CAPÍTULO 18 - OS DOZE DICÍPULOS.
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CAPÍTULO 18 - OS DOZE DICÍPULOS.

CAPÍTULO 18 - OS DOZE DICÍPULOS.

anderson
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CAPÍTULO 18 - OS DOZE DICÍPULOS.

Jesus, tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes

poder para expulsar espíritos imundos e curar todas as

doenças e males. (Mateus 10, versículo 1).

Os doze discípulos representam os doze atributos da

mente que podem ser controlados e disciplinados pelo

homem. Quando disciplinados, eles sempre obedecerão

ao comando de quem os disciplinou.

Estes doze atributos no homem são os potenciais de cada

mente. Quando indisciplinados, as suas ações

desordenadas se assemelham mais às ações de uma

multidão desorientada do que às táticas de um exército

treinado e disciplinado. Todas as instabilidades e

confusões que envolvem o homem, podem ser atribuídas

diretamente a estes doze atributos, que são mal

controlados pela mente humana em seu estado atual de

inércia. Até que eles sejam despertados e disciplinados,

eles permitirão que cada boato, sensação ou emoção, os

abalem.

Quando os doze estiverem disciplinados e sob controle,

aquele que o fizer, dirá a eles: "Já não vos chamo de

servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor;

mas Eu vos chamo de amigos, pois tudo o que ouço de

meu Pai, Eu compartilho convosco. (João 15, versículo

15)". Ele saberá que de agora em diante, cada

característica da mente que ele conseguir disciplinar será

um amigo e aliado, e que irá protegê-lo.

Os nomes dos doze aspectos revelam as suas naturezas.

Esses nomes não são dados a eles até que eles possam

ser chamados ao discipulado. Eles são: Simão, que mais

tarde foi chamado de Pedro, André, Tiago, João, Felipe,

Bartolomeu, Thomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu),

Tadeu, Simão (o Zelote) e Judas.

O primeiro aspecto a ser chamado e disciplinado, é

Simão, ou a capacidade de saber escutar. Esta faculdade,

quando elevada ao nível de um discípulo, permite que

apenas determinadas impressões cheguem à

consciência, apenas aquelas das quais os ouvidos são

instruídos a deixarem entrar. Não importa o que a

sabedoria do homem venha a dizer, ou o que a evidência

dos seus sentidos lhe mostre, se tais sugestões e ideias

não estiverem de acordo com o que ele ouve, ele

permanecerá intransponível.

Esta faculdade, quando instruída pelo seu Senhor, sabe

que cada sugestão que ela permitir entrar pelos "portões

do céu", os ouvidos, irá chegar ao seu Senhor e mestre (a

consciência) e deixará a sua impressão, e esta impressão,

com o tempo, se tornará uma expressão.

A instrução para Simão, é que ele garanta que somente

visitantes dignos e honrosos entrem no Templo do

Senhor (a consciência). Nenhum erro seu passará por

despercebido e nem será escondido de seu mestre, pois

cada expressão na vida mostrará ao seu Senhor, quem ele

consciente ou inconscientemente recebeu.

Quando Simão se mostrar ser um discípulo fiel e

verdadeiro através de seu trabalho, em seguida, ele

receberá o sobrenome de Pedro, ou pedra, o discípulo

impassível, que não pode ser subornado ou coagido, não

importa qual seja o visitante. Ele será chamado pelo seu

senhor como Simão Pedro, aquele quem ouve fielmente

as ordens do Senhor, e que além delas nada escuta.

Este Simão Pedro é aquele quem descobre o "EU SOU"

como o Cristo, e por causa desta sua descoberta, lhe são

entregues as chaves do céu, e sobre esta pedra se edifica

o Templo de Deus. As construções devem ter bases

sólidas, e somente uma audição disciplinada pode, ao

perceber que o "EU SOU" é Cristo, permanecer firme e

inabalável, sabendo que "EU SOU" Deus, e além de "MIM"

não há nenhum Salvador.

O segundo aspecto a ser chamado ao discipulado é

André, ou coragem. Quando o primeiro aspecto: a fé em

si mesmo, é desenvolvido, ele automaticamente chama o

seu irmão, ou a coragem. A Fé em si mesmo não pede a

ajuda de nenhum homem, mas sozinha e silenciosamente

se apropria da consciência da qualidade desejada, e

apesar da razão ou das evidências de seus sentidos

provarem o contrário, ela continua fiel, esperando

pacientemente com a certeza de que sua afirmação

invisível, se mantida, será realizada. Tal fé desenvolve

uma coragem e uma força de caráter que vão muito mais

além do que os maiores sonhos do homem

indisciplinado, cuja fé está apenas nas coisas que vê.

A fé do homem indisciplinado, na verdade, não pode ser

chamada de fé. Porque, se lhe tomarem os

medicamentos, os exércitos, ou a sabedoria do homem,

nos quais a sua fé é depositada, esta fé e coragem,

também serão tomadas. Mas para aquele que é

disciplinado, o mundo inteiro poderia ser tomado, e

ainda assim permaneceria fiel no conhecimento de que o

estado de consciência em que ele habita, irá, no seu

devido tempo, encarnar em si. Essa coragem é o irmão de

Pedro, André, o discípulo, que sabe ousar, cumprir, e

manter discrição.

Os próximos dois a serem chamados também estão

relacionados. Estes são os irmãos Tiago e João, Tiago, o

justo, o juiz justo e seu irmão João, o amado. A justiça

para ser sábia, deve ser administrada com amor, sempre

oferecendo a outra face, em todos os casos, retornando

o bem para o mal, o amor para o ódio, a não-violência

para a violência.

O discípulo Tiago, símbolo de um julgamento sábio,

quando promovido para o alto cargo de um juiz supremo

e disciplinado, deverá manter os olhos vendados, para

que ele não seja influenciado pela carne e nem julgue as

coisas pelas aparências. O Julgamento disciplinado deve

ser realizado por uma pessoa que não se deixe levar pelas

aparências. Aquele quem chama esses irmãos ao

discipulado continua fiel ao seu comando proposto, ou

seja, a ouvir a apenas o bem. O homem que tem esta

qualidade da mente disciplinada, é incapaz de ouvir e

aceitar como verdade qualquer coisa que não preencha

o seu coração com amor ao ser ouvida — seja esta coisa

dita por si mesmo ou pelos outros.

Estes dois discípulos ou aspectos da mente estão unidos

como se fossem um só, e são inseparáveis quando

despertados. Aquele que é disciplinado, perdoa a todos

os homens por serem o que são. Ele, por ser um sábio juiz,

sabe que todo homem expressa perfeitamente aquilo o

que ele é consciente de ser como homem. Ele sabe que

toda manifestação repousa sobre o fundamento imutável

da consciência, e que as mudanças de expressão só

podem ser realizadas através de mudanças de

consciência.

Estas qualidades disciplinadas da mente dão permissão

para que todas as pessoas sejam aquilo o que elas

realmente são, sem condenação e sem críticas. No

entanto, embora permitam esta perfeita liberdade de

escolha para todos, estas qualidades, no entanto, estão

sempre à espreita, cuidando para que tudo o que elas

mesmas fazem e profetizam — tanto para si quanto para

os outros — apenas glorifiquem, dignifiquem e deem

alegria para quem as profere quando expressas.

O quinto elemento chamado ao discipulado é Felipe. Este

pediu para ver o Pai. O homem despertado sabe que o

pai é o estado de consciência no qual homem habita, e

que esse estado, ou Pai, só pode ser visto quando é

expressado. Ele sabe que ele é a perfeita imagem e

semelhança da consciência com a qual ele se identifica.

Então ele declara:

"Ninguém jamais viu a Deus. O Filho unigênito, que está

no seio do Pai, é quem o revela. (João 1, versículo 18).

Se vós conheceis a MIM, também conheceis a meu Pai;

e desde já o conheceis; e o tendes visto.

Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos

basta.

Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou

convosco, e ainda não me conheces; Felipe? Quem viu a

MIM, viu o Pai. Como dizes tu, 'Mostra-nos o Pai?'

Não crês tu que EU ESTOU no Pai, e que o Pai está em

MIM? As palavras que eu vos digo, não as digo por MIM

mesmo; mas o Pai, que permanece em MIM, é quem faz

as suas obras. (João 14, versículos 7, 8, 9 e 10)".

Eu e meu Pai, a consciência e a sua expressão, Deus e o

homem, são um.

Este aspecto da mente quando disciplinado, persiste até

que ideias, ambições e desejos se tornem realidades

físicas. Este é o aspecto que afirma: "Apesar de saber que

os vermes devorarão a minha pele e o meu corpo, ainda

em minha carne eu verei a Deus. (Jó 19, versículo 26)".

Ele sabe como manifestar a palavra, como dar forma ao

que não tem forma.

O sexto discípulo se chama Bartolomeu. Este aspecto é a

faculdade da imaginação, cuja qualidade da mente, uma

vez acordada, destaca o indivíduo da multidão. Uma

imaginação desperta coloca aquele que a despertou

muito acima do homem médio, dando-lhe a aparência de

um farol, uma luz em um mundo de escuridão. Nenhuma

outra qualidade separa tanto o homem do homem

quanto a imaginação disciplinada. Esta é a separação do

joio e do trigo. Aqueles que mais contribuem para a

sociedade, em sua maioria são nossos artistas, cientistas,

inventores, e todas as pessoas que possuem uma vívida

imaginação.

Se uma pesquisa fosse feita para descobrir a razão por

que tantos homens e mulheres com um bom nível de

formação educacional fracassam em seus anos pósfaculdade, ou se fosse feita para descobrir o motivo da

diferença de poder aquisitivo entre as massas, não

restaria nenhuma dúvida de que a imaginação possui

grande parte nisso. Tal pesquisa mostraria que a

imaginação é o que faz alguém ser um líder, enquanto a

falta dela é o que torna alguém um seguidor.

Ao invés de desenvolver a imaginação das pessoas, nosso

sistema educacional muitas vezes a sufoca, ao tentar

colocar na mente das pessoas a sabedoria que a ele

convém. Nosso sistema o obriga a memorizar uma

quantidade enorme de livros, que, em breve, serão

refutados por livros mais atualizados, e assim por diante.

A educação não é dada ao se tentar colocar sabedoria

dentro do homem, seu propósito na verdade é extrair e

revelar a sabedoria que está latente dentro dele. Você,

leitor, convoque a Bartolomeu para o discipulado, pois

apenas quando essa qualidade se juntar ao discipulado

você terá a capacidade de conceber ideias que irão te

elevar além das limitações do homem comum.

O sétimo é chamado de Tomé. Esta qualidade, quando

disciplinada, duvida ou nega a todos os rumores e

sugestões que não estejam em harmonia com o que

Simão Pedro tenha sido ordenado a deixar entrar. O

homem que é consciente de ser saudável (não por sua

saúde hereditária, suas dietas, ou do clima em que vive,

mas por conhecer e por ter despertado o estado de

consciência em que habita), não importa quais sejam as

condições em que o mundo se encontra, ele continuará a

expressar a saúde. Ele poderá ouvir através da imprensa,

do rádio, e dos sábios do mundo, que uma praga está

varrendo a terra, e ainda assim ele permanecerá

inabalável e indiferente. Tomé, o cético — quando

disciplinado — negará a doença ou qualquer outra coisa

que não esteja em harmonia com a consciência a qual ele

pertence, para que nada tenha o poder de afetá-la.

A qualidade do questionamento — quando disciplinada

— protege o homem de receber as impressões que não

estejam em harmonia com a sua natureza. Ele adota uma

atitude de total indiferença em relação a todas as

sugestões que são estranhas ao que ele deseja expressar.

O questionamento disciplinado, não é uma luta ou um

esforço, mas sim uma total indiferença.

Mateus, o oitavo, é o dom de Deus. Esta qualidade da

mente revela os desejos do homem como se eles fossem

presentes de Deus. O homem que chama a este discípulo

para si, sabe que todos os desejos do seu coração são um

presente do céu, e que eles contêm em si o plano e o

poder de sua auto-expressão. Este homem nunca

questiona a forma de sua manifestação. Ele sabe que o

plano de expressão nunca é revelado ao homem, pois os

caminhos de Deus só se revelam ao se passar por eles. Ele

aceita totalmente os seus desejos como se fossem

presentes já recebidos, e segue o seu caminho em paz, na

certeza de que eles vão acontecer.

O nono discípulo é Tiago, filho de Alfeu. Ele é a

capacidade de discernimento. Uma mente clara e

ordenada é a voz que chama este discípulo para si. Esta

faculdade, percebe aquilo o que não é revelado aos olhos

do homem. Este discípulo, não julga pelas aparências,

pois ele tem a capacidade de perceber a fonte das causas,

e sendo assim ele nunca é enganado pelas aparências.

A clarividência é a faculdade que é despertada quando

esta qualidade é desenvolvida e disciplinada, não a

clarividência de cerimônias e rituais mediúnicos, mas a

verdadeira clarividência, a clareza de ver todos os

aspectos de uma situação.

Ou seja, este aspecto da mente tem a capacidade de

interpretar aquilo o que é visto. Discernimento ou a

capacidade de diagnosticar, é a qualidade de Tiago, filho

de Alfeu.

Tadeu, o décimo, é o discípulo da gratidão, uma

qualidade da qual o homem indisciplinado

lamentavelmente não possui. Quando esta qualidade de

louvor e ação de graças é despertada dentro do homem,

ele sempre carrega as palavras: "Obrigado Pai", em seus

lábios. Ele sabe que o seu agradecimento pelas coisas não

vistas, lhe abre as comportas do céu, que lhes dão

presentes que vão além da sua capacidade de receber, e

são derramados sobre ele.

O homem que não é grato pelas coisas que recebe, não

se torna um bom candidato a receber muitos presentes

de uma mesma fonte. Até que esta qualidade da mente

seja disciplinada, o homem não verá a flor do deserto

como uma rosa.

Gratidão e reconhecimento são para os dons invisíveis de

Deus (os seus desejos), aquilo o que a chuva e o sol são

para as sementes invisíveis no seio da terra.

O décimo primeiro aspecto a ser convidado, é Simão de

Canaã. Uma boa ordem para este discípulo é: "Escutai as

boas novas". Simão de Canaã, ou Simão da terra do leite

e do mel, quando chamado ao discipulado, é a prova de

que quem chama esta faculdade para si, tornou-se

consciente da vida abundante. Ele pode falar como o

salmista Davi, "Preparas uma mesa perante mim na

presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça

com azeite, e meu cálice faz transbordar". Este aspecto

disciplinado da mente é incapaz de ouvir qualquer coisa

exceto às boas notícias, e sendo assim é bem qualificado

para pregar o Evangelho, ou as Boas Novas.

O décimo segundo, e último dos aspectos disciplinados

da mente, é chamado de Judas. Quando esta qualidade é

despertada, o homem sabe que ele deve morrer para

aquilo o que ele é, antes que ele possa se tornar aquilo o

que ele deseja ser. Então, por isso é dito que ele é o

discípulo que cometeu suicídio, o que é uma metáfora,

uma maneira figurada de dizer aos iniciados que Judas é

o aspecto disciplinado do desprendimento. Ele é aquela

pessoa que sabe que o seu "EU SOU", que a sua

consciência, é o seu Salvador, então ele abandonou a

todos os outros salvadores. Essa qualidade, quando

disciplinada, dá àquele que a possui, a força para o

desprendimento.

O homem que chamou a Judas para si, aprendeu como

desviar a sua atenção para longe dos problemas ou

limitações, e a focá-la naquilo que é a solução ou

Salvador.

"Em verdade, em verdade eu vos digo, se alguém não

nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (João 3,

versículo3)".

"Não existe maior amor do que este: alguém que

entregue a própria vida pelos seus amigos. (João 15,

versículo 13)".

Quando o homem perceber que quando a qualidade do

seu desejo for alcançada, ela salvará a ele e aos seus

amigos, ele voluntariamente dará a sua vida (a sua atual

concepção de si mesmo) pelos seus amigos,

abandonando a sua consciência do que ele atualmente é

consciente de ser, para assumir a consciência daquilo o

que ele deseja ser.

Judas, aquele a quem o mundo em sua ignorância o vem

desmerecido, será, quando o homem despertar de seu

estado indisciplinado, elevado ao alto, pois Deus é amor,

e não existe maior amor do que este — alguém que

entregue a própria vida pelos seus amigos. Até que o

homem deixe de ser aquilo o que ele é consciente de ser

agora, ele não se tornará aquilo o que ele deseja ser, e

Judas é aquele que consegue isso, através do

desprendimento ou do "suicídio" (metaforicamente

falando).

Estas são as doze qualidades que foram dadas ao homem

na criação do mundo. O dever do homem é desenvolvêlas ao o nível do discipulado. Quando isso for feito, o

homem poderá dizer: "Eu te glorifiquei na terra,

finalizando a obra que me entregaste para realizar. E

agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu

tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17,

versículos 4 e 5)".