CAPÍTULO 24 - CLAREVIDÊNCIA.
CAPÍTULO 24 - CLAREVIDÊNCIA. |
Tendo olhos, não vistes? E, possuindo ouvidos, não |
escutastes? E nem vos recordais? (Marcos 8, versículo |
18). |
A verdadeira clarividência não se encontra na sua |
capacidade de ver coisas além do alcance da visão |
humana, mas sim, na sua capacidade de entender aquilo |
o que você vê. |
Um balanço financeiro pode ser visto por qualquer |
pessoa, mas pouquíssimas pessoas entendem um |
balanço financeiro. A capacidade de interpretar uma |
mensagem é a marca de uma visão clara, ou clarividência. |
Saber que cada objeto, animado e inanimado, é formado |
por uma essência de luz que se move e pulsa com uma |
energia muito mais radiante do que a dos próprios |
objetos em si, ninguém melhor do que o autor sabe, |
porém, ele sabe também, que, a capacidade de |
reconhecer a existência desta energia, não é igual à |
capacidade de entendê-la. |
Para ilustrar este ponto, aqui está uma história muito |
conhecida e famosa no mundo todo, e, no entanto, |
somente o verdadeiro sábio, ou clarividente, realmente |
entende a sua mensagem. |
O CONDE DE MONTE CRISTO |
SINOPSE |
O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, descreve |
para o verdadeiro sábio e clarividente, a biografia de cada |
homem. |
Primeiro |
Edmond Dantés, um jovem marinheiro, encontra morto o |
capitão de seu navio. Assumindo o comando do navio no |
meio de uma tempestade em alto-mar, ele tenta conduzir |
o navio a um porto seguro. |
Segundo. |
Junto a Dantés está um documento secreto que deve ser |
entregue a um homem que ele não conhece, mas que |
será apresentado ao jovem marinheiro no momento |
oportuno. Este documento é um plano para libertar o |
Imperador Napoleão de sua prisão na ilha de Elba. |
Terceiro. |
Assim que Dantés consegue chegar ao Porto, três |
homens (que através de seus favores e bajulações |
conseguiram a simpatia do atual rei), temendo que |
qualquer mudança pudesse prejudicar as suas posições |
no governo, prenderam o jovem marinheiro e o |
trancafiaram nas catacumbas. |
Quarto. |
Nesta masmorra Dantés é esquecido e deixado para |
apodrecer. Muitos anos se passam. Então, um dia, Dantés |
(que a esta altura já estava como um esqueleto vivo) |
escutou uma batida na parede. Respondendo a esta |
batida, ele escuta uma voz do outro lado desta parede. |
Em resposta a esta voz, Dantés remove uma pedra da |
parede e encontra um velho padre, que esteve nesta |
prisão a tanto tempo, que ninguém sabia o motivo de sua |
prisão e nem o tempo que ele lá estava. |
Quinto. |
O velho padre estava há muitos anos cavando uma saída |
desta prisão, apenas para descobrir que, ele cavou o seu |
caminho na direção da cela de Dantés. E então aceita o |
seu destino e decide encontrar a sua alegria e liberdade, |
ensinando a Dantés tudo o que ele sabia a respeito dos |
mistérios da vida, enquanto o ajudava a fugir também. |
Dantés, de início, era muito impaciente para aprender |
todos os ensinamentos, mas o velho padre, com sua |
infinita paciência, adquirida através de seu longo tempo |
de confinamento, mostrou a Dantés o quanto a sua |
mente impaciente era imprópria para adquirir novos |
conhecimentos. Então com uma paciência filosófica ele |
lentamente revela ao jovem os mistérios da vida e do |
tempo. |
Sexto. |
Conforme Dantés amadurece com os ensinamentos do |
velho sacerdote, o velho acaba vivendo cada vez mais na |
consciência de Dantés. Por fim, ele participa a Dantés o |
seu último nível de sabedoria, tornando-o capaz de |
assumir e lidar com altos cargos de confiança. E então ele |
lhe conta sobre um inesgotável tesouro enterrado na ilha |
de Monte Cristo. |
Sétimo. |
Com esta revelação, as paredes superiores do túnel que |
estavam escavando para o oceano, cederam, esmagando |
o velho, e o levando à morte. Os guardas, descobrindo o |
incidente, colocaram o corpo do velho padre em um saco |
e o prepararam para jogá-lo ao mar. |
Conforme eles deixam a sua cela para buscar uma maca, |
Dantés remove o corpo do velho sacerdote e ele se |
coloca dentro do saco. Os guardas, desconhecendo esta |
mudança de corpos, e acreditando que o velho homem |
estava no saco, jogaram Dantés nas águas. |
Oitavo. |
Dantés consegue se libertar do saco, segue para a ilha de |
Monte Cristo e encontra o tesouro enterrado. Então, |
provido com esta fabulosa riqueza e com sua sabedoria |
sobre-humana, ele renuncia a sua identidade humana de |
Edmond Dantés, e assume o título de Conde de Monte |
Cristo. |
INTERPRETAÇÃO. |
Primeiro. |
A própria vida é uma tempestade em alto mar, da qual o |
homem enfrenta enquanto ele tenta se orientar para |
achar um porto seguro para repousar. |
Segundo. |
Dentro de cada homem existe um plano secreto, que |
libertará o poderoso imperador dentro de si mesmo. |
Terceiro. |
O homem, em sua tentativa de encontrar segurança |
neste mundo, é enganado pelas falsas fontes de poder, a |
vaidade e a ganância. |
A maioria dos homens acreditam que a fama, as grandes |
riquezas ou poder político irão assegurá-los contra as |
tempestades da vida. Então eles procuram fazer destes |
atributos as âncoras da sua vida, apenas para descobrir |
que a sua busca por estes, os fazem perder |
gradativamente o conhecimento do seu verdadeiro ser. |
Se o homem colocar a sua fé em outras coisas além de si |
mesmo, aquilo no qual é depositada a sua fé, com o |
tempo, irá destruí-lo, com o tempo eles se verão presos |
na confusão e no desespero. |
Quarto. |
Trancado nas paredes da escuridão mental, o homem |
permanece no que então parece ser uma morte em vida. |
Depois de anos de desilusão, o homem se volta contra |
estas miragens, e ele descobre dentro de si mesmo, uma |
sabedoria anciã (a sua consciência de ser), que foi |
trancafiada desde o primeiro dia em que ele acreditou ser |
como homem e esqueceu-se de que era Deus. |
Quinto. |
"O velho padre estava há muitos anos cavando uma saída |
desta prisão, apenas para descobrir que ele cavou o seu |
caminho na direção da cela de Dantés. E então aceita o |
seu destino e decide encontrar a sua alegria e liberdade, |
ensinando a Dantés tudo o que ele sabia a respeito dos |
mistérios da vida, enquanto o ajudava a fugir também." |
"Dantés, de início, era muito impaciente para aprender |
todos os ensinamentos, mas o velho padre, com sua |
infinita paciência adquirida através de seu longo tempo |
de confinamento, mostrou a Dantés o quanto a sua |
mente impaciente era imprópria para adquirir novos |
conhecimentos. Então com uma paciência filosófica ele |
lentamente revela ao jovem os mistérios da vida e do |
tempo." |
Esta revelação é tão maravilhosa, que quando o homem |
a ouve pela primeira vez, ele quer adquiri-la toda de uma |
só vez, mas ele descobre que ele passou tantos anos na |
crença de ser homem, que ele se esqueceu |
completamente da sua verdadeira identidade, e que ele |
agora é incapaz de restaurar essa memória toda de uma |
vez. Ele também descobre que ele só conseguirá |
restaurá-la em proporção ao seu desapego de todas as |
ideias e valores humanos. |
Sexto. |
"Conforme Dantés amadurece com os ensinamentos do |
velho sacerdote, o velho acaba vivendo cada vez mais na |
consciência de Dantés. Por fim, ele participa a Dantés o |
seu último nível de sabedoria, tornando-o capaz de |
assumir e lidar altos cargos de confiança. E então ele lhe |
conta sobre um inesgotável tesouro enterrado na ilha de |
Monte Cristo." |
Conforme o homem se livra dos "preciosos" valores |
humanos, ele absorve a luz (o velho padre) cada vez mais, |
até que finalmente ele se torna essa luz e se reconhece |
ser como o ancião. EU SOU a luz do mundo. |
Sétimo. |
"Com esta revelação, as paredes superiores do túnel que |
estavam escavando para o oceano, cederam, esmagando |
o velho e o levando à morte. Os guardas, descobrindo o |
incidente, colocaram o corpo do velho padre em um saco |
e o prepararam para jogá-lo ao mar". |
"Conforme eles deixam a sua cela para buscar uma maca, |
Dantés remove o corpo do velho sacerdote e ele se |
coloca dentro do saco. Os guardas, desconhecendo esta |
mudança de corpos, e acreditando que o velho homem |
estava no saco, jogaram Dantés nas águas." |
A sequência sangue e água, na morte do velho sacerdote, |
é comparável à sequência de sangue e água na história |
de Jesus quando os guardas romanos o perfuraram. |
Sangue e água sempre são encontrados em nascimentos |
(que aqui está simbolizado pelo nascimento de uma nova |
consciência mais elevada). |
Oitavo. |
Homem descobre que a sua consciência de ser é o |
inesgotável tesouro do universo. No dia em que o |
homem faz esta descoberta, ele morre como homem e |
desperta como Deus. |
Sim, Edmond Dantés se tornou o Conde de Monte Cristo. |
O homem se torna Cristo. |