ENTÃO QUAL É A TEORIA CONCLUSIVA?
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ENTÃO QUAL É A TEORIA CONCLUSIVA?

ENTÃO QUAL É A TEORIA CONCLUSIVA?

anderson
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ENTÃO QUAL É A TEORIA CONCLUSIVA?

O físico teórico Michio Kaku, co-autor da teoria unificada das supercordas, pode ter sido quem melhor

descreveu o dilema da física quântica quando disse: "Muitas vezes afirma-se que de todas as teorias

propostas neste século, a mais tola é a teoria quântica. Alguns dizem que a única coisa de fato estabelecida

sobre a teoria quântica é que ela sempre afirma ser inquestionavelmente correta".

Alguma das três teorias prevalecentes explica tanto os eventos "anômalos" no domínio bem pequeno

da escala subatômica quanto a razão do mundo funcionar como funciona? O papel que a Matriz Divina

desempenha ao nos ligar com tudo que é observado — apesar das limitações naturais de toda interpretação, mas a melhor possível pelo que vemos no laboratório — é o único fator que bem pode ser o elo que

faltava.

Ainda que o espectador pareça ser o coringa dos experimentos que produzem resultados inesperados,

e se as "anomalias" não forem realmente anomalias? E se as "esquisitices" das partículas quânticas forem

Figura 8. Na interpretação de Penrose, existem muitas possibilidades (A, B, C, D, e assim por diante) que acabam colapsando em uma

única realidade, simplesmente porque é preciso muita energia para a sustentação de todas indefinidamente. Ainda que todas as

possibilidades existam em certo momento, o estado que necessita a mais baixa quantidade de energia é o mais estável e é aquele que

vivemos como sendo nossa realidade.

apenas a maneira normal de a matéria se comportar? Será possível que tudo — da informação que viaja

mais rápido do que a velocidade da luz às duas coisas que existem ao mesmo tempo no mesmo lugar —

esteja realmente nos mostrando nosso potencial e não nossas limitações? Se assim for, deveremos

perguntar a nós mesmos: "Qual o fator que une todas essas coisas e que evita que experimentemos a

mesma liberdade aparentemente usufruída pelas partículas quânticas?"

Nós somos precisamente o fator que falta nas teorias existentes! Especificamente, temos capacidade para

criar propositadamente as condições da consciência (pensamentos, sentimentos e crenças) que irão ancorar

a possibilidade de nossa escolha na realidade de nossa vida. Isso é o que faz a ciência completar o círculo

das antigas tradições espirituais do mundo. Tanto a ciência como o misticismo descrevem a força que

conecta todas as coisas, mantendo-as unidas e nos dando poder para influenciar o comportamento da

matéria — e a realidade propriamente dita — simplesmente por meio do modo como percebemos o mundo

em torno de nós.

A questão é que existe grande variabilidade na importância que as diversas tradições espirituais e

principais correntes científicas dão às descobertas do mundo quântico. Pelas razões descritas

anteriormente, a grande maioria dos físicos acredita que o comportamento dos elétrons e fótons tem pouco

a ver com o modo de vivermos nossa vida no dia-a-dia. As tradições antigas, por outro lado, sugerem que é

por causa da maneira como as coisas funcionam na escala subatômica que nós podemos mudar nosso corpo

e o mundo. Se isso for verdade, então o que acontece no domínio quântico tem tudo a ver com nossa vida

diária.

Como dizia José, meu amigo nativo americano, no cânion, não precisamos de máquinas para criar os

efeitos milagrosos que presenciamos nas partículas quânticas. Pelo poder de nossa esquecida tecnologia

interior, somos capazes de curar, de estar em dois lugares ao mesmo tempo, de exercer a visão remota, de

nos conectarmos telepaticamente, de escolhermos a paz e de muito mais coisas ainda. Tudo recai na nossa

capacidade de focalizar a consciência, grande segredo de nossas mais antigas e prezadas tradições.

NOÇÕES BÁSICAS DE CRIAÇÃO DA REALIDADE

Nos ensinamentos do Budismo Mahayana, acredita-se que a realidade somente exista quando

focalizamos nossa mente. De fato, a sabedoria sugere que tanto o mundo da forma pura como aquele de

resultado amorfo surgem de uma modalidade de consciência chamada de "imaginação subjetiva"

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. Ainda

que todas as experiências certamente pareçam bastante reais para nós, apenas quando dirigimos nossa

atenção consciente para um objeto ao mesmo tempo em que sentimos algo por esse objeto focalizado é que

uma possível realidade se transforma em uma experiência "real". Exceto por uma ligeira variação na

linguagem, essa antiga tradição se parece muito com a teoria quântica do século XX.

Se todas as regras das possibilidades quânticas forem verdadeiras e se a emoção for a chave para

escolher a realidade, a questão passa a ser: "Como nos sentiríamos se alguma coisa acontecesse e a pessoa

ao nosso lado nos encarasse nos olhos e afirmasse taxativamente que nada ocorreu?" Por exemplo, será que

estaríamos mentindo para nós mesmos se disséssemos que uma pessoa que nos é muito querida já está

curada no mesmo momento em que estivéssemos lhe fazendo companhia na unidade de terapia intensiva

no hospital?

A ironia dessa última pergunta é que sua própria natureza evita uma resposta direta. Em um universo

de muitas possíveis realidades, existem várias respostas potenciais. Dentre todas as realidades possíveis,

existe um cenário alternativo onde a cura dessa pessoa querida já aconteceu. Em algum lugar existe uma

realidade onde ela nem sequer ficou doente. Entretanto, por razões que talvez jamais saibamos ou

cheguemos a compreender, esse não foi o resultado desencadeado — não é essa a realidade que nos encara

deitada na maca do hospital.

A resposta para essa questão vem a dar no que acreditamos a respeito do mundo e da nossa capacidade

de fazer escolhas. A questão então se torna: "Qual possibilidade devemos escolher? Qual a realidade que foi

escolhida pelo nosso ente querido ou pelo médico?" Para responder a uma pergunta assim, em primeiro

lugar devemos reconhecer que temos o poder de fazer tal escolha.

Como na história do homem com a doença quase fatal contada por Neville, a realidade presente não

está gravada a ferro e fogo. Ao contrário disso, ela aparenta ser flexível e maleável, podendo até mudar

quando aparentemente não teria razão para tanto. De acordo com a explicação de Neville, os médicos do

rapaz tinham feito um diagnóstico (assumido uma realidade) tendo em vista a expectativa de um

determinado resultado. Como o homem ignorava que tinha uma chance, acreditou neles e introjetou a

versão deles como realidade. Somente quando lhe foi oferecida uma outra possibilidade, que ele aceitou, é

que seu corpo respondeu à sua nova crença — e o fez rapidamente. (No Capítulo 4 eu dou outro ótimo

exemplo dessa possibilidade.)

Einstein fez uma declaração famosa: Não podemos resolver um problema se estivermos no mesmo

plano do pensamento que o criou. De modo semelhante, não poderemos mudar uma realidade se

permanecermos com a mesma consciência com que a criamos. Para selar a escolha de uma das muitas

possibilidades descritas pela interpretação de Copenhague, pela dos muitos mundos e pela teoria da

realidade de Penrose, devemos localizá-la com precisão.

Fazemos isso pelo modo como a "observamos" — isto é, como nos sentimos a respeito dela em nossa vida.

Uma vez que reconheçamos que somos capazes de escolher o que percebemos como nossa realidade, as

próximas indagações geralmente feitas são: "Como fazemos isso? Como conseguir ver alguém como curado

se seu corpo nos parece enfermo?" A resposta começa pelo nosso desejo de olhar além da ilusão que o

mundo nos mostra. No exemplo da enfermidade da pessoa que nos é querida, somos convidados a ver

além da doença dela, pensá-la como já curada, sentir o que significaria estar com ela nessa nova realidade.

Entretanto, para escolher outra possibilidade, precisaremos fazer mais do que simplesmente pensar

sobre uma nova maneira de ser ou de apenas desejar que a recuperação da pessoa querida já tenha

acontecido. Essa talvez seja a maior precaução que devemos tomar no nosso modo de ver o mundo, e também é a que pode oferecer a maior de todas as armadilhas. Nesse nosso medo de perder as pessoas, lugares

e coisas de que mais gostamos, ficamos tentados a lidar com a magnitude do problema negando a

realidade que está nos encarando de frente e simplesmente dizendo que não acreditamos. Entretanto, a

menos que tomemos providências para substituir a assustadora realidade por outra de cura, essa nossa nãoaceitação tende a provocar nada mais do que frustração e desapontamento.

Eu experimentei pessoalmente a perda de amigos que caíram nessa armadilha e que hoje já não estão

neste mundo. Ainda que eles sejam os únicos que algum dia poderão saber o que realmente aconteceu em

seu coração e mente antes de falecerem, tive a oportunidade de testemunhar alguns dos conflitos que eles

enfrentaram com as suas crenças. "Se sou um ser tão poderoso", raciocinavam, "por que ainda estou nesta

situação?" Já mudei minhas crenças ... por que, afinal, não fiquei curado?"

O tópico é profundo, pessoal e delicado. E pode ter respostas que tragam à baila discussões acaloradas

sobre de que se trata o "existir", como o universo aparentemente funciona e onde Deus se encaixa no

cenário. A conclusão é: Existe um equilíbrio sensível e delicado entre a simples escolha da nova possibilidade e a ação de prosseguir com os pensamentos, sentimentos e crenças que culminaram, percebendo

o resultado como uma nova realidade.

Princípio 8: Simplesmente dizer que escolhemos uma nova realidade não é suficiente!

Para escolher uma das possibilidades quânticas, temos de nos transformar nesse modo de ser. Como

Neville sugere, precisamos nos "entregar" à nova possibilidade e a esse nosso "desejo de alcançar esse

estado [...] passar a viver no novo estado e não mais no antigo". E é justamente isso o que as antigas

instruções das nossas mais prezadas tradições nos convidam a fazer. A técnica para essa interface entre o

humano e o divino muitas vezes é chamada de oração. 

FALANDO A LINGUAGEM DOS QUANTA: SENTIR É A CHAVE DE TUDO

Neste capítulo já identificamos as diversas interpretações e o porquê das anomalias do quantum

parecerem acontecer do modo como acontecem. As teorias preocupam-se especialmente com a razão pela

qual o ato de simplesmente observarmos a matéria parecer mudá-la. Ainda que as explicações variem com

relação ao porquê um determinado efeito ocorre, todas parecem apontar para um denominador comum:

para nós mesmos e para nosso papel como observadores no mundo.

Quando observamos alguma coisa — isto é, quando focalizamos conscientemente a atenção em

determinado lugar num dado momento —, parece que estamos fixando uma das muitas possibilidades

quânticas naquele lugar e exatamente naquele instante. Não importa que ela esteja vindo de uma

"realidade paralela" ou de uma sopa de cintilantes probabilidades quânticas, as teorias sugerem que o que

vemos da Realidade (com R maiúsculo) é o que é por causa da nossa presença.

Ainda que isso tenha a aparência de notícias revolucionárias para a ciência moderna, nas tradições

antigas e culturas indígenas, isso tem sido, há séculos, a visão de como as coisas são. Os escribas, místicos,

curandeiros e estudiosos de antigamente fizeram o possível para preservar e nos transmitir os grandes

segredos do nosso relacionamento com o universo. Às vezes nos deparamos com esse segredo em lugares

onde nunca esperaríamos encontrar uma sabedoria tão pujante.

A língua que revigora as possibilidades de nossa imaginação, nossos sonhos e orações permanece

conosco, nas paredes dos templos, nos túmulos dos desertos do Egito, na sabedoria gnóstica da antiga

biblioteca de Nag Hammadi e na medicina tradicional, praticada hoje em dia em todo sudoeste americano.

Talvez o exemplo mais nítido dessa linguagem possa ser dado por um homem que viveu em um mosteiro

nas montanhas tibetanas, situado 4.570 m acima do nível do mar.

Durante 22 dias da primavera de 1998, tive a oportunidade de fazer uma viagem de pesquisa enquanto

acompanhava um grupo de peregrinos às montanhas do Tibete. O grupo e eu mergulhamos durante esse

período em uma das mais magníficas, acidentadas e inexploradas regiões do planeta ainda existentes hoje

em dia. No nosso caminho, passamos por doze mosteiros e dois conventos de freiras e travamos

conhecimento com as mais belas criaturas humanas que se possa imaginar, entre elas monges, freiras,

nômades e peregrinos. Foi nesse período que me encontrei face a face com o abade de um dos mosteiros,

podendo então fazer a pergunta que guardava há tanto tempo e que me levara tão longe.

Em uma manhã gelada, estávamos espremidos em uma minúscula capela, rodeados por altares

budistas e antigas thangkas (tapeçarias de desenhos intricados em relevo, que ilustram grandes doutrinas do

passado). Focalizei a atenção diretamente nos olhos do homem de idade indizível, sentado na posição de

lótus bem na minha frente. Com a ajuda do tradutor, propus-lhe a mesma questão que sempre fazia a todos

os monges e freiras que encontrava durante nossa peregrinação. "Quando o senhor faz suas orações, o que

está fazendo?", perguntei. Quando vemos o senhor entoar seus cantos durante catorze a dezesseis horas do

dia, quando presenciamos os sinos, batidas rítmicas, gongos, carrilhões, mantras e gestos de mudras, o que

está acontecendo no seu íntimo?"

Uma forte sensação se apoderou de mim enquanto ouvia a tradução da resposta do abade. "Nossas

orações não podem ser observadas", ele disse, "porque uma oração não pode ser vista." Ajustando debaixo

dos pés as pesadas vestes de lã, o prior da abadia continuou: "O que pode ser observado é o que nós

fazemos para criar o sentimento em nosso corpo. É o nosso sentimento que é a nossa oração.'"

Que beleza, pensei, e quanta simplicidade! Como os experimentos do final do século XX tinham nos

mostrado, são as sensações e as emoções humanas que afetam a essência de nossa realidade: a nossa

linguagem interior é a responsável pelas mudanças nos átomos, elétrons e fótons do mundo exterior.

Entretanto, importa menos as palavras que proferimos do que o sentimento que elas criam dentro de nós. A

linguagem que fala com as forças quânticas do universo é a linguagem da emoção ... o que a Matriz Divina

reconhece é o sentimento.

Princípio 9: O sentimento é a linguagem que "fala" com a Matriz Divina. Sinta-se como se sua meta

já tivesse sido alcançada e sua oração respondida.

O abade estava nos dizendo o mesmo que os grandes cientistas do século XX haviam dito. Não apenas

ele dizia o mesmo que os cientistas tinham documentado, como também avançava mais um passo:

compartilhava conosco as instruções que explicavam como podemos falar a linguagem das possibilidades

quânticas e, ao fazer isso, usava a técnica hoje reconhecida como uma forma de orar. Não é de se admirar

que orações façam milagres! Elas nos colocam em contato com o espaço puro, onde os milagres de nossa

mente se transformam na realidade do nosso mundo.