Por Riva / 01 de agosto de 2021 / domingo / 12h20
Por: Redação | ||
Atualizado: 01 de agosto de 2021 / domingo / 12h20 | ||
Depois de uma temporada atípica, o campeonato brasileiro de 2020 foi concluído e a primeira partida da final da Copa do Brasil de 2020 já foi realizada e, contrariando a esmagadora maioria dos prognósticos, a conquista do título pelo Flamengo só foi concretizada no último lance da partida Internacional 0 x 0 Corinthians disputada no Estádio Beira-Rio. Isso porque o Flamengo perdeu a partida contra o São Paulo por 2 a 1 e dependia de um empate ou uma derrota do Internacional.. | ||
A disputa pelo título de campeão brasileiro, por uma vaga nas competições Sul-Americanas e a permanência na Série A do campeonato brasileiro foi acirrada. A temporada acirrada ou bem disputada não significa que o futebol foi bem jogado. Muito pelo contrário. O futebol jogado no Brasil teve um baixo nível técnico e, com a exceção do Flamengo de 2019, os últimos cinco campeões jogaram um futebol pobre, previsível e covarde. | ||
O tema “desempenho x resultado” continua forte. Claro que alcançar os objetivos é importante e o torcedor tem o direito de comemorar. Mas estão utilizando a pandemia do coronavírus, o calendário apertado para algumas equipes e os erros de arbitragem com ou sem a participação VAR como muletas para justificar o fraco futebol jogado no Brasil. É inadmissível que as grandes equipes do futebol brasileiro entrem em campo rejeitando a posse de bola, sem velocidade nas transições defensivas e ofensivas, sem vontade de vencer por mais de um gol de diferença, sem fome pela vitória, sem brilho……. | ||
A pandemia do coronavírus teve uma média de cinquenta por cento de influência na qualidade técnica das competições da temporada. Mas, se nós olharmos atentamente para o futebol jogado pelos últimos campeões brasileiro – com exceção do Flamengo de 2019 e da participação do Grêmio na Taça Libertadores de 2017 – é fácil detectar que a falta de qualidade técnica e a estrutura tática dos clubes estão decepcionando os torcedores que gostam do futebol bem jogado. | ||
O calendário apertado é culpa da ambição dos clubes, Federações e CBF. Sabemos que o calendário apertado compromete o nível técnico das competições, mas, se nós olharmos para o aporte financeiro dos grandes clubes e a quantidade de jogadores de “grife” bem que poderiam desenvolver um futebol de melhor qualidade. O maior problema é que ninguém se entende e cada um puxa a sardinha para sua brasa. | ||
Os erros de arbitragem sempre existiram e vai continuar existindo. Com a chegada do VAR muitos imaginavam que seria a solução para resolver as injustiças no futebol, mas é preciso lembrar que muitos lances são interpretativos. O trabalho dos árbitros, das pessoas que trabalham com o VAR e o equipamento precisam ser reavaliados. As pessoas precisam de um treinamento mais rigoroso, uma definição dos critérios que serão utilizados dentro de campo com ou sem o VAR. O equipamento (a máquina) apresentou vários problemas que são inaceitáveis. | ||
Existem algumas perguntas que necessitam de uma reflexão mais profunda. | ||
Será que os torcedores estão satisfeitos com o futebol jogado no Brasil? | ||
Os torcedores (o significado da palavra torcedor já diz tudo) que só observam o resultado final fica feliz com qualquer tipo de jogo e o mais importante é o título. Mas, os torcedores mais exigentes gostam de ver o time de coração jogando bem e conquistando títulos. Não acho chatice querer que o time de coração e outras equipes apresentem um futebol de boa qualidade técnica. | ||
Será que o mercado que impulsiona as receitas dos clubes está satisfeito? | ||
Claro que todos que vivem do futebol – é bom lembrar que por trás de uma partida de futebol existe uma enorme quantidade de pessoas que dependem do esporte para sobreviver e movimentam bilhões de reais – estão insatisfeitos. Mesmo antes da pandemia do coronavírus os investidores ou patrocinadores já estavam reduzindo os investimentos. Os grandes clubes estão sofrendo com essa redução de receitas e, os clubes que chamamos de pequenos, estão fechando as portas. | ||
Será que estão deixando algum legado positivo para as futuras gerações? | ||
Com a evolução tecnológica nós estamos conectados com as principais competições esportivas do mundo e, por incrível que pareça, a audiência dessas competições mundo à fora estão crescendo de forma absurda. Uma das situações que está mantendo a audiência e empolgação das competições realizadas no Brasil é a rivalidade entre os torcedores. Mas, infelizmente, essa rivalidade está diminuindo por vários motivos. O futebol mal jogado, a quantidade de clubes que iniciam as competições sem perspectiva de título, a péssima administração de grande parte dos dirigentes, a situação financeira do clube de coração, ……. são alguns exemplos. O torcedor brasileiro não dá a mínima importância pelo vice-campeonato ou por qualquer outra posição. Para a maioria somente o título interessa. | ||
Diante de muitos questionamentos e, principalmente, da crise econômica no mundo, o cenário pode ser mudado nas próximas temporadas. O departamento de futebol dos maiores clubes do Brasil tem um custo muito alto e vai ser necessário reavaliar as questões salariais e o nível técnico / desempenho da maioria dos atletas e membros do departamento de futebol. Se os clubes continuarem com esse modelo de contratação e não iniciar uma austeridade administrativa vão continuar devendo muito mais do que podem arrecadar. No popular. Vão quebrar. | ||
É necessário aprender fazer contratos. Muitos jogadores não tem mercado nas principais Ligas do Mundo da Bola e são contratados com salários de futebol europeu, jogadores com idade acima dos trinta anos fazendo contratos por dois ou três anos e um excelente salário e jogadores de baixo nível técnico ganhando um belíssimo salário sem corresponder ou entregar o que se espera. |