A decadência dos campeonatos estaduais
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A decadência dos campeonatos estaduais

Por: Redação

Redação01/16/2022
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Por: Redação

Atualizado: 16 de janeiro de 2022 / domingo / 20h35

Quem acompanhou o futebol brasileiro em épocas passadas, sabe o tamanho da expectativa que nós tínhamos antes de iniciar os campeonatos estaduais. Ao lado do campeonato brasileiro (durante um longo período o campeonato brasileiro mudou o nome várias vezes) os campeonatos estaduais eram competitivos, atraentes e, apesar dos péssimos gramados e estruturas dos estádios, o nível técnico era bem melhor do que estamos assistindo atualmente.

As competições que hoje atraem a atenção da maioria dos torcedores, jogadores, técnicos, clubes e investidores já existiam, mas, conquistar o campeonato estadual era o ápice para todos porque a rivalidade entre os clubes do mesmo Estado era muito grande.

Com o passar do tempo, as principais competições que estão em disputa atualmente foram ganhando força e atenção da maioria das pessoas envolvidas com o futebol brasileiro.

Claro, que para alguns clubes, conquistar o campeonato estadual é muito importante. Mas, para a maioria dos clubes, conquistar o campeonato estadual é menos importante do que conquistar o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Taça Libertadores, a Copa Sul-Americana ou os campeonatos regionais como a Copa do Nordeste, por exemplo.

Muitos clubes vivem uma realidade financeira diferente e as chances de conquistar os títulos mais importantes da temporada são muito pequenas. Essa realidade faz com quê os clubes fiquem satisfeitos com a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro; se estiverem disputando as Séries B, C e D do Campeonato Brasileiro subir de Série ou se manter é um grande negócio; chegar o mais longe possível na Copa do Brasil; conquistar uma vaga para disputar a Taça Libertadores ou a Copa Sul-Americana.

É muito difícil reverter a situação dos campeonatos estaduais a curto prazo porque não existe bom senso entre as pessoas que comandam os clubes e o futebol brasileiro. Os dirigentes dos clubes, das Federações e da CBF sabem que os modelos dos campeonatos estaduais estão fora da realidade e, se permanecerem com a mesma quantidade de clubes e datas, a situação pode ficar irreversível.

Com um calendário apertadíssimo, os grandes clubes utilizam os campeonatos estaduais para fazer a pré-temporada com tranquilidade e planejamento, organizar o elenco, fazer com que o grupo de jogadores e comissão técnica ganhe entrosamento e preservar os jogadores para as competições mais importantes em termos de visibilidade e rentabilidade.

A falta de interesse e comprometimento dos grandes clubes enfraquece a competição e os pequenos clubes. Esse enfraquecimento dos pequenos clubes é o portão de entrada para os empresários do mundo da bola que, de forma inteligente e bem capitalizados, administram os clubes e ganham muito dinheiro com a comercialização de atletas e cotas de participação das competições.

Nesse perde e ganha, quem fica sem clube para chamar de seu é o torcedor que, infelizmente, vê seu clube de coração fechar as portas para que clubes de empresários ou bancados por prefeituras disputem os campeonatos estaduais.

 

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