As opções de financiamento para scale-ups no Brasil
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As opções de financiamento para scale-ups no Brasil

Descubra as estratégias menos conhecidas e benefícios de cada uma delas.

Alexandre Mafra
6 min
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Você sabia que as scale-ups representam apenas 1% das empresas, mas são responsáveis por 57% dos empregos e 28% do PIB no Brasil? Uma das principais razões para isso é a capacidade dessas empresas de crescer de forma acelerada e sustentável, oferecendo soluções inovadoras e competitivas para o mercado. Mas para alcançar esse patamar, as scale-ups precisam de um elemento crucial: o financiamento.


Mas quais são as opções de financiamento para as scale-ups, além do Seed e Series A? Como escolher a melhor estratégia para cada estágio de crescimento? Quais são os benefícios e os desafios de cada uma delas?

Neste artigo, vamos responder a essas perguntas e detalhar as opções de financiamento menos conhecidas, como Series B, C, D e estratégias alternativas de captação de recursos para empresas em crescimento. Vamos analisar exemplos de scale-ups bem-sucedidas, que se tornaram casos de referência no mercado.

(1) Series B: Escalando e Expandindo Operações

A Series B é uma rodada de financiamento que normalmente acontece quando uma empresa já estabeleceu uma base sólida com seu produto ou serviço.

Nesse estágio, a empresa está pronta para escalar, expandir operações e penetrar em novos mercados. As Series B visam aumentar a receita, a participação de mercado e a visibilidade da empresa.

Um exemplo de empresa que passou pela Series B é a Nubank, à época, captou US$ 80 milhões (2016), para expandir seus serviços financeiros digitais e aumentar sua base de clientes no Brasil e na América Latina. A Nubank usou o capital para investir em tecnologia, infraestrutura e talentos, além de lançar novos produtos, como o Nubank Rewards e a NuConta.

(2) Series C: Impulsionando o Crescimento e a Consolidação no Mercado

A Series C é uma rodada de financiamento que normalmente acontece quando uma empresa já alcançou um alto nível de crescimento e reconhecimento no mercado. Nesse estágio, a empresa busca ampliar ainda mais seus horizontes, explorando estratégias de marketing, aquisições e inovação contínua. A Series C visa consolidar a liderança, a reputação e a vantagem competitiva da empresa.

Um exemplo de empresa que passou pela Series C é a iFood, que captou US$ 500 milhões em 2018, para acelerar sua expansão na América Latina e investir em inteligência artificial e logística. A iFood usou o capital para adquirir outras empresas do setor, como a PedidosYa, a SpoonRocket e a Rapiddo, além de lançar novas soluções, como o iFood Shop e o iFood Loop.

(3) Series D: Preparando-se para o IPO ou para uma Grande Aquisição

A Series D é uma rodada de financiamento que normalmente acontece quando uma empresa já está madura e consolidada no mercado, e busca se preparar para um IPO (oferta pública inicial de ações) ou para uma grande aquisição. Nesse estágio, a empresa busca aumentar seu valor de mercado, sua lucratividade e sua credibilidade. A Series D visa garantir a sustentabilidade, a escalabilidade e a rentabilidade da empresa.

Um exemplo de empresa que passou pela Series D é a 99, que captou US$ 200 milhões em 2017, para fortalecer sua posição no mercado de transporte por aplicativo no Brasil e na América Latina. A 99 usou o capital para melhorar sua tecnologia, sua segurança e sua experiência do usuário, além de expandir sua atuação para novas cidades e modalidades, como o 99Pop e o 99Top.

(4) Estratégias Alternativas: Buscando Fundos de Private Equity ou Venture Debt

Além das rodadas convencionais, as empresas em crescimento podem optar por estratégias alternativas de financiamento, que oferecem vantagens como menor diluição acionária, maior flexibilidade e menor burocracia. Uma dessas estratégias é buscar fundos de private equity, que são fundos que investem em empresas maduras e rentáveis, em troca de uma participação majoritária ou minoritária. Outra estratégia é buscar fundos de venture debt, que são fundos que emprestam dinheiro para empresas em crescimento, em troca de juros e garantias.

Um exemplo de empresa que buscou fundos de private equity é a Stone, que recebeu um aporte de US$ 100 milhões do fundo Actis em 2017, para acelerar seu crescimento no mercado de pagamentos digitais no Brasil. A Stone usou o capital para investir em tecnologia, infraestrutura e atendimento ao cliente, além de expandir sua rede de adquirentes e credenciados.

Um exemplo de empresa que buscou fundos de venture debt é a Slack, que captou US$ 200 milhões em 2016, para financiar sua expansão e manter a diluição acionária sob controle, antes de seu IPO em 2019. A Slack usou o capital para melhorar sua plataforma de comunicação corporativa, que conta com mais de 10 milhões de usuários diários."

(5) Conclusão: As Opções de Financiamento para Scale-Ups

Neste artigo, vimos as opções de financiamento para scale-ups, além do Seed e Series A. Vimos como escolher a melhor estratégia para cada estágio de crescimento, e quais são os benefícios e os desafios de cada uma delas. Vimos também exemplos de scale-ups bem-sucedidas, que se tornaram casos de referência no mercado, usando essas estratégias de financiamento.

A capacidade de uma scale-up acessar essas opções de financiamento é crucial para seu desenvolvimento. A diversificação dessas fontes ajuda a mitigar riscos e oferece flexibilidade para explorar oportunidades de crescimento sem comprometer sua posição no mercado.

Investidores e empreendedores frequentemente enfatizam a importância de encontrar um equilíbrio entre a necessidade de financiamento e a manutenção do controle sobre a empresa. Ao optar por estratégias de financiamento, as empresas buscam não apenas capital, mas também parcerias valiosas que impulsionem seu crescimento de forma sustentável.

No cerne de todas essas estratégias está o objetivo de promover o crescimento e a inovação. O financiamento não é apenas uma questão de dinheiro; é sobre capacitar ideias, transformá-las em realidade e impactar positivamente o mundo dos negócios.

À medida que as scale-ups embarcam nesse emocionante capítulo de expansão, é fundamental não perder de vista o propósito maior: construir um negócio sustentável, fazer a diferença no mercado e, ao mesmo tempo, manter a paixão e o propósito que impulsionaram o empreendimento desde o início.


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