O Argumento Teleológico
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O Argumento Teleológico

Esse artigo é uma continuação de uma série: Uma jornada em busca da existência de Deus

Adilmar Junior
5 min
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Esse artigo é uma continuação de uma série: Uma jornada em busca da existência de Deus

Basicamente, o argumento teleológico busca mostrar que existe um projeto por trás do universo e de toda a sua complexidade. E se o universo tem um projeto, logo deve ter um projetista. Afinal de contas, todo projeto tem um projetista.

Essa ideia utiliza-se das evidências que temos da complexidade por trás do funcionamento do universo e da vida. Desse modo, chegando à conclusão de que o universo teve um planejamento avançado por causa do princípio antrópico que veremos mais à frente.

Uma das formas mais populares desse argumento foi apresentada por William Paley no século XVII, ao dizer que, se alguém encontrasse um relógio em um campo vazio, concluiria que esse relógio foi produzido por um relojoeiro. Da mesma forma, quando alguém olha para o projeto do universo (que é muito mais complexo que um simples relógio), pode concluir que existe um projetista por trás.

A complexidade do universo

O fato é que o universo é especialmente adaptado para permitir a existência de vida na Terra. Existem várias condições precisas e interdependentes que são necessárias para que o universo funcione da maneira que ele funciona, o que chamamos de “constantes antrópicas”.

Isaac Newton valida o argumento teleológico quando escreveu: “Este belíssimo sistema no qual estão o Sol, os planetas e os cometas, somente poderiam proceder do desígnio e do poder absoluto de um Ser inteligente e poderoso”.

Sabemos que o universo é complexo, mas, como isso nos leva a um criador ou projetista? Não poderia ser o acaso, o causador dessa complexidade?

Princípio antrópico

O princípio antrópico diz que o universo foi preparado para a vida humana. Como observou o respeitado agnóstico astrônomo Robert Jastrow, o Universo foi muito bem pré-adaptado para o provável aparecimento da humanidade. Pois, se houvesse a menor variação na hora do big bang, mesmo que mínima, nenhuma vida existiria.

As evidências científicas apontam para uma calibragem sofisticada e precisa do Universo desde o princípio. Calibragem essa, que torna possível a vida humana. Em outras palavras, para que a vida exista hoje, um conjunto de condições deve ter estado presente no começo do Universo:

1 — Se a força da gravidade fosse alterada em 0,000000000000000000000000000000000000001 por cento, o Sol não existiria e a lua se lançaria na terra ou se perderia no espaço.

2 — Se a porcentagem da composição do oxigênio da atmosfera fosse um pouco maior, a atmosfera pegaria fogo, um pouco menor, os seres humanos morreriam asfixiados.

3 — Se o grau de transparência da atmosfera fosse menor, não haveria radiação solar suficiente, se fosse menor, seríamos bombardeados com radiação solar.

4 — Se a interação gravitacional entre a Terra e a Lua fosse alterada, a vida na Terra seria impossível.

5 — Se o nível de CO2 fosse mais alto, seríamos queimados, se fosse mais baixo, ficaríamos sufocados.

6 — Se o Universo estivesse se expandindo a velocidade de um milionésimo menor que está agora, a temperatura da Terra seria de 10.000°C.

7 — Se a inclinação axial da Terra (que é exatamente de 23°) fosse levemente alterada, as diferenças de temperaturas da superfície seriam grandes demais.

8 — Se houvesse uma variação pequena na velocidade da luz, alteraria as outras constantes e tornaria impossível a vida na Terra.

9 — Se a força centrífuga dos movimentos planetários não equilibrasse precisamente as forças gravitacionais, nada ficaria em órbita em torno do Sol.

10 — Se a distância média entre as estrelas fosse alterada ligeiramente, as órbitas ficariam erradas e haveria variações extremas de temperatura.

11 — Se Júpiter não estivesse na sua órbita atual, seríamos bombardeados com material espacial.

12 — Se a espessura da crosta da Terra fosse maior, o oxigênio seria transferido para a crosta, o que tornaria a vida impossível.

13 — Se a rotação da terra fosse maior ou menor haveria alteração na temperatura ou nas velocidades dos ventos atmosféricos.

14 — Se a taxa de descarga atmosférica (relâmpagos) fosse alterada, haveria muita destruição pelo fogo ou pelo pouco nitrogênio fixado no solo.

15 — Se houvesse alteração na quantidade de atividade sísmica, muitas vidas seriam perdidas ou nutrientes no fundo dos oceanos não voltariam para os continentes. Até terremotos são necessários para sustentar a vida como conhecemos.

Essas são apenas algumas das 122 constantes consideradas necessárias para a existência de vida na terra.

O astrofísico Hugh Ross, calculou a probabilidade de que essas constantes pudessem existir hoje em qualquer outro planeta por acaso e sua resposta foi de uma chance em 10ˆ138. Ou seja, uma chance em 1 seguido de 138 zeros! Existem apenas 10ˆ70 átomos em todo o universo.

O ganhador do prêmio nobel Arno Penzias diz o seguinte:

"A astronomia nos leva a um acontecimento único, um Universo que foi criado do nada e cuidadosamente equilibrado para prover com exatidão as condições requeridas para a existência da vida. Na ausência de um acidente absurdamente improvável, as observações da ciência moderna parecem sugerir um plano por trás de tudo ou, como alguém poderia dizer, algo sobrenatural."

Conclusão

O equilíbrio incrível desses fatores no universo que possibilitam a vida na terra nos mostram uma perfeita sintonia. O que pode nos levar a crer que o universo foi projetado para suportar a vida como ela existe hoje.

O mundo é muito complexo e complicado em todas suas partes para ser atribuído ao acaso.

O princípio antrópico é baseado nas evidências astronômicas mais recentes, que são favoráveis à existência de um criador.

Dado toda essa complexidade, isto é, como cada constante funciona, como elas se relacionam, e os cálculos probabilísticos, é muito improvável que tudo isso seja obra do acaso.

Esse é um resumo simplificado e objetivo do argumento teleológico. Lembrando que, esse é o terceiro artigo (de uma série de outros), que estou escrevendo sobre a existência de Deus. Anteriormente, abordamos o Argumento Cosmológico e iremos abordar mais alguns argumentos nos próximos artigos.