Eu acredito em fadas! 🧚

“Toda vez que uma criança diz que não acredita em fadas, uma pequena fada cai morta em algum lugar”. Peter Pan, por James Matthew Barrie.

Eu já tinha escutado falar de Rayssa Leal, a atleta mais jovem da delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio. Já tinha assistido as matérias em programas de esporte, que contavam a história da menina vestida de fada e seu skate.

E depois da conquista da  Prata olímpica, e de mil fotos dela, com a legenda “Eu acredito em fada, acredito, acredito” em todas as minhas redes sociais, foi inevitável, não lembrar desse trecho de Peter Pan que coloque lá no início, ou da adaptação dele para o roteiro do filme, que como já falei estava hoje em todos os lugares.

Isso tudo me fez refletir sobre a nossa necessidade atual de heróis. Vivemos em uma lacuna, sofrendo a abstinência de figuras admiráveis, no esporte, na política e por aí vai...

O E-Dicionário de Termos literários define o termo Herói do seguinte modo:

    "o protagonista de uma obra narrativa ou dramática. [...] o herói é marcado por uma projecção ambígua: por um lado, representa a condição humana, na sua complexidade psicológica, social e ética; por outro, transcende a mesma condição, na medida em que representa facetas e virtudes que o homem comum não consegue mas gostaria de atingir. Para os Gregos, o herói situa-se na posição intermédia entre os deuses e os homens."

E Ser um atleta olímpico já carrega esse significado de grandeza, só pela história das Olimpíadas, porque lá estão os melhores entre os melhores.

Atletas olímpicos são heróis, aqui e ou qualquer outro lugar.

Eles são exatamente aquela "projeção ambígua" carregando como cada um de nós, sua condição humana que constrói sua história e a transcendência do humano em suas habilidades e autodomínio que nós  meros mortais gostaríamos de atingir.

Rayssa carrega isso tudo e aquela tal "pureza da resposta da criança"; que nos faz acreditar que a vida é bonita, como diz a música. E faz a gente desejar que a vida siga assim, sorrindo de volta pra ela.

Depois que a gente cresce fica mais difícil acreditar em fadas, mas com a leveza da credulidade das crianças, ainda bem que temos Rayssa.

Que possamos celebrar a sua vitória e deixar aos poucos a esperança voltar. Porque assistimos a alegria de uma menina brincando, e levando pra casa sua primeira medalha. Enquanto, nos fazia o convite de nos render a fantasia de que aquilo foi fácil, só porque ela voava como uma fada. 

Pra ver depois:

Peter Pan - 2003 - Disponível na Netflix

Os próximos campeonatos de skate disputados pela Rayssa Leal, enquanto não chega às Olimpíadas de 2024.