A INTERPRETAÇÃO DE COPENHAGUE
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A INTERPRETAÇÃO DE COPENHAGUE

A INTERPRETAÇÃO DE COPENHAGUE.

anderson
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A INTERPRETAÇÃO DE COPENHAGUE.

Em 1927, os físicos Niels Bohr e Werner Heisenberg, do Institute for The- oretical Physics em

Copenhague, na Dinamarca, tentaram dar uma explicação para a anomalia quântica revelada pelas novas

teorias. O trabalho que desenvolveram ficou conhecido como a interpretação de Copenhague. Até o momento, essa é a interpretação mais aceita do porquê das partículas quânticas agirem da maneira que o

fazem.

De acordo com Bohr e Heisenberg, o universo existe como um número infinito de possibilidades

sobrepostas. Elas se encontram em uma espécie de sopa quântica, sem ter uma localização precisa até que

alguma coisa aconteça e fixe essas possibilidades em um determinado local.

Essa "alguma coisa" é a consciência da pessoa — o simples ato de observação. Como o experimento

prova, quando olhamos para alguma coisa tal como um elétron se movendo através de uma fenda em uma

Figura 5. Quando duas aberturas ficam disponíveis, a partícula age como onda, passando através de ambas ao mesmo tempo.

barreira, o próprio ato de observação é o que aparentemente transforma uma das possibilidades quânticas

em realidade. Nesse momento, tudo o que vemos é a versão do que nós estivermos focalizando.

Pontos a favor: Essa teoria foi extremamente bem-sucedida na explicação do comportamento das

partículas quânticas como observadas nos experimentos. Pontos contra: A principal

crítica a essa teoria (se é que ela assim pode ser considerada) é que ela sugere que o

universo somente se manifesta quando alguém ou alguma coisa o observa. Além

disso, a interpretação de Copenhague não leva em consideração o fator gravidade.

A INTERPRETAÇÃO DOS MUITOS MUNDOS.

Depois da interpretação de Copenhague, a melhor e mais próxima explicação popular para o

comportamento estranho das partículas quânticas foi chamada de interpretação dos muitos mundos dos

universos paralelos. Primeiramente proposta em 1957 pelo físico Hugh Everett III, da Princeton University,

essa teoria conquistou tremenda popularidade, tendo sido bastante apoiada porque parece abordar muitos

dos aparentes mistérios do mundo quântico. De modo semelhante à interpretação de Copenhague, ela

sugere que, em um determinado momento genérico, existe um número infinito de possibilidades

ocorrendo, e todas elas já existem e estão acontecendo simultaneamente.

A diferença entre isso e a interpretação de Copenhague é que, de acordo com a interpretação dos

muitos mundos, cada possibilidade acontece em seu próprio espaço e não pode ser vista por outros. Os

espaços únicos são chamados de universos alternativos. Supostamente, viajamos ao longo do tempo em um

universo

de uma única possibilidade, e de vez em quando fazemos uma dobra quântica em outra possibilidade de

um universo diferente. A partir dessa perspectiva, alguém poderia estar vivendo uma vida de doenças e

infecções e, mediante uma mudança no foco, repentinamente se encontrar "milagrosamente" curado, enquanto o mundo em torno dele não pareceria ser o mesmo de antes.

A interpretação de Everett indica que nós já existimos em cada um desses universos alternativos. Ao

levarmos tudo em consideração, poderíamos viver todos os sonhos e cada uma das fantasias que

pudéssemos imaginar. Alguns proponentes dessa teoria sugerem até que, quando dormimos à noite,

nossos sonhos nada mais seriam do que o resultado de relaxarmos o foco que nos mantém presos à

realidade, o que nos possibilita navegar pelos outros mundos das possibilidades paralelas. De modo

semelhante ao dos observadores na interpretação de Copenhague, somente vemos a possibilidade que

focalizamos. Esse é o segredo para fixarmos uma possibilidade em especial, em lugar da "realidade".

Figura 6. Na interpretação de Copenhague da realidade quântica, é o foco de nossa consciência que determina qual das muitas

possibilidades (A, B, C, D, e assim por diante) se tornará real.

Figura 7. Na interpretação dos muitos mundos da realidade quântica, existe um número infinito de possibilidades (A, B, C, D, e assim

por diante) que já estão ocorrendo. Cada possibilidade existe em um universo próprio, não percebido pelas outras possibilidades. De

modo semelhante à interpretação de Copenhague, é o foco da consciência que determina qual dessas possibilidades se transformará em

nossa realidade.

Pontos a favor: Essa teoria parece ser capaz de explicar por que nos passam despercebidas muitas

possibilidades propostas pela interpretação de Copenhague.

Pontos contra: Assim como qualquer outra ideia baseada na teoria quântica, a teoria não pode explicar

a força da gravidade. Ainda que possa explicar parte do que vemos no mundo

quântico, enquanto não consiga explicar todas as forças da natureza, é uma teoria que

não parece completa.

Nos últimos anos, uma terceira teoria foi proposta, que parece abordar as limitações tanto da

interpretação de Copenhague como a interpretação dos muitos mundos. Essa teoria, conhecida como

interpretação Penrose, recebeu o mesmo nome do seu autor, sir Roger Penrose, professor de matemática na

Oxford University. Sua proposição é que a força da gravidade que a física quântica tantas vezes ignora, na

verdade é a grande responsável pela manutenção do universo em uma estrutura coesa.

A INTERPRETAÇÃO PENROSE

Semelhantemente às propostas das outras interpretações, Penrose acredita que muitas possibilidades

ou probabilidades existam na escala quântica. Entretanto, sua teoria dá outra explicação para o que

"ancora" uma determinada possibilidade em nossa realidade.

Penrose propõe que as possibilidades quânticas de outros domínios sejam uma forma de matéria.

Como toda matéria cria gravidade, todas as possibilidades teriam seu próprio campo gravitacional.

Entretanto, é necessário energia para manter isso, e quanto mais energia a probabilidade exigir, mais

instável ela será. Como é impossível sustentar energia suficiente para manter todas as possibilidades ativas

para sempre, em algum momento elas vão se colapsar para um estado único: o mais estável dos estados,

aquele que percebemos como "realidade". 

Pontos a favor: O ponto forte dessa teoria é que, pela primeira vez, existe uma preocupação em

examinar a força da gravidade — o único fator que separava as ideias de Einstein das

teorias quânticas — e essa força central é trazida para a existência da realidade.

Pontos contra: Talvez o ponto mais fraco da teoria de Penrose (caso possa assim ser considerado) seja o

fato de seus críticos acreditarem que ela pode não ser necessária. Ainda que a teoria

quântica seja somente uma teoria, até o momento ela tem sido 100% bem-sucedida na

previsão dos experimentos quânticos. Portanto, já temos uma teoria viável para explicar a realidade. A interpretação de Penrose fornece também isso, ao mesmo tempo

que considera o fator da gravidade, desconsiderado pelas outras teorias.