O Fator-Pensamento na Realização
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O Fator-Pensamento na Realização

O Fator-Pensamento

anderson
5 min
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O Fator-Pensamento

na Realização.

Tudo o que o homem realiza e tudo o que ele deixa de realizar é o resultado

direto de seus próprios pensamentos. Num universo perfeitamente ordenado, no

qual a perda do equilíbrio significaria destruição total, a responsabilidade

individual deve ser absoluta. A fraqueza e a força de um homem, a pureza e a

impureza, são suas e não de outro homem; são produzidas por ele próprio e não

por outrem; e só podem ser modificadas por ele mesmo, nunca por outro

homem. Sua situação também lhe é própria, e não de outra pessoa. Seu

sofrimento e sua felicidade se desenvolvem em seu íntimo. Como ele pensa,

assim ele é; como continuar a pensar, assim permanecerá.

Um homem forte não pode ajudar outro mais fraco a menos que o mais

fraco queira ser ajudado, e mesmo assim o fraco terá de se tornar forte por si

mesmo; pelos seus próprios esforços terá que adquirir a força que admira no

outro. Ninguém, a não ser ele próprio, pode modificar seu estado.

Era comum pensar-se e dizer-se: “Muitos homens são escravos porque um

deles é opressor; odiemos o opressor”. Hoje, entretanto, existe entre um número

cada vez maior de pessoas uma tendência para inverter esse julgamento e para

dizer: “Um homem se torna opressor porque são muitos os escravos;

desprezemos os escravos”. A verdade é que opressor e escravo são cooperadores

na ignorância e, embora pareçam afligir uns aos outros, na realidade afligem-se

a si próprios. Um Conhecimento perfeito percebe a ação da lei na fraqueza do

oprimido e na força mal aplicada do opressor; um perfeito Amor, vendo o

sofrimento que ambas essas condições acarretam, não condena nem um nem

outro; uma perfeita Compaixão abraça tanto o opressor quanto o oprimido.

Aquele que tiver vencido a fraqueza e eliminado todo pensamento egoísta,

não será nem opressor nem oprimido. Será livre.

O homem só pode subir, conquistar e realizar, elevando seus pensamentos.

Só pode permanecer fraco e abjeto e miserável se se recusar a elevá-los.

Antes de poder realizar qualquer coisa, mesmo no plano mundano, ele terá

que elevar seus pensamentos acima da servil acomodação instintiva. Para ter

sucesso, não pode renunciar a todo o instinto e a todo egoísmo — de modo algum;

mas pelo menos uma parte desses dois elementos terá que ser sacrificada. O

homem cujo primeiro pensamento é de instintiva autocomplacência jamais será

capaz nem de pensar claramente nem de planejar metodicamente; não será

capaz de descobrir e desenvolver seus recursos latentes e fracassará em qualquer

empreendimento. Não tendo começado a controlar de forma viril seus

pensamentos, não terá condições de controlar negócios e de assumir

responsabilidades sérias. Não estará apto a agir independentemente e a se manter

sozinho. Mas será limitado apenas pelos pensamentos que escolher.

Não pode haver progresso nem realização sem sacrifício, e o sucesso

mundano do homem será proporcional aos sacrifícios que ele for capaz de impor

a seus confusos pensamentos instintivos, à medida que souber fixar sua mente no

desenvolvimento de seus planos, no fortalecimento de sua resolução e de sua

autoconfiança. E quanto mais alto conseguir elevar seus pensamentos, mais viril,

mais correto e mais justo se tornará, maior será o seu sucesso, mais abençoadas

e mais duráveis, suas realizações.

O universo não favorece os avarentos, os desonestos, os pervertidos,

embora, por vezes, de maneira apenas superficial, pareça fazê-lo; ele ajuda os

honestos, os magnânimos, os virtuosos. Todos os grandes Mestres de todas as

idades sempre declararam isso de várias formas, e para pôr à prova e

experimentar isso basta persistir na resolução de se tornar cada vez mais virtuoso

pela elevação de seus pensamentos.

Realizações intelectuais são o resultado do pensamento consagrado à busca

do conhecimento ou da beleza e da verdade na vida e na natureza. Tais

realizações por vezes podem estar ligadas à vaidade e à ambição, mas não são o

produto dessas características; são o resultado natural de longos e árduos esforços

e de pensamentos puros e generosos.

Realizações espirituais são o resultado de altas aspirações. Quem vive

constantemente arquitetando pensamentos nobres e elevados, quem se apoia em

tudo o que é puro e generoso, tão certo como o sol atinge o seu zênite e a luz a sua

plenitude, adquirirá sabedoria e nobreza de caráter e alcançará uma posição de

influência e de felicidade.

A realização, seja de que tipo for, é sempre a coroa do esforço, o diadema

do pensamento. Com a ajuda do autocontrole, da determinação, da pureza, da

honestidade e do pensamento bem dirigido, o homem sobe; movido pelo instinto,

pela indolência, pela impureza, pela corrupção e confusão mental ele decai.

Um homem pode galgar os píncaros do sucesso mundano e mesmo os mais

altos páramos do plano espiritual e tornar a cair na fraqueza e na desgraça por

permitir que pensamentos arrogantes, egoístas e corruptos o dominem.

Vitórias alcançadas através do pensamento reto só podem ser mantidas pela

vigilância. Muitos se deixam afrouxar quando o sucesso está garantido e

rapidamente recaem no fracasso.

Todas as realizações, quer no mundo dos negócios, do intelecto ou do

espírito, são o resultado do pensamento firmemente dirigido, originam-se do

mesmo método e são governadas pela mesma lei; a única diferença entre elas

reside na meta que visam atingir.

Aquele que quiser conseguir pouco terá que sacrificar pouco; aquele que

quiser conseguir muito terá que sacrificar muito; aquele que quiser alcançar

grandes coisas terá que fazer grandes sacrifícios.