Esporte e desigualdade social #1
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Esporte e desigualdade social #1

Por: Redação. Atualizado: 10 de setembro de 2021 / sexta-feira / 23h00

Redação09/11/2021
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Por: Redação.

Atualizado: 10 de setembro de 2021 / sexta-feira / 23h00

Sabemos que dificilmente veremos manifestações pacíficas por parte da maioria dos atletas brasileiros (principalmente do futebol) diante de uma das piores crises do Brasil. É impressionante como muitos atletas vivem em uma bolha e assuntos como a tentativa de degradação da democracia, o número assustador de desempregados, a inflação absorvendo a maior parte dos rendimentos dos trabalhadores e o retorno avassalador da fome, são ignorados. Sem falarmos da maior crise sanitária causada pela incompetência no combate a pandemia da Covid-19.

Existem atletas que só participam de competições porque recebem incentivos financeiros do governo ou dos clubes que defendem e atletas que precisam bater de porta em porta em busca de patrocínio. Esses pouco podem fazer porque correm o risco de represália / perseguição. Os atletas com mais visibilidade e independentes financeiramente podem contribuir de forma pacífica sem o risco de sofrer qualquer tipo de represália.

A alienação e a subordinação são duas barreiras que precisam ser rompidas para que tenhamos desportistas mais próximos dos assuntos - crise sanitária, desemprego, inflação, fome e degradação da democracia - que estão impactando os brasileiros. Não podemos generalizar porque muitos atletas participam de trabalhos sociais de forma anônima. Não sei se é bom ou ruim essa forma de participação.

Eu, particularmente, respeito mas acho que o trabalho social feito de forma anônima perde força e, se fosse explorada a visibilidade que muitos atletas têm na mídia e nas redes sociais, os resultados e o engajamento de outros setores da sociedade poderiam ser maiores. Sim. Sempre vai existir pessoas para criticar e dizer que determinado atleta está querendo se promover.

Em um mundo cada vez mais conectado, as redes sociais são ferramentas indispensáveis para publicitar a indignação com o atual momento em que milhões de brasileiros estão vivendo.

Somente a título de exemplo e sem a mínima intenção de perseguição, depois da vitória do Brasil contra o Peru por 2 a 0 na noite desta quinta-feira, 09 de setembro, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 no Catar, Neymar, um dos jogadores mais midiáticos do mundo, deu uma entrevista desastrosa. Falar do que aconteceu durante a partida é normal e necessário. Mas, seria importantíssimo que Neymar deixasse o discurso de coitadinho e solicitasse um engajamento da sociedade em prol dos mais necessitados.

Poucas pessoas têm conhecimento do enorme trabalho social que Neymar desenvolve e seria uma injustiça concluir o texto sem parabenizar Neymar e todos que desenvolvem trabalhos sociais.

  

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