CAPÍTULO 11 - O SIMBOLISMO DO NATAL.

CAPÍTULO 11 - O SIMBOLISMO DO NATAL.

"Eis que a virgem conceberá e dará à luz a um filho, e Ele

será chamado de Emanuel", que significa "Deus

conosco". (Mateus 1, versículo 23).

Uma das declarações mais controversas no Novo

Testamento se diz respeito à virgem concepção, e o

subsequente nascimento de Jesus, uma concepção feita

sem o envolvimento do homem. Está escrito que a virgem

concebeu um filho sem a ajuda do homem, então,

secretamente, e sem esforço, deu à luz a sua concepção.

Esta é a base sobre a qual repousa toda a cristandade.

Se por um lado o mundo cristão é orientado a acreditar

nesta história para que o homem creia no impossível, e

para poder expressar plenamente a sua grandeza; pelo

outro, cientificamente, o homem acaba se inclinando a

descartar a Bíblia inteira por ser irreal, porque a razão não

permitirá que ele acredite que o nascimento através de

uma virgem seja fisiologicamente possível. Porém a Bíblia

é uma mensagem da alma, e deve ser interpretada

psicologicamente, se homem quiser descobrir a sua

verdadeira simbologia.

O Homem deve ver esta história como um grande drama

psicológico, ao invés de um relato sobre fatos reais. Ao

fazê-lo, ele irá descobrir que a Bíblia se baseia em uma lei,

que se auto-aplicada, resultará em uma manifestação da

expressão, transcendendo a realização dos seus sonhos

mais sutis. Para aplicar esta lei da auto-expressão, o

homem deve se desenvolver e se auto disciplinar para

manter o fundamento que "todas as coisas são possíveis

para Deus".

As principais datas destacadas no Novo Testamento, ou

seja, o nascimento, a morte, e a ressurreição de Jesus,

foram marcadas cronologicamente para coincidir com

certos fenômenos astronômicos. Os sábios que

registraram esta história notaram que, em determinadas

estações do ano, alterações benéficas na terra

coincidiram com mudanças astronômicas no céu. Ao

escrever este grande drama psicológico, eles

personificaram a história da alma como se fosse a

biografia do homem.

Baseado nestas mudanças cósmicas, eles dataram o

nascimento e a ressurreição de Jesus, de forma que estas

datas também comunicassem e transmitissem essas

mesmas alterações benéficas, afim de que elas também

ganhassem lugar psicologicamente na consciência do

homem que segue a lei.

Mesmo para aqueles que não conseguem entender isso,

a história do Natal é uma das mais belas histórias já

contadas. Quando desvendada à luz de sua simbologia e

sabedoria, ela revela como se realiza o verdadeiro

nascimento para todas as manifestações no mundo.

Este nascimento virginal foi registrado como ocorrido em

25 de dezembro, ou, como algumas sociedades o

celebram, na véspera de Natal, à meia-noite do dia 24 de

dezembro.

Os sábios estabeleceram esta data para marcar o

nascimento de Jesus, porque ela coincide com os grandes

benefícios que ocorrem na terra, devido a uma

importante mudança astronômica que ocorre no planeta.

As observações astronômicas que levaram os autores

desta história a usar estas datas, foram todas feitas a

partir do Hemisfério Norte, assim, do ponto de vista

astronômico, elas são inversamente proporcionais a

partir das latitudes do Hemisfério Sul. No entanto, como

esta história foi registrada no Norte, suas observações,

referências e eventos, nestas datas, só podem ser vistas

fisicamente a partir deste hemisfério.

O homem desde cedo descobriu que o sol desempenha

um papel muito importante na sua vida, e que sem o sol,

a vida física como ele conhece, não existiria. Então, essas

datas mais importantes na história da vida de Jesus, se

baseiam na posição do sol, conforme visto da Terra a

partir das latitudes do Norte.

Depois que o sol atinge o seu ponto mais alto nos céus,

em junho, ele começa a cair gradualmente para o Sul,

levando com ele a vida do mundo vegetal. Então, quando

se chega o inverno, em dezembro, quase tudo na

natureza está aquietado, estéril e até mesmo congelado

pelo frio. Se o sol continuasse a descer para o Sul, toda a

natureza poderia ser congelada até a morte.

No entanto, em 25 de dezembro, o sol começa o seu

grande movimento de retorno em direção ao Norte,

trazendo com ele novamente o calor da vida para o

mundo, junto com a promessa da salvação. A cada dia

que o sol nasce mais alto nos céus, o homem ganha

confiança de ser salvo da morte pelo frio, e pela fome,

pois ele sabe que enquanto o sol se mover para o norte,

e atravessar o Equador, toda a natureza se erguerá com

ele novamente, e que assim ela será ressuscitada de seu

longo sono de inverno.

Apesar do sol ainda não ter nascido, todos os dias

começam a partir da meia-noite, e como o sol nasce no

Leste (Oriente) e se põe no Oeste (Ocidente), os antigos

diziam que o dia nascia a partir da constelação que à

meia-noite ocupava o horizonte Leste. Na véspera de

Natal, ou à meia-noite do dia 24 de dezembro, a

constelação que aparece neste horizonte é a constelação

de Virgem. Então, por isso foi escrito que o filho e

Salvador do mundo nasceu de uma virgem.

Também foi registrado que esta virgem mãe, estava

viajando durante toda a noite, e que ela parou em uma

pousada, onde foi dado a ela o único lugar disponível

para passar a noite, que ficava na manjedoura entre os

animais, e lá, onde os animais eram alimentados, os

pastores encontraram a Criança Sagrada.

Os animais no meio dos quais a Virgem Santíssima foi

alojada, são os animais das constelações do zodíaco. E

neste constante rodízio circular das constelações do

zodíaco, está a 'Virgem', e no movimento que a Terra

realiza entre estas constelações que leva um ano

completo, toda meia-noite, no dia 24 de dezembro, a

Constelação de Virgem aparece no horizonte Leste, onde

o Sol e Salvador do mundo começa sua jornada em

direção ao Norte.

• Nota do Tradutor: todas as referências feitas às

constelações do zodíaco neste livro, tratam-se de

referências às posições e localizações geográficas

das estrelas que formam estas constelações no céu,

em relação ao movimento da Terra em torno do

sol. Não entenda o significado destas referências

como uma tentativa de endosso por parte do autor

à crença na astrologia, aos signos, ou qualquer

outro tipo de estudo místico.

Psicologicamente, este nascimento ocorre no homem no

dia em que ele descobre que a sua consciência é o sol e o

Salvador do seu mundo. Quando o homem descobrir o

significado desta afirmação psicológica: "EU SOU a luz do

mundo", ele vai perceber que seu EU SOU, ou a sua

consciência, é o sol da sua vida, o sol que irradia a luz e

lhe permite ver as imagens sobre a tela do espaço. Estas

imagens são a semelhança daquilo o que ele, como

homem, é consciente de ser. Assim, essas qualidades e

atributos que parecem se mover sobre a tela do seu

mundo, são realmente projeções desta luz interior.

As incontáveis esperanças e ambições não realizadas, são

as sementes que estão enterradas dentro da consciência,

ou ventre virgem de cada homem, e lá, elas permanecem

como as sementes da terra, presas no solo congelado do

inverno, esperando que o sol se mova para o norte, e que

o homem volte a reconhecer a posição que ele realmente

possui. Ao retomar este conhecimento, ele se moverá

para o norte, através do reconhecimento do seu

verdadeiro ser, afirmando: "EU SOU a luz do mundo".

Quando o homem descobrir que a sua consciência, o EU

SOU, é Deus, o Salvador do seu mundo, ele será como o

sol em direção ao Norte. Todas as suas ambições e

desejos ocultos serão aquecidos e estimulados com o

nascimento do conhecimento de seu verdadeiro EU. Ele

vai afirmar que ele é aquilo o que até então ele pretendia

ser. Sem a participação de qualquer homem, ele irá

definir-se conforme tudo o que ele deseja expressar. Ele

vai descobrir que o EU SOU é a virgem que dá à luz sem

o auxílio do homem, e que todas as suas auto

concepções, quando fixadas e sentidas na consciência,

serão facilmente incorporadas como realidades vivas em

seu mundo.

O homem um dia irá perceber que todo este drama

ocorre em sua consciência, que a sua consciência

incondicionada, ou EU SOU, é a Virgem Maria, desejando

por expressão; que através desta lei da auto-expressão,

ele pode se definir de acordo com aquilo o que ele deseja

expressar; e que, sem a ajuda ou cooperação de ninguém,

ele irá expressar o que ele conscientemente tem alegado

ou definido sobre si mesmo.

Ele então irá entender o porquê que o Natal é fixado em

25 de dezembro, enquanto que a Páscoa é uma data

variável, porque que toda a cristandade se baseia na

virgem concepção, e descobrirá que a sua consciência é

o ventre virgem, ou a noiva do Senhor, sendo auto

impregnado através de impressões, para que, então, sem

nenhuma assistência, ele consagre estas impressões

como expressões em sua vida.