Rui: um dos melhores meio-campista do futebol sergipano

Em pé da esquerda para a direita: jogador não identificado, Gideone, Cláudio, Russo, Armando e Sérgio.

Agachados da esquerda para a direita: Rui, Renato, Aloísio Guerreiro, Tita e Lima.

Escolinha do Flamengo-RJ.

Acervo: Rui

Em pé da esquerda para a direita: Gordo (massagista), Cabral (médico), Rui, Albertino, Amadeu, Itamar, Valder, Robson, Geraldo Oliveira (preparador físico).

Agachados da esquerda para a direita: Henágio, Nininho, Tião Marçal, Luiz Carlos Bossa Nova e Lauro.

Club Sportivo Sergipe – 1982.

Acervo: Rui

Em pé da esquerda para a direita: Rui, Ajala, Dão Maravilha, Rubens, Pedrinho, Sílvio e Professor Ednaldo Cruz.

Agachados da esquerda para a direita: Nininho, Cícero, Robson, Lauro e Luiz Carlos Bossa Nova.

Club Sportivo Sergipe – década de 1980.

Crédito da foto: Grupo do Time de Ouro.

Em pé da esquerda para a direita: Rui, Betume, Sival, Damião, Cilcinho, Pêta Propriá e Neguinho (massagista).

Agachados da esquerda para a direita: Marcelo Sergipano, Fabinho – filho de Tiquinho, Zinho, Aílton e Joan.

União – Clube de Propriá – SE

Acervo: Rui

Por: Redação

Atualizado: 18 de maio de 2022 / quarta-feira / 11h15

Rui Martins Teixeira, conhecido no mundo futebolístico como Rui, nasceu no dia 27 de março de 1957, na Rua da Passagem, Bairro de Botafogo no Rio de Janeiro.

Filho do Sr. Rubens Martins Teixeira – funcionário do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro – e da Sra. Luíza Maria Generosa Teixeira, Rui não tinha necessidade de trabalhar, mas, por conta própria, trabalhou guardando veículos, como engraxate e entregando jornal. O lazer do garoto Rui era jogar bola na praia e em uma pracinha na Rua General Severiano ao lado do Campo do Botafogo. Até hoje, quando tem tempo, Rui vai até a pracinha para passear e relembrar os bons tempos em que jogava futebol no local.

Na praia, Rui jogava no Colúmbia – time do Leblon – com o saudoso amigo e vizinho Jorginho Rocha que, posteriormente, jogou no Botafogo e no Palmeiras. Depois, Rui foi jogar na Escolinha do Flamengo e nas categorias de base do Botafogo, seu clube do coração. Os treinos das categorias de base do Botafogo era no campo do Everest que ficava distante da residência de Rui. Sem ter condições de ir sozinho, Rui pediu para um amigo que o levasse para os treinos. Sr. Neca, técnico das categorias de base do Botafogo, disse que o garoto Rui levava jeito. Rui ficou feliz por ter agradado o técnico e, ao mesmo tempo, muito triste porque o amigo que o acompanhou por duas vezes não teve mais condições de continuar levando Rui para os treinos porque tinha que trabalhar.

No final de 1975, o Sr. Djalma convidou Rui e o goleiro Sérgio para jogar no América (RJ). Rui e Sérgio disputaram dois campeonatos como juvenil do América. Danilo Alvim – um dos principais jogadores da história do Vasco da Gama – era o técnico da equipe profissional do América (RJ) e convidou Rui e Sérgio para treinar entre os profissionais do clube. Mesmo treinando entre os profissionais, Rui e Sérgio disputaram a decisão do juvenil contra o Fluminense no campo do Bonsucesso. O juvenil do América perdeu a partida por 1 a 0 e foi vice-campeã.

Depois da derrota, Rui e Sérgio voltaram a fazer parte dos profissionais do América (RJ). A estreia de Rui como profissional foi no Maracanã, na noite de uma quarta-feira, contra o Fluminense. Na estreia de Rui, o técnico do América (RJ) já era o Sr. Marinho Rodrigues, pai de Paulo Cézar Caju e de Fredy – zagueiro do Flamengo. O técnico Danilo Alvim já tinha saído do clube.

Rui era fã do futebol de Jairzinho e de Paulo Cézar Caju. O gosto pelos dois jogadores ofensivos podem explicar a preferência de Rui iniciar a carreira futebolística jogando do meio pra frente como ponta direita ou ponta esquerda. Quando chegou no profissional, Rui passou a jogar no meio-campo no setor defensivo. Aplicação tática, marcação sempre aproximada, bom passe, velocidade e mobilidade, era os pontos fortes do bom volante Rui.

Rui trabalhou com muitos técnicos que foram fundamentais na sua carreira. No Satélite – Seu Djair; no América (RJ) – Moacir Aguiar, Djalma, Wellington, Danilo Alvim, Neca, Marinho Rodrigues e Jouber; no Flamengo – Zé Nogueira, Jaime Valente, Carlinhos, Bria e Pavão; no Club Sportivo Sergipe – Dequinha, Juan Celly e Ailton Rocha; em outras equipes – Paulo Autuori, Nivaldo Santana, Cláudio e Antônio Storino.

Com uma enorme facilidade para se adaptar dentro de campo, Rui jogou ao lado de jogadores como Henágio e Luiz Carlos Bossa Nova no Club Sportivo Sergipe, Meinha e Matheus no Sampaio Corrêa (MA), Fidélis no Operário de Mato Grosso, Simas no Piauí e César no América (RJ). Esses jogadores citados foram o que Rui tinha mais entrosamento dentro de campo.

Como jogava no setor defensivo e tinha a função de proteger a linha de zagueiros e fazer a cobertura dos laterais, Rui teve muitas dificuldades para marcar jogadores como Zico, Rivelino, Deri, Carioca, Heriberto, Artuzinho, Paulo Cézar Caju, Marinho Chargas, entre outros. Tenho certeza que a dificuldade de marcar esses craques não era somente de Rui. Afinal, os jogadores citados foram “monstros’’.

Jota da Silva, dirigente do Sergipe, foi buscar Rui no Rio de Janeiro e, em outubro de 1981, Rui chegou em Aracaju. Logo na chegada Rui sentiu o carinho dos torcedores do Club Sportivo Sergipe, a hospitalidade do povo sergipano e as belezas naturais da capital sergipana. Rui também lembra com muito carinho de Maruim, Carmópolis – local em que reside o seu amigo Joãozinho da Mangueira – , Laranjeiras e Propriá. Rui tem um enorme carinho por Sergipe e por todos sergipanos.

Foram muitos os clássicos que Rui participou. Em Sergipe, o maior clássico do Estado sempre foi Sergipe x Confiança. As duas equipes apresentavam grandes espetáculos e, para não decepcionar os torcedores que lotavam o Batistão, os jogadores se preparavam com muita dedicação e alto nível de concentração. A festa dos torcedores com buzinas, bandeiras, papel picado e fogos (naquela época era permitido soltar fogos nos estádios) deixava os jogadores empolgados. Rui não esquece do amigo Ronaldo, chefe da torcida BUGIPE, que, com a sua buzina, levantando os torcedores e motivava os jogadores do Sergipe.

Quando o Sergipe ia jogar em Itabaiana tinha uma enorme dificuldade para fazer a preparação (fardamento, massagem e aquecimento). O pessoal do Itabaiana jogava muito sal grosso no vestiário do Sergipe e era impossível fazer uma preparação adequada. Os dirigentes do Sergipe resolveram sair de Aracaju com os jogadores fardados e, antes de chegar em Itabaiana, o ônibus parava para os jogadores colocar as ataduras e chuteiras. A equipe já chegava pronta para entrar em campo.

O Club Sportivo Sergipe entrava em campo com um “bode’’ como mascote. Quem representava o “bode’’ era Mané. Em Estância, o Sergipe estava vencendo a partida contra o Estanciano, mas, durante a partida, jogaram um mico / macaco pequeno em cima de Mané e foi uma enorme confusão. O Sergipe perdeu a partida e Mané ficou doente. O pai de Gena (volante do Sergipe) levou Mané pro médico mas, dias depois, Mané faleceu.

Rui não ficou rico jogando futebol, mas conseguiu realizar o grande sonho de infância que era ser um jogador profissional. Além de ter sido uma época em que poucos jogadores conseguiam fazer bons contratos, Rui sofreu com lesões que impossibilitaram fazer contratos com valores do nível do seu futebol. A lesão mais séria foi na partida entre o Operário (MT) x Dom Bosco (MT). Rui teve que fazer uma cirurgia no joelho e ficou um ano tentando se recuperar. As dores eram constantes mas Rui tinha que continuar jogando. O Dr. Luiz Sandes, do Sergipe, e Oswaldo de Oliveira, que na época era o Preparador Físico do América (RJ) e hoje é o famoso técnico do futebol brasileiro, foram fundamentais para que Rui se recuperasse. Rui se sente recompensado por tudo que o futebol proporcionou na sua vida. Foi, através do futebol, que Rui conquistou a amizade de jogadores, preparadores físicos, cozinheiras, roupeiros, massagistas, jornalistas esportivos, árbitros, bandeirinhas, torcedores.

Rui fez parte de equipes que apresentavam bom nível técnico. Equipes que ficaram na memória dos torcedores e na história do futebol sergipano e nacional.

Segue abaixo a relação. Vale a pena deixar bem claro que Rui pode ter esquecido de alguma equipe.

1976 jogou no Juvenil do América-RJ – a equipe ficou trinta e sete partidas invicta, mas, infelizmente, perdeu o título para o Fluminense por 1 a 0.

1977 no América-RJ.

1978 Operário de Mato Grosso.

1979 na Portuguesa-RJ.

1982 no Sergipe – fez parte de um dos melhores meio-campo que a equipe formou até hoje.

1984 no Sampaio Corrêa-MA.

1988 no Vasco-SE.

1989 no Maruinense-SE.

1990 no União de Propriá-SE.

Entre escolinha, infanto juvenil, juvenil e profissional, Rui jogou em vários clubes do futebol brasileiro.

Segue abaixo a relação. Vale a pena deixar bem claro que Rui pode ter esquecido algum clube.

Satélite em 1972. Clube da AABB da Tijuca.

Flamengo em 1974. Escolinha.

América-RJ em 1975. Infanto juvenil.

América-RJ em 1976. Juvenil.

América-RJ em 1977. Juvenil.

Profissional.

América-RJ em 1977.

Operário de Mato Grosso em 1978.

Portuguesa da Ilha do Governador no Rio de Janeiro-RJ em 1979. Clube da Ilha do Governador.

América-RJ em 1980.

Niterói-RJ em 1980.

América-RJ em 1981.

Sergipe-SE em 1981.

Sampaio Corrêa-MA em 1984.

Piauí em 1985.

Sergipe-SE em 1985.

Barretos-SP em 1986.

Batatais-SP em 1986.

Rio Branco-ES em 1987.

Canto do Rio de Niterói-RJ em 1987.

Vasco-SE em 1988.

Maruinense-SE em 1989.

União de Propriá-SE 1990.

União de Propriá-SE 1991.

Rui também relacionou as partidas mais marcantes da sua carreira.

Segue abaixo a relação. Vale a pena deixar bem claro que Rui pode ter esquecido alguma partida.

Infantil.

Satélite 0 x 1 Fluminense. Decisão do infantil nas Laranjeiras.

Escolinha.

Flamengo 1 x 1 Benfica. Torneio disputado entre escolinhas na França em 1974. Rui fez o gol do Flamengo.Juvenil.

Flamengo 1 x 0 Vasco. Preliminar da partida entre Vasco e Cruzeiro na estreia de Tostão no Vasco em São Januário em 1974.

Botafogo 1 x 2 América-RJ. Partida disputada em General Severiano. Rui marcou os dois gols do América (RJ).

América-RJ 0 x 1 Fluminense. Final do Campeonato Carioca Juvenil de 1976 no campo do Bonsucesso.

América-RJ 1 x 0 Vasco. Partida disputada no Maracanã em 1976.

América-RJ 2 x 1 Botafogo. Partida disputada no Maracanã em 1976.

Flamengo 0 x 0 América-RJ. Partida disputada no Maracanã em 1976.

Fluminense 2 x 2 América-RJ. Partida disputada no Maracanã em 1976. Rui marcou o segundo gol do América-RJ.

Profissional.

Fluminense 3 x 0 América-RJ. Partida disputada no Maracanã em 1977. Foi a estreia de Rui no time profissional do América-RJ.

América-RJ 1 x 1 Vitória-BA. Partida disputada no Maracanã em 1977 pelo Campeonato Brasileiro.

Operário-MT 2 x 1 Vasco. Partida disputada no Estádio José Fragelli em Cuiabá em 1978.

Flamengo 2 x 0 Portuguesa-RJ. Partida disputada no Maracanã.

Portuguesa-RJ 1 x 0 Fluminense. Partida disputada na Ilha do Governador em 1979.

Portuguesa-RJ 0 x 2 Flamengo. Partida disputada na Ilha do Governador em 1979.

Sergipe-SE 4 x 0 Confiança-SE. Partida disputada no Batistão em 1981.

Sergipe-SE 1 x 0 Itabaiana-SE. Partida disputada no Batistão em 1981.

Sergipe-SE 3 x 1 América-RJ. Partida disputada no Batistão em 1983 pelo Campeonato Brasileiro.

Sergipe-SE 3 x 1 Sport-PE. Partida disputada no Batistão em 1983 pelo Campeonato Brasileiro.

Sergipe-SE 0 x 0 São Paulo. Partida disputada no Batistão em 1983 pelo Campeonato Brasileiro.

América-RJ 3 x 2 Sergipe-SE. Partida disputada em Niterói-RJ no Estádio Caio Martins pelo Campeonato Brasileiro de 1983.

Sampaio Corrêa-MA 4 x 0 Moto Clube-MA. Partida disputada no Castelão.

Piauí 0 x 1 Flamengo-PI. Partida disputada no Castelão em 1984.

Sergipe-SE x Itabaiana-SE. Partida disputada no Batistão em 1985. Rui não lembra o resultado.

Barretos-SP 0 x 2 São Paulo. Estádio Fortaleza em 1986.

Vasco-SE 1 x 1 Confiança-SE. Partida disputada no Batistão em 1988.

Confiança-SE 3 x 1 Maruinense-SE. Partida disputada no Batistão em 1989. O gol do Maruinense foi marcado por Rui.

União de Propriá-SE x América de Propriá-SE. Partida disputada no Estádio João Alves Filho em Propriá. Rui não lembra o resultado da partida.

União de Propriá-SE 1 x 0 Riachuelo. Partida realizada no Estádio João Alves Filho. O gol do União de Propriá foi marcado por Zinho e foi o gol da classificação do União de Propriá para a Primeira Divisão do Campeonato Sergipano.

Ao longo da sua carreira futebolística Rui conquistou muitos títulos. Rui conquistou os seguintes títulos:

Segue abaixo a relação. Vale a pena deixar bem claro que Rui pode ter esquecido algum título.

Flamengo-RJ em 1974. Escolinha.

América-RJ em 1975. Infanto Juvenil.

Operário-MT em 1978. Taça Mato Grosso.

Sergipe-SE em 1982. Campeão Sergipano.

Sampaio Corrêa-MA em 1984. Campeão do Torneio-MA.

Sergipe-SE em 1985. Bi-Campeão Sergipano.

Rui lembrou de alguns dirigentes que, segundo ele, foram importantíssimos na sua carreira.

Segue abaixo a relação. Vale a pena deixar bem claro que Rui pode ter esquecido o nome de algum dirigente.

Léo Amada no América-RJ.

Gérson Coutinho no América-RJ.

Giulite Coutinho no América-RJ.

Motinha no Sergipe-SE.

Edgar no União de Propriá-SE.

Rui reside no Rio de Janeiro e, mesmo distante, agradece à DEUS E JESUS CRISTO por ter feito parte da história do futebol sergipano e, principalmente, do Club Sportivo Sergipe.

Agradeço à Rui pela confiança e oportunidade de poder contar boa parte da sua história futebolística. Você fez e continuará fazendo parte da história do futebol sergipano e, principalmente, do Club Sportivo Sergipe. Afinal, dificilmente esqueceremos de um dos melhores meio-campo que o Club Sportivo Sergipe formou. Rui, Henágio e Luíz Carlos.

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