Flamengo enfrenta sérios problemas que podem comprometer a reta final da temporada

Foto: Pedro e o ex-preparador físico do Flamengo, Pablo Fernández

Por Riva / 01 de agosto de 2023 / terça-feira / 03h00

A perspectiva de tranquilidade no futebol brasileiro no final de semana era muito grande. Mas futebol é imprevisível e, quando imaginamos que está tudo normal, eis que surge um fato surpreendente e toma conta das atenções.

Como já é do conhecimento de todos que acompanham o dia a dia do futebol brasileiro, o atacante Pedro, do Flamengo, foi agredido covardemente pelo preparador físico do Flamengo, Pablo Fernández, com três tapas e um soco. A agressão ocorreu depois da vitória do Flamengo contra o Atlético-MG, na noite de sábado (29) em Belo Horizonte.

Do exato momento que ocorreu a covarde agressão até o momento em que está sendo digitado esse texto, os principais jornalistas esportivos do Brasil estão expondo diversas opiniões sobre o assunto. Todos que eu ouvi concordam com a demissão do agora ex – preparador físico do Flamengo, Pablo Fernández. Alguns acham que a demissão deveria ter sido depois do depoimento na Polícia (ainda em Belo Horizonte) e outros acham que o Flamengo agiu corretamente quando consultou o departamento jurídico para tomar a decisão.

Pedro não continuou participando do aquecimento que estava sendo feito durante o segundo da partida contra o Atlético-MG e foi pro banco de reservas desobedecendo as ordens do preparador físico Pablo Fernández. Quando ocorre uma situação desse tipo, é o sinal que algo já vinha errado há muito tempo entre o relacionamento do profissional com a comissão técnica. Pedro já demonstrou insatisfação por estar no banco de reservas e, afirmou em nota, em covardia psicológica. Tudo leva a crer que a pressão sob Pedro nos treinamentos era bem maior.

O técnico Jorge Sampaoli publicou uma nota ridícula em que tentava amenizar a covardia do preparador físico Pablo Fernández e não defendeu Pedro. Inclusive, Pablo Fernández era quem dava a maioria dos treinamentos e era o principal elo de interlocução dos jogadores com Sampaoli. Na tarde do domingo (30), Pablo Fernández foi demitido e uma reunião foi marcada para às 20h30 com Sampaoli e dirigentes do Flamengo. Os dirigentes do Flamengo deixaram Sampaoli à vontade para decidir se continuaria no clube ou se sairia com Pablo Fernández e a comissão técnica.

Sampaoli decidiu continuar no clube. Acredito que a boa fase do time, o favoritismo e a proximidade de conquistar dois títulos importantes – Copa do Brasil e Taça Libertadores – foram preponderantes para que Sampaoli escolhese permanecer no comando técnico do Flamengo. O problema é, que segundo algumas informações, os líderes do elenco não estão satisfeitos com a permanência de Sampaoli e o Flamengo não tem interesse em interromper o trabalho do técnico.

O presidente do Flamengo, Rodolfo Lamdim, está nos Estados Unidos de férias e aproveitando a oportunidade para conversar com alguns dirigentes do Real Madrid sobre a SAF. Diante da gravidade da situação e da proximidade das partidas decisivas na Taça Libertadores, ele já deveria ter desembarcado no Rio de Janeiro e assumir o protagonismo das negociações. O vice-presidente de futebol, Marcos Braz, e o diretor executivo, Bruno Spindel, estão tentando apagar o incêndio sem sucesso.

Como tudo no Flamengo é gigantesco, a situação teve mais três capítulos nesta segunda-feira (31). 1) Pedro não compareceu aos treinamentos no Ninho do Urubu e alguns jogadores ficaram chateados. O jornalista Renato Maurício Prado levantou a impotese de que a notícia foi vazada pelos dirigentes para colocar a culpa em Pedro. 2) Seus companheiros não gostaram da atitude de Pedro (ausência no treinamento) e veio à tona que estavam incomodados com o egoísmo de Pedro quando entra nas partidas. Conteúdo publicado na Coluna de Casagrande no UOL. 3) Já circulam informações que Pedro e seu advogado estão buscando uma forma de rescindir o contrato com o Flamengo.

A permanência de Pedro no Flamengo é uma incógnita. Caso continue no clube, Pedro vai trabalhar diretamente com o filho de Pablo Fernández – que também é preparador físico do Flamengo e os dirigentes não tiveram coragem de demiti-lo mesmo sem ter sido o agressor – e com Jorge Sampaoli que, de forma indireta, demonstrou que tinha interesse na permanência de Pablo Fernández.

A situação é difícil de ser resolvida sem que aconteça mais problemas no ambiente do clube e possíveis questões jurídicas relacionadas a rescisões contratuais.