C A P I T U L O Q U A T R O
Capitulo Quatro |
UMA VEZ CONECTADOS, SEMPRE CONECTADOS: A VIDA NO UNIVERSO |
HOLOGRÁFICO. |
Na última seção, os experimentos fizeram menção a um mistério que nunca foi resolvido. |
Parte da prova de que a Matriz Divina realmente existe foi dada quando duas "coisas" |
que estiveram unidas em dado momento (dois fótons, o DNA e os fótons, ou o doador e |
seu DNA) atuaram como se ainda estivessem conectadas uma à outra, embora estivessem separadas por |
distâncias que variaram de poucos metros a centenas de quilômetros. A pergunta é: Por que isso aconteceu? |
FOI UM FATO REAL OU TRATAVA-SE DE UM HOLOGRAMA ? |
Todos nós já ouvimos que uma fotografia vale mais do que mil palavras. Sendo uma pessoa mais propensa |
a memorizar imagens, sei que isso é verdadeiro no meu caso. Por exemplo, ver uma demonstração de como |
dar partida no motor do meu carro é muito mais significativo para meu entendimento do que ler páginas |
de um manual descrevendo por que os pistãos se movimentam e as velas soltam faíscas quando aciono a |
ignição! Captando o cenário mais amplo, sempre posso voltar para tentar compreender os detalhes, |
verificar se ainda são importantes, pois algumas vezes quero apenas dar partida no meu carro. |
Suspeito que não sou o único a funcionar dessa maneira. Embora nos encontremos no mundo de alta |
tecnologia, de manuais sobre "como fazer" e de tutoriais informatizados sobre por que algo é como é, uma |
experiência direta é ainda o melhor modo de explicar uma nova ideia claramente. Um belo exemplo de |
uma experiência desse tipo é a concepção que temos da ideia de holograma. Os hologramas têm sido |
usados para pesquisas desde que foram descobertos, no final da década de 19401 |
. Desde essa época |
entretanto, o que somos e como as coisas funcionam significou bem pouco para uma pessoa sem formação |
técnica — isso até que o lançamento do filme Guerra nas Estrelas fosse lançado em 1977. |
Em uma cena central do começo do filme, assistimos à representante de um planeta inteiro, a princesa |
Léia, suplicando ajuda para salvar seu povo. Ela codificou sua mensagem na forma de um holograma |
digital que foi guardado na memória do R2-D2, o androide que cativou o coração e a mente das audiências |
pelo mundo todo. |
Enquanto a princesa Léia permanecia em uma parte do universo, o R2-D2 levava sua imagem |
holográfica para outro mundo de uma galáxia distante, muito distante. A mensagem permaneceu secreta |
até que um jovem guerreiro, Luke Skywalker, o persuadiu a entregá-la. Com os recursos cinematográficos |
mais avançados da época, os espectadores assistiram à cena estonteante do androide R2-D2 atendendo à |
solicitação da princesa e projetando sua imagem miniaturizada na sala, como se ela estivesse lá |
pessoalmente. |
Repentinamente, sua imagem animada apareceu pedindo socorro em pleno ar. Como ela parecia ter |
três dimensões, os espectadores tiveram a sensação de que estavam presentes na mesma sala com ela, que |
poderiam tocá-la com a mesma facilidade que podiam pegar no braço do espectador da poltrona ao lado. |
Entretanto, se fizessem isso, simplesmente fariam gestos através do ar. Ela é apenas um holograma. |
Para muitas pessoas da década de 1970, esse foi o primeiro contato com projeções holográficas e com a |
semelhança impressionante dessas projeções com cenas reais. Também nos possibilita vislumbrar como |
poderão ser nossas chamadas telefônicas em um futuro não muito distante. Mesmo hoje, depois de |
décadas, a simples menção da palavra holograma ainda traz viva a lembrança da princesa Léia. |
Para todos os efeitos e finalidades, um holograma geralmente é considerado como sendo uma figura — |
uma imagem tridimensional — que aparenta ter vida quando é projetada de determinado modo ou |
quando é vista sob certas condições de iluminação. Conquanto a interpretação de filmes seja um dos |
possíveis exemplos do que um holograma pode produzir, há muito mais em jogo do que uma simples |
fotografia. |
O princípio holográfico pode ser um dos mais simples, embora menos compreendidos, fenômenos da |
natureza. Ao mesmo tempo, ele poderia ter o maior de todos os potenciais para fazer mudanças mesmo |
nas maiores escalas possíveis, dentro de um cronograma desconcertante para a mente. Para aplicar esse |
poder em nossa vida, entretanto, devemos compreender exatamente o que é um holograma e como ele |
funciona. Tratando primeiramente do que está em primeiro lugar: Exatamente o que é um holograma? |
COMPREENDENDO O HOLOGRAMA. |
Se pedíssemos aos cientistas para explicar o que é um holograma, eles provavelmente atenderiam ao |
pedido descrevendo-o como sendo um tipo especial |
de fotografia, em que a imagem na superfície repentinamente parece tridimensional ao ficar sob a |
incidência de iluminação direta. O processo de criação dessas imagens implica em usar a luz do laser de tal |
modo que a figura se distribui sobre a superfície inteira do filme. É essa propriedade de "distributividade" |
que faz com que o filme holográfico seja tão especial. |
Toda a superfície passa então a conter a imagem inteira, exatamente como foi vista originalmente, |
salvo pelo fato de estar em escala reduzida. Em outras palavras, cada fragmento é um holograma. Se a |
figura original for dividida em um número qualquer de peças, cada uma — mesmo que seja muito |
pequena — ainda mostraria uma vista inteira da imagem original. |
Assim como a experiência de dar partida no motor de um carro demonstra de maneira eficiente como |
ele funciona, para entender um holograma nada melhor do que examinar um de seus exemplos. |
Na década de 1980, vários marcadores de livros (hoje, itens de colecionadores) apareceram no mercado |
usando a tecnologia da holografia. Cada um deles era feito de uma tira reluzente de papel prateado, com a |
aparência, ao primeiro olhar, de uma folha aluminizada brilhante. Entretanto, conservando o papel |
diretamente sob uma luz brilhante e inclinando-o para a frente e para trás, alguma coisa acontecia, |
diferenciando bastante esses marcadores de livros dos marcadores mais tradicionais: Repentinamente, as |
imagens na folha metálica pareciam ganhar vida, como se estivessem pairando no ar acima do papel |
propriamente dito. Como o marco inclinava-se para um lado e depois para o outro, a imagem permanecia |
presente, tridimensional e aparentemente viva. Lembro-me de várias versões diferentes dessas: havia a do |
rosto de Jesus, a do corpo de Nossa Senhora, a de um golfinho saltando sobre uma pirâmide e aquela de |
um botão de rosa, em pleno desabrochar. |
Com um desses marcadores em mãos era possível fazer uma experiência autodemonstrativa do |
funcionamento do holograma. Cabe aqui uma palavra de advertência: a desvantagem é que o marcador de |
livro seria destruído no processo! Tendo consciência disso, cortava-se, com uma tesoura, o bonito e |
brilhante marcador de livros obtendo centenas de peças de formas variadas. O menor dos fragmentos era |
então cortado de novo em uma peça mais fina ainda. Se o marcador de livros fosse um holograma |
verdadeiro seria possível olhar para esse minúsculo ponto do marcador com a ajuda de uma lupa, |
distinguindo-se assim a imagem inteira, com a diferença apenas da menor escala. Isso acontecia porque a |
imagem estava presente em todos os locais do marcador. |
Figura 9. A imagem holográfica existe inteiramente dentro de cada fragmento de si própria, não importa em quantas peças esteja |
dividida. Esta ilustração ajuda a transmitir a ideia de que, mesmo tomando-se uma parte extremamente pequena do universo — sejam |
as quatro partes acima ou uma galáxia inteira, um homem, ou um átomo —, cada segmento espelha o universo inteiro, com a única |
diferença de representá-lo em escala menor. |
Princípio 13: Na imagem holográfica de "um objeto qualquer", todas as partes desse objeto |
espelham o objeto inteiro. |
RESOLVENDO O MISTÉRIO DOS FÓTONS GÊMEOS. |
Olhemos novamente o experimento da Universidade de Genebra, descrito no Capítulo 1, para |
compreender mais claramente o que é um holograma e como, afinal, ele é criado. Para recapitular: os |
fótons gêmeos estão separados por uma distância de 22,5 quilômetros. Quando um deles era forçado a |
escolher entre dois caminhos no final da jornada, o segundo fóton sempre fazia exatamente a mesma |
escolha, como se ele "soubesse" o que seu gêmeo estava fazendo. O mesmo experimento foi repetido em |
ocasiões diferentes: todas as vezes os resultados foram idênticos. As duas partículas agiram como se elas |
estivessem conectadas, ainda que estivessem a quilômetros uma da outra. |
O bom senso indica que, para tal tipo de conexão existir, os fótons precisariam estar, de alguma forma, |
mandando sinais um ao outro. Nesse ponto surge um problema para os físicos: para que uma mensagem |
trafegasse entre eles seria necessário que ela fosse transmitida com uma velocidade maior do que a luz. De |
acordo com a teoria de Einstein, entretanto, nada pode viajar mais rapidamente do que a luz. |
Será possível então que essas partículas estejam violando as leis da física . . . ou que estejam querendo |
nos demonstrar alguma coisa? Não estariam nos mostrando algo tão estranho para nosso modo habitual de |
ver o mundo, que estaríamos ainda tentando entender o mistério de como a energia sai de um lugar e |
chega em outro de maneira confortavelmente inteligível? |
E se o sinal de um fóton nunca tiver viajado para chegar ao outro? Será que não vivemos em um |
universo onde a informação entre fótons, nossas preces a favor dos nossos entes queridos ou nosso desejo |
de paz em algum lugar do outro lado do mundo nunca precisem ser transportados para parte alguma |
como condição para serem recebidos? |
A resposta é sim! Esse parece ser exatamente o tipo de universo em que nós vivemos. O co-fundador |
do programa de ciências cognitivas do Stanford Research Institute, em Menlo Park, Califórnia, descreveu |
essa conexão de uma maneira muito elegante e eloquente: "Vivemos em um mundo não-local, onde coisas |
que estão fisicamente separadas entre si podem, não obstante, estar em comunicação instantânea". |
explica o que tal conexão significa quando afirma: "Não estou dizendo que eu consiga fechar os olhos e |
enviar uma mensagem a alguém a mil quilômetros de distância, mas, de certo modo, não há nenhuma |
separação entre a minha consciência e a consciência da pessoa distante". |
A razão pela qual os sinais não |
foram obrigados a viajar no meio dos fótons é porque eles já estavam lá — eles nunca saíram de um lugar |
qualquer nem nunca foram transportados para outro lugar, estritamente falando. |
Por definição, em todo lugar de um holograma existe o reflexo de todos os outros. Além disso, se um |
dos locais tiver certas propriedades, todos os outros locais também a terão. No holograma de todos os |
lugares do universo, a energia subjacente que une todas as coisas instantaneamente faz também a conexão |
entre elas. Os mestres espirituais geralmente concordam com os cientistas sobre essa visão da realidade. De |
acordo com a descrição de Ervin Laszlo, fundador da filosofia dos sistemas, "A vida evolui como o próprio |
universo, em uma 'dança sagrada' com um campo subjacente". |
Isso parece ser precisamente o que, no antigo Sutra Avata Saka do Budismo Mahayana, é descrito como |
"a maravilhosa rede" de energia que une todas as coisas no cosmos. Admitindo-se que o universo esteja em |
toda a parte e que ele seja holográfico, essa rede não apenas interliga tudo, como cada ponto dentro dela |
também reflete todos os outros. O Sutra começa afirmando que certa vez, em um passado distante, a rede |
estava "suspensa, estendendo-se infinitamente em todas as direções", como o próprio universo. |
A rede não só é o universo como o contém e lhe dá qualidades holográfi- cas. O antigo Sutra descreve |
que a rede tem um número infinito de jóias que atuam como seus olhos cósmicos. Todas as coisas ficam |
dessa maneira visíveis a todas as outras. Provavelmente em uma das mais antigas descrições de um |
holograma até hoje descobertas, o Sutra revela o poder de cada jóia para criar a mudança em toda a rede: |
"Cada uma das jóias refletida em uma única jóia também está refletindo todas as outras, de modo que |
ocorra o processo de reflexão infinita". De acordo com a mencionada tradução, tal rede "simboliza um |
cosmos no qual há uma relação mútua infinitamente repetida entre todos os seus membros componentes". |
Maravilhosa descrição do princípio sutil, mas no entanto poderoso, que a natureza usa para sobreviver, |
crescer e evoluir. Em um universo holográfico, onde todas as peças já contêm o mundo todo espelhado em |
uma escala menor, tudo já se encontra em todos os lugares. O princípio holográfico promete que tudo o |
que precisamos para sobreviver e crescer sempre esteve conosco, em todos os lugares e o tempo todo ... da |
simplicidade de uma folha de grama à complexidade do nosso corpo. |
Quanto mais entendermos o poder de nosso infinitamente conectado holograma, mais evidente se |
torna que não existe nada oculto e que não existem segredos — essas coisas são subprodutos de nossa |
sensação de separação. Ainda que possa parecer que estamos desconectados um do outro e do resto do |
mundo, essa falta de ligação não existe no plano onde o holograma se origina: dentro da Matriz Divina. |
Com esse tipo de unificação, realmente não podem existir os conceitos "aqui" e "lá". |
Agora podemos responder ao "porquê" da aura de mistério em torno dos experimentos da primeira |
parte do livro. Quando o Exército dos Estados Unidos executou as experiências com aquele doador e suas |
células, o DNA reagiu como se estivesse ainda ligado à pessoa enquanto ela passava pelas emoções que |
faziam parte do teste. Até mesmo quando o doador e seu DNA foram separados por distâncias de até 560 |
quilômetros, os resultados foram idênticos e o mistério continuou existindo, porque as explicações |
convencionais que tentaram explicar por que o DNA respondia às emoções da pessoa de onde havia sido |
extraído se mostraram inválidas. |
A maioria das pessoas poderia supor que alguma energia estava sendo compartilhada nesse |
experimento. Geralmente imaginamos a energia sendo gerada em um lugar e sendo transmitida por algum |
meio para outro lugar. De modo semelhante ao que se passa com as imagens de televisão ou com a música |
do rádio, quando o que é irradiado do ponto A chega até o ponto B, é natural nossa expectativa de que |
exista algum tipo de força percorrendo a distância entre o doador e seu DNA. Entretanto, algum tempo |
transcorre quando se vai de um lugar para o outro. Ainda que esse intervalo tenha duração curta, talvez de |
apenas um nano segundo, algum tempo se passa até que a energia convencional se mova de um ponto a |
outro. |
Entretanto, o ponto principal do experimento foi justamente o fato de um relógio atômico (com atraso |
de um segundo em um milhão de anos) indicar que nem um instante havia transcorrido. O efeito foi |
simultâneo porque nenhuma troca foi necessária. No plano quântico, tanto o doador como o DNA |
pertenciam ao mesmo e único padrão, a informação de um estava presente no outro: eles já estavam |
conectados. A energia proveniente das emoções do doador nunca viajou para lugar algum, porque ela já |
estava em todos os lugares. |
As mudanças que desejamos que ocorram no mundo — não importa se se trata de curar ou de dar |
segurança aos que nos são próximos ou favorecer a paz no Oriente Médio ou em uma das nações no |
momento empenhadas em conflitos armados — não precisam ser enviadas do nosso intimo para os locais |
onde são necessárias. Não é necessário "enviar" alguma coisa para algum lugar. Se temos nossas orações |
dentro de nós, elas estão presentes em todos os lugares. |
Princípio 14: O holograma universalmente conectado da consciência nos promete que os desejos |
e orações chegam ao seu destino no momento em que são concebidos. |
As implicações desse princípio são vastas e profundas. Para realmente saber o significado disso em |
nossa vida precisamos examinar o último detalhe do funcionamento do holograma: o poder para fazer |
mudança que existe dentro dele. Se todas as coisas estão verdadeiramente interligadas e se tudo já está em |
toda parte o tempo todo, o que acontece quando fazemos uma mudança em alguma parte do holograma? |
Mais uma vez, essa pergunta tem uma resposta surpreendente. |