Dissolvendo a inconsciência comum.
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Dissolvendo a inconsciência comum.

Dissolvendo a inconsciência comum.

anderson12/21/2021
17 min
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Dissolvendo a inconsciência comum.

Como podemos nos livrar desse desconforto?

Torne-o consciente. Observe as muitas maneiras pelas quais o desconforto, o

descontentamento e a tensão surgem dentro de você, através de julgamentos

desnecessários, resistência àquilo que é e negação do Agora. Qualquer coisa inconsciente se

dissolve quando a luz da consciência brilha sobre ela. Se soubermos como dissolver a

inconsciência comum, a luz da nossa presença irá brilhar intensamente e será muito mais

fácil lidarmos com a inconsciência profunda. Mas, no início, talvez não seja muito fácil

detectar a inconsciência comum porque a consideramos uma coisa normal.

Habitue-se a monitorar o seu estado mental e emocional através de uma autoobservação. “Estou me sentindo à vontade nesse momento?” é uma pergunta que você

deve se fazer com freqüência. Ou pode se questionar: “O que está acontecendo dentro de

mim neste exato momento?” Mantenha o mesmo nível de interesse pelo que vai tanto no

seu interior quanto no exterior. Se você captar corretamente o interior, o exterior se

encaixará no lugar. A realidade principal está no interior, a realidade externa é secundária.

Mas não responda logo a essas questões. Direcione a sua atenção para o interior. Olhe para

dentro de você. Que tipo de pensamentos a sua mente está produzindo? O que você sente?

Dirija a atenção para o seu corpo. Existe alguma tensão? Quando você perceber um certo

desconforto, um ruído estático ao fundo, verifique que caminhos você está usando para

evitar, resistir ou negar a vida, o Agora. Existem muitos caminhos pelos quais resistimos,

inconscientemente, ao momento presente. Vou dar alguns exemplos. Com a prática, o seu

poder de auto-observação, de monitorar o seu estado interior, se tornará mais aguçado.

Libertando-se da infelicidade.

Você não está satisfeito com as atividades que desempenha? Talvez não goste de seu

trabalho ou tenha se aborrecido por ter concordado em fazer alguma coisa, embora parte

de você não goste e ofereça resistência. Tem algum ressentimento oculto em relação a

alguém próximo a você? Percebe que a energia que você desprende por conta disso tem

efeitos tão prejudiciais que você está contaminando a si mesmo e aos que estão ao seu

redor? Dê uma boa olhada dentro de você. Existe algum leve traço de ressentimento ou má

vontade? Se existe, observe-o, tanto no nível mental quanto no emocional. Que tipos de

pensamento a sua mente está criando em torno dessa situação? Depois, observe a sua

emoção, que é a reação do corpo a esses pensamentos. Sinta a emoção. Ela lhe parece

agradável ou não? É uma energia que você escolheria para ter dentro de você? Você tem

escolha?

Talvez a atividade seja tediosa, ou alguém próximo a você seja desonesto, irritante ou

inconsciente, mas tudo isso é irrelevante. Não faz a menor diferença se os seus

pensamentos e emoções a respeito da situação tenham ou não uma justificativa. O fato é

que você está resistindo ao que é. Está transformando o momento atual num inimigo. Está

criando infelicidade, um conflito entre o interior e o exterior. A sua infelicidade está 

poluindo não só o seu próprio ser interior e daqueles à sua volta, como também a psique

coletiva humana, da qual você é uma parte inseparável. A poluição do planeta é apenas um

reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhões de indivíduos

inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si.

Você pode parar de executar a tarefa que está lhe causando insatisfação, falar com a

pessoa envolvida e expressar todos os seus sentimentos, ou livrar-se da negatividade que a

sua mente criou em volta da situação e que não serve a nenhum propósito, exceto o de

fortalecer um falso sentido do eu interior. É importante reconhecer essa inutilidade. A

negatividade nunca é o melhor caminho para lidar com qualquer situação. Na verdade, na

maior parte dos casos, ela nos paralisa, bloqueando qualquer mudança verdadeira. Qualquer

coisa feita com uma energia negativa será contaminada por ela e dará origem a mais

sofrimento. Além disso, qualquer estado interior negativo é contagioso, pois a infelicidade

se espalha mais rapidamente do que uma doença física. Pela lei da ressonância, ela detona e

alimenta a negatividade latente nos outros, a menos que sejam imunes, quer dizer,

altamente conscientes.

Você está poluindo o mundo ou limpando a sujeira? Você é responsável pelo seu

espaço interior, da mesma forma que é responsável pelo planeta. Assim no interior, assim

no exterior: se os seres humanos limparem a poluição interior, deixarão então de criar a

poluição externa.

Como podemos nos livrar da negatividade?

Descartando-a. Como nos livramos de um pedaço de carvão em brasa que está em

nossas mãos? Como nos livramos de uma bagagem pesada e inútil que estamos

carregando? Reconhecendo que não desejamos mais sofrer nem carregar peso, e deixandoos de lado.

A inconsciência profunda, como o sofrimento físico ou outro sofrimento profundo,

como, por exemplo, a perda de uma pessoa amada, quase sempre necessita ser

transformada através da aceitação combinada com a luz da presença, ou seja, através de

uma atenção constante. Por outro lado, muitos padrões da inconsciência comum podem

ser simplesmente descartados ao percebermos que não os queremos mais ou que não

precisamos mais deles, que temos uma escolha e que não somos só um feixe de reflexos

condicionados. Tudo isso indica que somos capazes de acessar o poder do Agora. Sem ele,

não temos escolha.

Ao chamar algumas emoções de negativas, será que você não está criando uma polaridade mental de

bom e mau, como mencionou anteriormente?

Não. A polaridade foi criada num estágio anterior, quando sua mente julgou o

momento presente como mau. Foi esse julgamento que criou a emoção negativa.

Mas ao chamar algumas emoções de negativas, você não está querendo dizer que elas não deveriam

estar ali, que não está certo ter essas emoções? Entendo que deveríamos nos permitir ter qualquer tipo de

sentimento, sem julgar se ele é bom ou mau. Não há nada demais em estar com raiva, de mau humor, ou

seja lá o que for, do contrário, nos sentiremos reprimidos, em conflito interior ou rejeitados. As coisas estão

bem do jeito que são.

Sem dúvida. Quando um padrão mental, uma emoção ou uma reação forem

observados, aceite-os. Você não está consciente o bastante para ter uma escolha em relação

a esse assunto. Não se trata de um julgamento, apenas de um fato. Se você tivesse uma

escolha, ou percebesse que, de fato, tem uma escolha, escolheria o sofrimento ou a alegria, o

conforto ou o desconforto, a paz ou o conflito? Escolheria um pensamento ou um

sentimento que separasse você do seu estado natural de bem-estar, da alegria da vida

interior? Chamo de negativo a qualquer sentimento dessa natureza, o que significa

simplesmente mau. Não no sentido de “você não deveria ter feito isso”, mas simplesmente

o mau no sentido concreto, como sentir dor de estômago. Como é possível que os seres

humanos tenham assassinado mais de 100 milhões de seus semelhantes apenas no século

vinte?1

Pessoas infligindo um sofrimento de tal magnitude umas às outras está além de

qualquer coisa que você possa imaginar. E isso sem considerar a violência física, mental e

emocional, a tortura, o sofrimento e a crueldade que os homens continuam a infligir uns

aos outros, bem como a outros seres vivos.

Será que agem assim em seu estado natural, em contato com a alegria da vida dentro

deles? Claro que não. Somente aqueles que vivem num estado profundamente negativo,

que se sentem de fato muito mal, poderiam ver tal realidade como um reflexo do modo

como se sentem. No momento, essas pessoas estão empenhadas em destruir a natureza e o

planeta que nos sustenta. Isso é inacreditável, mas é verdadeiro. O homem é uma espécie

perigosamente insana e doente. Isso não é um julgamento, é um fato. É também um fato

que a sanidade está lá, por baixo da loucura. A cura e a redenção estão disponíveis neste

exato momento.

É verdade que, quando aceita seu ressentimento, o mau humor, a raiva, etc., você não

sente mais necessidade de manifestá-los de maneira cega e tem menos chance de projetálos sobre os outros. Mas eu me pergunto se você não está se iludindo. Quando uma pessoa

vem praticando a aceitação por um tempo, como é o seu caso, chega um ponto em que

precisa passar para o estágio seguinte, onde essas emoções negativas não são mais criadas.

Se você não passa, a “aceitação” se torna apenas um rótulo mental que permite ao seu ego

continuar a ser tolerante com a tristeza e, dessa forma, fortalecer o sentimento de separação

das outras pessoas, do seu ambiente, do seu aqui e agora. Como você bem sabe, a

separação é a base do sentido de identidade do ego. A aceitação verdadeira poderia

transformar tudo de uma vez por todas. E se sabe, bem lá no fundo, que tudo “está bem”

como você diz, será que esses pensamentos negativos viriam em primeiro lugar? Se não

houver julgamento nem resistência ao que é, eles nem surgiriam. A sua mente diz que “tudo

está bem”, mas no fundo você não acredita nisso, e assim os velhos padrões de resistência

mental e emocional ainda estão ali. É isso o que nos faz mal.

Isso também não tem importância.

Você está defendendo o seu direito de ser inconsciente, o seu desejo de sofrer? Não

se preocupe, pois ninguém vai lhe tirar esse direito. Ao perceber que um determinado tipo

de alimento lhe faz mal, você continuaria a comer aquele alimento e insistiria em afirmar

que não se importa em passar mal?

Onde quer que você esteja, esteja por inteiro

Você pode dar outros exemplos da inconsciência comum?

Observe quando estiver reclamando, com palavras ou pensamentos, de uma situação

que envolva você – pode ser alguém que fez ou disse algo que lhe aborreceu, algo sobre a

sua situação de vida, o lugar onde mora, ou até mesmo o tempo. Reclamar é sempre uma

não aceitação de algo que é. Essa atitude contém invariavelmente uma carga negativa

inconsciente. Quando você reclama, transforma-se em vítima. Quando fala, você está no

controle. Portanto, mude a situação agindo ou falando, caso necessário ou possível, ou

então fuja da situação ou mesmo aceite-a. Tudo o mais é loucura.

A inconsciência comum é sempre relacionada, de algum modo, com a negação do

Agora. O Agora, naturalmente, também implica o aqui. Você está resistindo ao aqui e

agora? Algumas pessoas prefeririam estar num outro lugar. O “aqui” delas nunca é

suficientemente bom. Observe-se e verifique se isso acontece em sua vida. Onde quer que

você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz

infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja

ter responsabilidade sobre a sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve fazê-lo

agora. Depois, arque com as conseqüências. Sem desculpas. Sem negatividade. Sem

poluição física. Mantenha limpo o seu espaço interior.

Se você tomar qualquer atitude, abandonando ou mudando a situação, livre-se

primeiro da negatividade. Uma atitude originada no discernimento tem mais efeito do que

uma originada na negatividade.

Uma atitude qualquer é muitas vezes melhor do que nenhuma atitude, especialmente

se há muito tempo você está paralisado numa situação infeliz. Se for uma atitude errada, ao

menos você aprenderá alguma coisa, caso em que deixará de ser um erro. Se você não agir,

nada aprenderá. Será que o medo está evitando que você tome uma atitude? Admita o

medo, observe-o, concentre-se nele, esteja totalmente presente. Isso corta a ligação entre o

medo e o pensamento. Não deixe o medo nascer em sua mente. Use o poder do Agora. O medo

não pode prevalecer sobre ele.

Se não há mesmo nada a fazer e você não pode mudar a situação, então aceite o aqui e

agora totalmente, abandonando toda a resistência interior. O falso e infeliz eu interior, que

adora sentir-se miserável, ressentido ou com pena de si mesmo, não consegue mais

sobreviver. Isso se chama rendição. A rendição não é uma fraqueza. Há uma grande força

nela. Somente alguém que se rendeu tem poder espiritual. Através da rendição, você se

livrará da situação internamente. É possível que você perceba uma mudança na situação

sem que tenham sido necessários maiores esforços da sua parte. De qualquer forma, você

está livre.

Ou haverá algo que você “deveria” estar fazendo mas não está? Levante-se e faça

agora. Ou, em vez disso, aceite totalmente a sua inatividade, preguiça ou passividade neste

momento, se esta é a sua escolha. Mergulhe nela por inteiro. Desfrute-a. Seja tão

preguiçoso ou inativo quanto puder. Se você fizer isso conscientemente, logo sairá dela. Ou

talvez não. Em qualquer dos casos, não há nenhum conflito interior, nenhuma resistência,

nenhuma negatividade.

Você está sofrendo de estresse? Pensa tanto no futuro que o presente está reduzido a

um meio para chegar lá? O estresse é causado pelo estar “aqui” embora se deseje estar “lá”,

ou por se estar no presente desejando estar no futuro. É uma divisão que corta a pessoa

por dentro. Criar e viver com essa divisão é insano. O fato de que todas as pessoas estão

agindo assim não torna ninguém menos insano. Se você não pode fugir disso, tem de se

movimentar rápido, trabalhar rápido, ou até mesmo correr, sem se projetar no futuro e sem

resistir ao presente. Quando se movimentar, trabalhar e correr, faça tudo por inteiro.

Desfrute o fluxo de energia, a alta energia desse momento. Agora não há mais estresse, não

há mais divisão por dois, apenas o movimento, a corrida, o trabalho. Desfrute essas

atitudes. Ou você também pode abandonar tudo e se sentar num banco do parque. Mas, ao

fazê-lo, observe a sua mente. Pode ser que ela diga: “Você devia estar trabalhando. Está

perdendo o seu tempo”. Observe a mente. Sorria para ela.

O passado toma uma grande parte da sua atenção? Você freqüentemente fala e pensa

sobre ele, tanto de forma positiva quanto negativa? As grandes coisas que você conquistou,

suas experiências e aventuras, ou as coisas horrorosas que lhe aconteceram, ou talvez que

você fez a alguém? Será que seus pensamentos estão gerando culpa, orgulho,

ressentimento, raiva, arrependimento ou autopiedade? Então, você está não só dando mais

força ao falso eu interior, como também ajudando a acelerar o processo de envelhecimento

do seu corpo através da criação de um acúmulo de passado na sua psique. Constate isso

observando à sua volta aquelas pessoas que têm uma forte tendência para se apegar ao

passado.

Morra para o passado a cada instante. Você não precisa dele. Refira-se a ele apenas

quando totalmente relevante para o presente. Sinta o poder do momento presente e a

plenitude do Ser. Sinta a sua presença.

Você tem preocupações? Tem muitos pensamentos do tipo “e se”? Você está

identificado com a mente, que está se projetando num futuro imaginário e criando o medo.

Não há como enfrentar tal tipo de situação, porque ela não existe. É um fantasma mental.

Você pode parar com essa insanidade que corrói a saúde e a vida aceitando simplesmente o

momento presente. Perceba a sua respiração. Sinta o ar entrando e saindo do seu corpo.

Sinta o seu campo interno de energia. Tudo com o que você sempre teve que lidar, tudo

que teve de enfrentar na vida real, em oposição às projeções imaginárias da mente, é o

momento presente. Pergunte-se qual é o seu problema neste exato momento, não no ano que

vem, ou amanhã ou daqui a cinco minutos. O que está errado neste exato momento? Você

pode sempre enfrentar o Agora, mas não pode jamais enfrentar o futuro, nem tem de fazer

isso. A resposta, a força, a atitude certa estarão à sua disposição quando você precisar, nem

antes, nem depois.

“Algum dia vou fazer isso”. Seu objetivo está tomando de tal modo a sua atenção que

o momento presente é apenas um meio para atingir um fim? Está consumindo a alegria das

coisas que você faz? Você está esperando para começar a viver? Se você desenvolver esse

tipo de padrão mental, não importa o que você adquira ou alcance, o presente nunca será

bom o bastante. O futuro sempre parecerá melhor. Uma receita perfeita para uma

insatisfação permanente, você não acha?

Você está sempre “esperando” alguma coisa? Quanto tempo da sua vida você passou

esperando? Chamo “espera de pequena escala” à espera na fila do correio, num

engarrafamento de automóveis, no aeroporto, por alguém que vai chegar, um trabalho que

precisa ser terminado, etc. Chamo de “espera em grande escala” à espera pelas próximas

férias, por um emprego melhor, pelos filhos crescerem, por uma relação verdadeiramente

significativa, pelo sucesso, para ficar rico, para ser importante, para se tornar iluminado.

Não é raro que as pessoas passem a vida toda esperando para começar a viver.

Esperar é um estado mental. Significa basicamente desejar o futuro e não querer o

presente. Você não quer o que conseguiu e deseja aquilo que não conseguiu. Em qualquer

dos tipos de espera você, inconscientemente, cria um conflito interior entre o seu aqui e

agora, onde você não quer estar, e o futuro projetado, onde você quer estar. Essa situação

reduz grandemente a qualidade da sua vida ao fazer você perder o presente.

Não há nada de errado em nos empenharmos para melhorar a nossa situação de vida.

Podemos melhorar a situação da nossa vida, mas não podemos melhorar a nossa vida. A

vida é básica.

A vida é o Ser interior mais profundo. É um todo, completo, perfeito. A nossa

situação de vida se constitui das nossas circunstâncias e experiências. Não há nada de

errado em estabelecermos metas e nos empenharmos para conseguir bens. O erro reside

em usar isso como um substituto para o sentimento da vida, para o Ser. O único ponto de

acesso a isso é o Agora. Agimos, assim, como um arquiteto que não dá atenção às

fundações de uma construção, mas que gasta um bom tempo trabalhando na

superestrutura.

Por exemplo. Muitos de nós estamos à espera da prosperidade. Ela pode não

acontecer no futuro. Quando respeitamos, admitimos e aceitamos completamente a

realidade do presente – onde estamos, quem somos, o que estamos fazendo agora –,

quando aceitamos o que temos, significa que estamos agradecidos pelo que conseguimos,

pelo que é, pelo Ser. A gratidão pelo momento presente e pela plenitude da vida atual é a

verdadeira prosperidade. Não está no futuro. Então, no tempo certo, essa prosperidade se

manifesta para nós de várias maneiras.

Se você não encontra satisfação nas coisas que possui, se tem um sentimento de

frustração ou de aborrecimento por não ter tudo o que quer no presente, isso pode levá-lo

a querer enriquecer, mas, mesmo que consiga milhões, continuará a ter uma sensação de

que falta alguma coisa. Talvez o dinheiro lhe compre muitas experiências excitantes,

embora passageiras, deixando sempre uma sensação de vazio e estimulando uma

necessidade de gratificação física ou psicológica ainda maior. Você não vai se conformar

em simplesmente Ser e, assim, sentir a plenitude da vida agora – a verdadeira prosperidade.

Portanto, desista da espera como um estado da mente. Quando você se vir

escorregando para a espera... pule fora. Venha para o momento presente. Apenas seja e

aprecie ser. Quando estamos presentes, nunca precisamos esperar por nada. Portanto, da

próxima vez que alguém disser “desculpe por ter feito você esperar”, sua resposta pode ser:

“Está tudo bem, não estava esperando. Estava aqui contente comigo, com meu eu

interior”.

Essas são apenas algumas das estratégias comuns da mente para negar o momento

presente já incorporadas à inconsciência comum. São fáceis de passar despercebidas porque

já estão entranhadas em nosso modo de vida, como o ruído de fundo do nosso eterno

descontentamento. Mas, quanto mais você praticar o monitoramento do seu estado interior

emocional e mental, mais fácil será perceber em que momento você foi capturado pelo

passado e pelo futuro, bem como despertar da ilusão do tempo dentro do presente. Mas

tenha cuidado porque o eu interior falso e infeliz, baseado na identificação com a mente,

vive no tempo. Ele sabe que o presente significa sua própria morte e sente-se ameaçado.

Fará tudo para afastar você do Agora. Tentará manter você preso ao tempo.

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