Por Riva / 15 de março de 2023 / quarta-feira / 13h40 | ||
Nesta quarta-feira, 14 de março, o Conselho da FIFA - instância mais alta da entidade - se reuniu em Kigali, capital da Ruanda, e duas decisões importantes foram tomadas em relação ao novo formato da Copa do Mundo de 2026 e o Mundial de Clubes que será disputado a partir de 2025. Na próxima quinta-feira, 16 de março, o Conselho da FIFA estará reunido na mesma cidade para confirmar a reeleição de Gianni Infantino para mais um mandato de presidente da FIFA que terminará em 2027. Cargo que ocupa desde o dia 26 de fevereiro de 2016. | ||
A Copa do Mundo de 2026 será a primeira a ser disputada com 48 seleções e em três países - México, Canadá e Estados Unidos. A competição terá 12 grupos com quatro seleções cada. Os dois primeiros de cada chave e os oito melhores terceiros colocados avançam para a fase eliminatória. A partir daí, as 32 seleções classificadas se enfrentam em mata-mata até a final. A dúvida ficou por conta do formato. Inicialmente, a FIFA pensou em dividir as 48 seleções em 3 grupos com dezesseis seleções cada. As duas primeiras seleções se classificavam para um mata-mata. | ||
O formato tinha tudo para dar errado. Com três seleções em cada grupo, a seleção estaria classificada automaticamente com dois empates e o jogo defensivo iria prevalecer; a última rodada teria uma seleção descansando e, dependendo da classificação, as duas seleções que estivessem em campo poderiam combinar um resultado favorável para ambas. Mas, o principal motivo da desistência do formato com 3 grupos foi as emocionantes e surpreendentes partidas da última rodada da Copa do Mundo de 2022 no Catar. | ||
Na Copa do Mundo de 2022, no Catar, foram disputadas 64 partidas. Na Copa do Mundo de 2026, no - México, Canadá e Estados Unidos - serão disputadas 104 partidas. Além do número de partidas ser bem maior, a disputa em três países vai exigir muita habilidade para o grupo de organização e logística organizar os locais das partidas, datas e horários. | ||
Como é do conhecimento de todos, eu (Riva) sou saudosista de carteirinha. Mas não sou tolo a ponto de imaginar que mudanças / transformações não precisam serem realizadas em todos os segmentos da sociedade. Claro que o futebol não pode ficar de fora das transformações que o mundo nos apresenta constantemente e, falando especificamente das mudanças que serão realizadas na próxima Copa do Mundo, tenho uma forte impressão que não serão benéficas para o futebol de seleções. | ||
O acréscimo de seleções participando da Copa do Mundo não tem como principal objetivo alavancar o futebol nos países de menor expressão futebolística. Existem países que, provavelmente estarão na Copa, mas as competições nacionais precisam de tudo. Esse tudo é tudo mesmo. Vai de fardamentos em boas condições de uso, passando pela precariedade dos gramados até chegar na organização das competições. | ||
O atual modelo da Copa do Mundo já é cansativo para quem trabalha - profissionais de imprensa, profissionais das seleções - e para os torcedores. Imaginem com essa enorme quantidade de partidas. Sendo que boa parte, principalmente na primeira fase, serão fracas tecnicamente. | ||
Como vai ser a negociação com os patrocinadores? Acredito que vai haver uma enorme transformação na captação e distribuição de receitas porque muitas partidas não terão interesse por parte dos torcedores. Vai depender do horário, da expectativa da partida e do nível técnico. | ||
Os direitos de transmissão, por exemplo, vai ter que se adequar a grade de programação. Mesmo com a evolução de diversas plataformas que já transmitem algumas partidas, como vai ficar os direitos de transmissão das partidas? Será que vai ser negociado o "pacote" completo ou de forma individual? | ||
A FIFA terá mais benefícios do que as seleções e o futebol. Essas mudanças só servirão para "contemplar" as Confederações e manter Gianni Infantino no poder sem ser questionado por improváveis opositores. | ||
Não esqueci de escrever sobre o Mundial de Clubes. Mas, em breve, escreverei sobre o tema. |