LIGADOS À FONTE: 0 ENTRELAÇAMENTO QUÂNTICO.
LIGADOS À FONTE: O ENTRELAÇAMENTO QUÂNTICO. |
Desde que Planck tornou conhecidas suas equações de física quântica no século XX, muitas teorias |
foram desenvolvidas e numerosos experimentos foram feitos que, aparentemente, comprovam sua |
concepção de todas as coisas serem interligadas. |
Na escala mais diminuta do universo, as partículas subatômicas e os átomos realmente agem como se |
estivessem conectadas. O problema é que os cientistas não sabem como — ou mesmo se — o |
comportamento observado em escalas tão pequenas tem algum significado para as grandes realidades de |
nossa vida diária. Se tiver algum sentido, as descobertas estão indicando que as tecnologias surpreendentes |
da ficção científica podem, mais cedo do que se pensa, tornarem-se reais no nosso mundo! |
Em 2004, físicos da Alemanha, China e Áustria divulgaram relatos que se pareciam mais com fantasias |
do que com experimentos científicos. Foram relatadas na revista Nature as primeiras experiências |
documentadas de teletransporte para destino indeterminado — ou seja, o envio de informações quânticas |
de uma partícula (seu código energético) para diferentes locais ao mesmo tempo18 |
. Em outras palavras, um |
processo semelhante ao de "passar o fax de um documento destruindo o original ao fazê-lo" |
. |
Outros experimentos demonstraram feitos igualmente impossíveis, tal como o da radiação de |
partículas (beaming) de um local para outro e o da localização concomitante em dois lugares. Por mais |
diferente que uma investigação pareça ser da outra, todas elas compartilham um denominador comum que |
implica numa história ainda mais surpreendente. Pois para esses experimentos ocorrerem da maneira |
como ocorrem, é imperativo que exista um meio — em outras palavras, deve existir algo através do qual as |
partículas possam se mover. E aqui reside o maior de todos os mistérios dos tempos modernos, uma vez |
que a física convencional afirma que tal meio não existe. |
Os jornais científicos do mundo inteiro publicaram em 1997 os resultados de uma experiência que, na |
opinião dos físicos tradicionais, não deveria ter acontecido. O experimento, relatado a mais de 3.400 |
jornalistas, educadores, cientistas e engenheiros em mais de quarenta países, foi levado a cabo na Universidade de Genebra, na Suíça e fez uso daquilo que constitui nosso mundo — as partículas de luz |
chamadas fótons. O resultado foi de tal natureza que até hoje ainda abala as bases do conhecimento |
convencional |
. |
Especificamente, os cientistas dividiram um único fóton em duas partículas separadas, criando |
"gêmeos" com propriedades idênticas. Usando então equipamento desenvolvido para o experimento, eles |
dispararam ambas as partículas em direções opostas. Os gêmeos foram colocados em uma câmara |
especialmente projetada com dois trajetos de fibras ópticas, exatamente como as que transmitem chamadas |
telefônicas, distanciando-se dez quilômetros da câmara em direções opostas. Ao atingir seus respectivos |
alvos, os fótons gêmeos distavam um do outro 22 quilômetros. No final do caminho os gêmeos eram |
forçados a "escolher" entre duas rotas aleatórias, idênticas sob todos os aspectos. |
O que fez o experimento tão interessante ocorreu quando as partículas alcançaram o local onde elas |
tinham que seguir por um caminho ou outro, pois ambos os fóton gêmeos fizeram precisamente as mesmas |
escolhas e usaram o mesmo caminho todas as vezes que o experimento foi executado. Sem exceção, os |
resultados foram idênticos a cada vez que o experimento foi feito. |
Ainda que fosse de conhecimento geral que os fótons gêmeos eram separados e que não tinham |
comunicação alguma um com o outro, eles agiam como se fossem interligados! Os físicos chamam essa |
conexão misteriosa de "entrelaçamento quântico". O líder do projeto, Nicholas Gisin, explica, "É simplesmente fascinante que os fótons entrelaçados formem um único e mesmo objeto. Mesmo quando os |
fótons gêmeos estão separados geograficamente, se um deles for modificado o outro fóton |
automaticamente passará pela mesma mudança" 21 |
. |
Historicamente, não há absolutamente nada na física tradicional que possa explicar o que os |
experimentos demonstraram. Ainda assim, vemos muitas vezes experimentos como o de Gisin. O dr. |
Raymond Chiao da University of Califórnia em Berkeley, descreve os resultados dos experimentos de |
Genebra como "Um dos mais profundos mistérios da mecânica quântica. Essas conexões são um fato da |
natureza comprovado pela experimentação, mas tentar explicá-los filosoficamente é muito difícil" |
. |
A razão pela qual essas investigações são importantes para nós é que a sabedoria convencional nos |
levou a crer que não existe nenhum modo dos fótons se comunicarem uns com os outros — suas escolhas |
são independentes e não relacionadas umas com as outras. Acreditamos que, quando os objetos físicos |
desse mundo são separados, eles realmente se separam em todos os sentidos da palavra. Mas os fótons nos |
mostram algo bem diferente. |
Comentando sobre esse fenômeno bem antes das experiências de 1997 terem sido executadas, Albert |
Einstein denominou a possibilidade de tais resultados acontecerem de "efeitos fantasmagóricos a |
distância". Hoje em dia os cientistas acreditam que esses resultados não-convencionais são propriedades |
que ocorrem exclusivamente no reino quântico e os reconhecem como sendo "esquisitices quânticas". |
A conexão entre os fótons foi tão completa que pareceu ser instantânea. Uma vez reconhecida na escala |
diminuta dos fótons, o mesmo fenômeno foi subsequentemente encontrado em outros locais da natureza, |
até mesmo nas galáxias separadas por anos-luz de distância. "Em princípio, não deve fazer diferença |
alguma se a correlação entre as partículas ocorre quando elas estão separadas por alguns metros ou pelo |
universo inteiro", diz Gisin. Por quê? O que conecta duas partículas ou duas galáxias a tal ponto que uma |
mudança na primeira faz com que ocorra, simultaneamente, uma mudança na segunda? O que estão nos |
mostrando agora sobre como o mundo funciona que fomos incapazes de ver naquelas experiências do |
passado? |
Para responder a essa pergunta devemos primeiramente compreender de onde vem a Matriz Divina. E |
para fazer isso precisamos recuar — recuar muito — até a época em que os cientistas ocidentais acreditam |
ter sido o começo de tudo ... ou pelo menos do universo conhecido por nós. |
A ORIGEM DA MATRIZ |
A principal corrente dos cientistas de hoje em dia acredita que o universo teve início de 13 a 20 bilhões |
de anos atrás, com uma gigantesca explosão diferente de tudo o que jamais existiu antes e de tudo o que |
existiu desde então. Ainda que existam teorias conflitantes sobre quando isso teria ocorrido e se teria |
havido uma única ou várias explosões, parece existir o consenso de que nosso universo iniciou-se com uma |
substancial liberação de energia muito tempo atrás. Em 1951, o astrônomo Fred Hoyle cunhou o termo que |
ainda hoje usamos para nos referir à essa inconcebível explosão: ele a chamou de "Big Bang". |
Os pesquisadores avaliaram que poucas frações de segundo antes que o "Big Bang" ocorresse, nosso |
universo inteiro era muitíssimo menor do que é hoje. Os modelos de computador sugerem que ele era tão |
pequeno realmente que se encontrava comprimido em uma minúscula esfera. Com todo o espaço "vazio" |
removido daquilo que acreditamos ser o universo hoje, acredita-se que essa esfera fosse do tamanho de um |
grão de ervilha! |
Entretanto, embora fosse tão pequena, certamente não era nada fria. Os modelos que já foram |
propostos sugerem que a temperatura dentro desse espaço compacto atingia a inconcebível magnitude de |
10 quintilhões de graus centígrados — muitas vezes mais quente do que a atual temperatura do Sol. Dentro |
de uma fração de segundo depois do Big Bang, as simulações mostram que a temperatura pode ter ficado |
mais amena e chegado a uns aprazíveis 18 bilhões de graus, dando sequência tranquila ao nascimento de |
nosso universo. |
Enquanto a força expansiva do Big Bang avassalava o vazio do vácuo existente, ela trazia consigo mais |
do que apenas o calor e a luz que poderíamos esperar. Essa força jorrava como um padrão de energia que |
se tornou modelo para todas as que agora existem e para todas as que poderão existir algum dia. Esse |
padrão é o tema de mitos antigos, tradições atemporais e sabedoria mística. O eco de tal padrão perdura até |
os dias de hoje, com os mais variados nomes, desde o de "rede" de Indra (sutra budista) até o da tradicional |
"teia", da Aranha Avó do povo hopi. |
É essa rede ou teia de energia que continua a se expandir por todo o cosmos como essência quântica de |
todas as coisas, incluindo-nos e incluindo o que nos cerca. Essa é a energia que liga nossa vida como uma |
Matriz Divina. É essa essência que também atua como espelho multidimensional, que reflete as criações de |
nossas emoções e crenças como nosso mundo. (Veja Parte III.) |
Como poderemos ter certeza de que tudo no universo está realmente conectado? Para responder a essa |
pergunta, voltemos ao Big Bang e ao experimento da Universidade de Genebra, da seção anterior. Por mais |
diferentes que pareçam, existe uma semelhança sutil entre os dois: nos dois casos, a conexão que está sendo |
explorada é a que existiu entre duas coisas que um dia estavam unidas fisicamente. No caso do |
experimento, a divisão de um único fóton em duas partículas idênticas cria os gêmeos, e isso é feito para |
garantir que ambos sejam semelhantes em todos os aspectos. O fato de os fótons e as partículas do |
Big Bang terem sido uma vez parte um do outro é o que há de mais importante para explicar a |
conectividade que apresentam. Aparentemente, as coisas que são unidas ficam para sempre unidas, quer |
permaneçam ou não fisicamente ligadas. |
Princípio 4: Coisas que são unidas ficam para sempre unidas, quer permaneçam ou não fisicamente |
ligadas. |
Esse é um aspecto fundamental da nossa discussão, por uma razão verdadeiramente importante e |
frequentemente menosprezada. Embora o universo nos pareça tão imenso, apesar dos bilhões de anos-luz |
necessários para o brilho das mais distantes estrelas alcançar nossos olhos, houve uma época em que toda |
essa matéria esteve espremida e ocupando um espaço muito pequeno. Nesse inconcebível estado de |
compressão, tudo estava fisicamente unido. Quando a energia do Big Bang provocou a expansão do |
universo, as partículas da matéria foram ficando separadas por espaços cada vez maiores. |
Os experimentos sugeriram que, independentemente do espaço que exista separando duas coisas, se |
elas estiveram unidas algum dia elas permanecem unidas para sempre. Tudo leva a crer que o estado de |
entrelaçamento unindo as partículas hoje separadas também se aplica às coisas do universo que estavam |
ligadas antes do Big Bang. Tecnicamente, tudo o que se encontrava fundido no cosmos do tamanho de um |
grão de ervilha há 13 ou 20 bilhões de anos ainda se encontra conectado! E a energia que faz essa conexão é |
a que Planck descreveu como sendo a "matriz" de todas as coisas. |
A ciência moderna aperfeiçoou nossa compreensão da matriz de Planck, descreveu-a como uma forma |
de energia que se encontra em toda parte, sempre presente desde que o tempo começou a ser marcado, no |
momento do Big Bang. A existência desse campo implica em três princípios que têm tido efeito direto sobre |
o modo em que vivemos, sobre tudo o que fazemos e, até mesmo, sobre como nos sentimos em cada dia de |
nossa vida. Sem dúvida alguma, tais ideias contradizem muitas crenças bem estabelecidas, tanto científicas |
como espirituais. Ao mesmo tempo, entretanto, precisamente por causa desses princípios, abre-se a porta |
para o fortalecimento e a afirmação de um modo de ver o mundo e viver nossa vida, como ponderado a |
seguir. |
1. O primeiro princípio sugere que, pelo fato de todas as coisas existirem dentro da Matriz Divina, todas |
as coisas encontram-se conectadas. Assim |
sendo, o que fazemos em uma parte de nossa vida deve ter efeito e certamente influi em outras |
partes. |
2. O segundo princípio propõe que a Matriz Divina seja holográfica — querendo dizer que qualquer |
parte do campo contém tudo o que existe no campo. Como se acredita que a consciência |
propriamente dita seja holográfica, isso quer dizer, por exemplo, que ao fazermos uma oração no |
nosso quarto, ela já existe em nossos entes queridos e no lugar para onde é intencionada. Em outras |
palavras, não é necessário enviar nossas preces para lugar algum, porque ela já existe em todos os |
lugares. |
3. O terceiro princípio indica que o passado, o presente e o futuro encontram-se intimamente ligados. |
A Matriz aparenta ser o recipiente que contém o tempo, que fornece a continuidade entre as |
escolhas de nosso presente e as experiências de nosso futuro. |
Independentemente de como a chamemos ou de como a religião possa defini-la, é claro que existe |
alguma coisa — alguma força, um campo, uma presença — constituindo a grande "rede" que nos liga uns |
aos outros, que nos une ao nosso mundo e a um poder maior. |
Se pudermos verdadeiramente apreender o que os três princípios nos contam sobre nossos |
relacionamentos uns com os outros, com o universo e com nós mesmos, os acontecimentos de nossa vida |
assumirão um significado inteiramente novo. Tornamo-nos participantes, não mais vítimas das forças que |
não podemos ver nem compreender. Estar nessa posição é estar no exato local onde começamos a nos |
fortalecer. |