Moda e Web3
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Moda e Web3

“Tem gente que ainda resiste, que acha que moda é futilidade, mas como pode ser futilidade se eu, você, ela, todo mundo acorda de manhã e escolhe uma roupa para se apresentar para si mesmo e para o outro? Isso é comunicação” - Lilian Pacce, j...

Alma DAO
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“Tem gente que ainda resiste, que acha que moda é futilidade, mas como pode ser futilidade se eu, você, ela, todo mundo acorda de manhã e escolhe uma roupa para se apresentar para si mesmo e para o outro? Isso é comunicação” - Lilian Pacce, jornalista, editora de moda e curadora (PALMA PRA ELAS com Mari Palma).

Eu começo então com uma pergunta: e por que na Web3 seria diferente? 

Meu nome é Gabriela Scanferla, sou designer de moda com mais de 10 anos de mercado e o último, dedicado exclusivamente à moda digital e hoje atuo na Fila Brasil além de fazer projetos como freelancer. Cada vez mais a indústria da moda está entendendo que a digitalização pode ser extremamente benéfica para os seus processos de criação e produção. E é crescente a tendência de pessoas que querem consumir produtos de moda digitais, seja nas suas mídias sociais, em plataformas imersivas ou jogos online.

Recentemente, em novembro de 2022, a Ralph Lauren fez uma grande ação no Fortnite, onde lançaram uma coleção com skins exclusivas. Nomeada 'Polo Stadium', a colaboração é inspirada na herança da coleção 'Stadium' da marca de luxo dos Estados Unidos e na 'linha Polo Sport' da década de 1990, reimaginada para o metaverso. Além das peças digitais, foi lançada uma coleção cápsula de vestuário físico no site da marca. 

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 A marca de luxo italiana Gucci também lançou uma coleção inspirada no metaverso chamada “Gucci Good Game”, onde brincaram com o icônico GG da marca e o relacionaram com “good game”, uma frase sempre dita pelos jogadores ao final das partidas. A Gucci já tem seus espaços no Roblox chamados Gucci Garden e Gucci Town com jardim, café e loja virtual. 

Grandes marcas agora começam a explorar mais aspectos da Web3 além do vestuário, o conceito de Gamificação é incorporado em várias ações, como a Reserva X, a marca de experimentação na web3, metaverso e tecnologias insurgentes da Reserva, marca de moda brasileira e uma das primeiras do país a colocar os pés nessa nova era da internet. A Reserva X fez seu primeiro drop de NFTs divididas em três categorias, de acordo com os benefícios embutidos e a raridade de cada um. Para a marca, os NFTs não são como um ativo financeiro mas sim uma forma de vínculo e relacionamento com os fãs da marca, tendo o seu cliente no centro de tudo.  Outra grande player do mercado de moda brasileiro que está investindo muito na Web3 é a Renner, que lançou em 2022 sua coleção de Outono Inverno através de uma experiência imersiva e um desfile todo feito em 3D. Hoje a Renner conta com um núcleo de moda digital e que vem crescendo cada vez mais.  

 As NFTs são hoje para as marcas de moda um meio de gerar conexão com os seus consumidores, assim como a Reserva se propôs. É uma forma de imersão do cliente no universo da marca, proporcionando experiências únicas e exclusivas para aqueles que aderem à proposta.

A Balmain, marca tradicional de luxo francesa, já vem há algum tempo lançando algumas NFTs, como o icônico vestido em chamas para a Vogue Singapura. Agora a marca lança a Balmain Thread, que é um programa de associação baseado em NFT, onde os membros terão vantagens exclusivas, como o acesso a eventos, coleções especiais e drops com ofertas exclusivas.

Não são apenas as principais marcas de moda do mundo que estão imergindo na web3, mas sim há também as casas de moda digitais que são nativas. Criada em 2018, a The Fabricant é a  principal Digital Fashion House  do mundo. Hoje, seu principal objetivo é democratizar a criação da moda digital. Adriana Hoppenbrouwer, é brasileira e co-fundadora da casa.

Além do marketing, inovação da imagem e relacionamento com os clientes e fãs das marcas, a Web3 oferece um aspecto essencial para os dias atuais: a Sustentabilidade. Olivia Merquior, pesquisadora e criadora da Brazil Immersive Fashion Week - primeira semana de moda digital que teve sua terceira edição em novembro de 2022 - já dizia: “uma forma de repensar o sistema e diminuir os impactos ambientais é desmaterializar”. A indústria da moda é uma das maiores e mais poluentes do mundo. No processo de desenvolvimento de uma peça, uma das principais fases é a prototipagem, que até pouco tempo só havia a possibilidade de fazer amostras físicas e quanto forem necessárias até ela estar perfeita para ser produzida em larga escala. Hoje, as fábricas estão aos poucos incorporando o processo de fazer digital twins que simulam a realidade, assim, poupando recursos materiais e otimizando horas de trabalho. Marcas como Fila Brasil e Renner são um grande exemplo de como uma indústria inteira pode se adaptar e melhorar seus processos através da tecnologia. Nesse novo workflow, as peças passam pela prototipagem 3D e aprovação do time de criação e desenvolvimento, só depois de revisada e aprimorada, essa peça segue para a prototipagem física, só que dessa vez muito mais assertiva.

Um dos principais softwares de desenvolvimento 3D para moda é o Clo 3D. Eu o conheci em meados de 2018 onde o termo “moda digital” não era conhecido, e eu só o enxergava como uma solução para o processo de produção. Anos depois, estamos onde estamos. Para um profissional de moda tradicional, talvez seja difícil enxergar como começar nesse mundo tão emergente, e eu digo que não é só sobre entender a ferramenta ou o software. É sobre entender como essas tecnologias criam novos valores, novos protocolos e novas formas de interação. A moda tem o poder de transformar as coisas em tendências, por isso acredito que ela será a ponte conectora entre o mundo físico e o digital.

See you in the Metaverse,

Gabi.


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