorde de investimentos, apesar das dificuldades enfrentadas pelo mercado de venture capital. Foram 74 rodadas e US$ 273 milhões investidos. O resultado representa mais que o dobro investido em 2021. | ||
Os motivos para o aumento em um período difícil são vários: a popularização de pautas de conscientização ambiental, avanço de novas tecnologias que podem ser aplicadas às agtechs (IA, blockchain e IoT) e uma preferência por um setor que é bastante resiliente na economia brasileira. | ||
Em 2023 é esperado um resultado menos expressivo, com dados até setembro, a Distrito contabilizou 22 rodadas que movimentaram US$ 76 milhões na América Latina. | ||
Apesar do crescimento nos anos anteriores, ainda não há um unicórnio do agro na região. Porém, há sinais claros de um amadurecimento do setor: com aumento do número de investidores nos últimos anos, crescimento no número de rodadas e investimento disponível. | ||
Segundo Fuentes, do Distrito: | ||
“Se continuarmos caminhando dessa forma, podemos dizer que o unicórnio agro deve surgir em até 5 cincos”. | ||
Informativa, inteligente, exponencial. | ||
Selecionamos as principais notícias do mercado. Trazemos editoriais, análises, entrevistas e materiais educativos. Fazemos você embarcar nesse ecossistema que pode te trazer retornos inimagináveis. | ||
O nosso e-mail chega na sua caixa de entrada toda sexta-feira, às 12h48. | ||