Empreender rima com Empatia
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Empreender rima com Empatia

Adriano Alves07/24/2020
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O velho seu Orestes começava cedo, parava tarde. 

O “Mineiro” tocava com entusiasmo sua Borracharia, cujo nome era um estandarte à criatividade do brasileiro que se atreve a empreender: “Borracharia Boa Viagem” ( cara, lembrar disso me emociona … muito ).

Sim, meu pai solucionava problemas. 

Consertava a um preço bacana os estragos que as estradas do antigo município de Santo Amaro faziam aos carros da vizinhança, recondicionava pneus usados para aqueles que nem sempre podiam trocar pneus velhos por novos; sim, isso era muito pior durante a década de 80 e 90.

Seu Orestes, como empreendedor, também ajudava a resolver um outro problema recorrente: o desemprego. Conheci muitos primos de Minas, não porque íamos com frequência à Sete Lagoas, mas por iniciativa do meu pai, que os buscava para trabalhar com ele na Borracharia Boa Viagem. Empregava filhos de vizinhos e amigos também, ensinava a nobre profissão de levar os carros do bairro de volta à circulação para fazer girar a roda da economia ( ah, essa foi infame :).

Alguns ficavam tão bons que se tornavam donos das borracharias que meu pai levantava. Sim, seu Orestes tinha defeitos, porém era benevolente, ajudava as pessoas resolvendo seus problemas.

Nas fases boas ou ruins, perdi as contas de quantas vezes vi o "Mineiro" ajudando os outros, até mesmo desconhecidos, seja doando alguma coisa ou em papel moeda mesmo, sem dó.

Cara, isso segue com você no seu coração, para sempre. Cedo ou tarde, germina, dá frutos e você cai na real.

Minha “caída na real” não demorou: Empreender é a responsabilidade de resolver o problema, criar uma solução para a dor de alguém.

Desde muito novo, aprendi dentro de casa sobre o que significa empreender.

Hoje, não há uma nova onda de empreendedores, não existe geração X, Y ou Z. 

Há novas formas de se criar e praticar Empreendimentos.

Todo negócio, mesmo aqueles que intencionam levar o homem a outros planetas, estão em algum Continente, País, cidade, comunidade.

Por mais que se construa muros altos, cercas pontiagudas, protocolos de restrição, todos continuamos aqui, juntos, em nosso planeta Mãe.

Não existe os “outros”, apenas o Nós. Não há o "Lá fora", somente o Aqui.

Parece óbvio, mas é necessário se aprofundar para expandir a consciência. A consciência de que somos corresponsáveis pela comunidade em que vivemos e um dia decidimos desenvolver um negócio.

O Capitalismo Consciente é uma nova forma de enxergar Empreendedorismo. Não se trata apenas de preencher uma cota ou fazer doações pontuais, mas de repensar o lucro como uma ferramenta dirigida ao bem estar de quem vive em situação de vulnerabilidade social. Bem aí, pertinho de você ou nos confins de algum país pobre.


É entender que gerar riqueza pode ser algo poderoso quando o máximo de pessoas é beneficiada com ela, no fomento de projetos de educação para gerar renda e dignidade, acesso à água potável e esgoto, acesso à melhores meios de mobilidade pública, educação para o respeito à diversidade, às liberdades individuais, acesso à saúde e muito outros projetos que acredito que a sociedade como um todo pode desenvolver por iniciativa própria ou em parceria com os órgãos públicos.

Os benefícios de uma Sociedade que cuida dos seus é largamente comprovada através de muitos estudos e práticas em todo o mundo.

O sucesso não pode ser medido apenas pela quantidade de dinheiro que você ganha, mas também no impacto positivo que você produz às vidas ao seu redor.

O Capitalismo Consciente está se tornando uma tendência e é bem recebido pelo público de forma geral. A tal da lembrança de marca (awareness, como dizem por lá ) é maior.
A associação com sentimentos positivos de confiança e altruísmo são quase instantâneos.
Resultado? Na decisão final de consumo, quem você consideraria mais?

Não se constrói Empresas como antigamente.

Ainda bem.

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