O Brasil está eliminado da Copa do Mundo de 2022 após perder nos pênaltis para a Croácia. Foi a quinta eliminação para equipes europeias desde o pentacampeonato em 2002. Não é sintomático? Em qualquer organização, na segunda ocorrência seria ...
O Brasil está eliminado da Copa do Mundo de 2022 após perder nos pênaltis para a Croácia. Foi a quinta eliminação para equipes europeias desde o pentacampeonato em 2002. Não é sintomático? Em qualquer organização, na segunda ocorrência seria feita uma análise mais profunda sobre as causas de um mesmo fenômeno. |
Fato é que o jogo mudou e o Brasil não se adaptou a ele de maneira competitiva. Não existe mais o preponderante jogo intuitivo, do improviso, da arte. Esse elemento é parte mínima do espetáculo. O que se põe na mesa hoje é inteligência tática. E isso falta aos jogadores e aos treinadores brasileiros. Aos primeiros, por disciplina; aos segundos, por capacidade. |
Tanto em 2018 quanto em 2022, o Brasil foi eliminado por seleções do segundo escalão da Europa, mas que apresentaram variações e estratégias superiores. A Bélgica apostou no contra-ataque e se deu bem, enquanto a Croácia optou por se defender com a bola. Estava claro que o time croata fez um trato com o empate. E o Brasil concordou de forma subserviente ao não jogar no primeiro tempo e ao pressionar por poucos minutos no segundo. |
Quando, numa jogada intuitiva de Neymar, abre o placar, o treinador brasileiro pensou em segurar o resultado com peças, mas não com a bola. O jogo mudou e isso, talvez, explique atuações individuais - como a de Zidane em 2006 e de Modric em 2022 - e coletivas - como da Holanda em 2010 e da Alemanha em 2014. A nova dinâmica permite que isso aconteça. Só não permite que o Brasil lhe assista por mais um ciclo. |