O PODER DE UMA SEMENTE DE MOSTARDA.
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O PODER DE UMA SEMENTE DE MOSTARDA.

O PODER DE UMA SEMENTE DE MOSTARDA.

anderson
14 min
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O PODER DE UMA SEMENTE DE MOSTARDA.

O trabalho pioneiro de Karl Pribram e os estudos de outros pesquisadores que o sucederam mostram

que o cérebro funciona como um processador holográfico. Sendo isso verdadeiro para nós, como

indivíduos, é compreensível que nossa mente coletiva e nossa consciência também funcionem assim. Hoje

habitam o planeta mais de seis bilhões de seres humanos (e mentes). Dentro da Matriz Divina, todas as

mentes de todos os indivíduos fazem parte de uma consciência única mais ampla.

Independentemente da grande diferença que uma mente pareça ter da outra, cada uma delas contém o

padrão de toda a consciência. Por meio desse elo, cada um de nós tem acesso direto ao padrão inteiro. Em

outras palavras, nós todos temos o poder de alterar o holograma de nosso mundo. Ainda que para algumas

pessoas essa seja uma maneira não-convencional de pensar sobre quem somos, para outras trata-se de uma

maneira perfeitamente concordante com suas crenças e experiências.

Os estudos científicos apoiam esses princípios e descobriram que, quando as pessoas dentro de um grupo

compartilham experiências comuns de consciência, os efeitos podem ser detectados além do grupo

propriamente dito e até mesmo fora do edifício onde os indivíduos estão fazendo a reunião. Sem sombra de

dúvida, experiências interiores estão acontecendo por meio de caminhos sutis e de maneira a não ficarem

restritas pelas assim chamadas leis da física, tampouco limitadas pela vizinhança imediata. Um exemplo

desse fenômeno fica evidente quando se observa o efeito que a Meditação Transcendental (MT) pode ter

sobre as grandes populações.

Em 1972, 24 cidades dos Estados Unidos com mais de 10.000 habitantes experimentaram mudanças

significativas em suas comunidades quando apenas cerca de 1% (100 pessoas) de suas populações

participou dos estudos. Os que participaram usaram técnicas de meditação específicas para criar experiências interiores de paz que se refletiram em torno deles. Chama-se a isso "efeito Maharishi" em homenagem a

Maharishi Mahesh Yogi, autor da afirmativa de que, quando os métodos de meditação que divulgava

fossem praticados por 1% de uma população, seria observada uma redução nas taxas de violência e crimes

dessa população.

Esse estudo e estudos semelhantes levaram ao histórico "Projeto de Paz Internacional no Oriente

Médio", publicado no Journal of Conflict Resolution em 198810

. Durante a guerra israelense-libanesa do início

da década de 1980, os praticantes foram treinados em técnicas precisas de meditação transcendental para

promover a paz em seu corpo, em vez de simplesmente pensarem sobre isso ou orarem para que isso

acontecesse.

Em dias específicos do mês e em determinados momentos dos dias, essas pessoas eram colocadas em

áreas devastadas pela guerra no Oriente Médio. Durante o breve intervalo em que elas estavam em paz, era

sensível o declínio no número de incidentes terroristas, crimes contra a população, entradas em prontosocorros e acidentes de tráfego. Quando os participantes interrompiam a meditação, as estatísticas

regrediam. Os estudos confirmaram os resultados encontrados inicialmente: quando uma pequena

porcentagem da população conseguia a paz interior, essa paz era refletida no mundo em torno delas.

Os resultados levavam em conta os dias da semana, os feriados e até mesmo os ciclos lunares. Eram tão

coerentes que os pesquisadores foram capazes de identificar o número mínimo de pessoas com paz interior

que era preciso ter antes do efeito se espelhar no mundo circunvizinho: era igual à raiz quadrada de um por

cento da população. Esse é apenas o número básico necessário para o efeito ser iniciado — quanto mais

pessoas participarem, mais evidentes serão os resultados. Ainda que não possamos entender as razões pelas

quais os efeitos estão presentes, as correlações e os resultados demonstram que eles estão lá. Podemos

aplicar esse princípio a nossa vida para qualquer grupo de pessoas, independentemente de se tratar de uma

comunidade pequena, da congregação de uma igreja, de uma cidade grande ou de um planeta inteiro. A

sequência de ações sugerida para se determinar quantas pessoas precisam estar reunidas para a obtenção

da paz e da cura no seio de certo grupo é:

1. Determine o número total de pessoas presentes.

2. Calcule um por cento do número total (multiplique o total do passo 1 por 0,01).

3. Calcule a raiz quadrada de um por cento (digite o número obtido no passo 2 na sua calculadora e

pressione a tecla que calcula a raiz quadrada

[V]).

Essa sequência de operações dá como resultado números menores do que poderíamos esperar. Por

exemplo, em uma cidade de milhões de pessoas o total é de cerca de 100. Em um mundo de seis bilhões de

pessoas, o resultado é de apenas 8.000. Esse cálculo representa apenas o mínimo necessário para que o

processo se inicie. Quanto mais pessoas estiverem envolvidas, mais rapidamente o efeito se fará notar.

Ainda que esses estudos e outros semelhantes obviamente mereçam uma análise mais ampla, eles

indicam que os resultados não podem ser atribuídos à sorte.

Princípio 16: A quantidade mínima de pessoas necessárias para "dar partida" a uma mudança de

consciência é a raiz quadrada de 1% do total de pessoas da população em causa.

Talvez essa seja a razão pela qual existam tantas recomendações tradicionais enfatizando a importância

de cada indivíduo para o todo. Jesus fez uso do princípio holográfico em uma de suas mais conhecidas

parábolas, referindo-se ao poder da crença para ilustrar como apenas um pouco de fé basta para que se

abra a porta a uma possibilidade maior. "Em verdade vos digo", disse Ele, "se vossa fé for do tamanho de

um grão de mostarda e se disserem a essa montanha: 'Mova-se', ela se moverá; para vós, nada será

impossível". Exploraremos as implicações do significado exato disso na próxima seção. Antes de fazermos

isso, seria bom esclarecermos se o que entendemos por "fé" é a palavra mais adequada para ser usada aqui.

A palavra fé propriamente dita algumas vezes traz consigo uma carga emocional, várias vezes

associada com a convicção de não existir uma base de sustentação para apoiar suas afirmações. Estamos

acostumados a chamar isso de "fé cega". Estou absolutamente convencido de que a fé cega realmente não

existe. Bem profundamente em nosso intimo, todas as nossas convicções nascem de uma conexão profunda

entre o que as coisas "são" e o que elas podem ser. Ainda que não tenhamos consciência disso e nem

consigamos afirmar por que pensamos que as coisas se passam dessa maneira, aquilo em que acreditamos é

verdade para nós. E essa verdade é a base de toda fé.

Entretanto, existe um tipo de fé que na realidade se baseia em uma fundação muito sólida da ciência de

vanguarda, apoiada pelas descobertas da física quântica. No Capítulo 3 discutimos brevemente as

possíveis razões pelas quais o mundo físico muda simplesmente ao ser observado. Todas as explicações

que se seguem reconhecem a coexistência de muitas realidades dentro de uma sopa cósmica de

possibilidades. Como os experimentos mostraram, é o ato de observar alguma coisa — isto é, a observação

consciente — que bloqueia uma dessas possibilidades para que ela fique sendo a realidade do observado.

Em outras palavras, a expectativa ou a crença que possuímos no instante da observação é o ingrediente da sopa

que "escolhe" qual das possibilidades será nossa experiência "real".

Tendo isso em mente, nossa fé na afirmativa que Jesus fez com relação a mover a montanha é mais do

que simplesmente pronunciar as palavras enunciando que a montanha se moveu. A parábola de

praticamente 2.000 anos atrás nos ensina uma linguagem poderosa para escolhermos qual realidade

queremos dentre as infinitas possibilidades que existem. Pelas declarações tão transparentes de Neville ao

descrever a fé, mediante o ato de "persistirmos na suposição de que nosso desejo foi atendido [...]

verificamos que o mundo inevitavelmente cumpriu a expectativa que tínhamos".

No exemplo da montanha, quando realmente sabemos que ela já se moveu, nossa fé/crença/hipótese de que o fato aconteceu é a

energia que catapulta a possibilidade transformando-a em nossa realidade. No âmbito de todas as

possibilidades quânticas, a montanha não tem outra escolha — ela tem de se mover.

O exemplo a seguir ilustra como pode ser simples e natural esse tipo de convicção e fé. Também abre a

porta para as incontáveis possibilidades de como uma pequena mudança de ponto de vista é capaz de

fazer uma grande diferença no mundo.

Há alguns anos, tive a oportunidade de testemunhar o equivalente biológico de "mover uma

montanha". Nesse caso, a "montanha" era um tumor na bexiga de uma mulher de meia-idade. Os médicos

ocidentais tinham diagnosticado o tumor como maligno e acreditavam que ele era inoperável. O hotel em

que estávamos havia improvisado no salão de baile uma sala de aula temporária e o grupo I, do qual eu

fazia parte, assistia a um filme feito pelo nosso instrutor no qual ele apresentava a milagrosa cura do tumor

em um hospital sem medicamentos, em Pequim, China13

.

A clínica era uma das muitas da região que rotineiramente lançavam mão de métodos não-tradicionais

com tremendo sucesso. Depois das formalidades de praxe e das apresentações e cumprimentos mútuos,

fomos preparados para o que viria a seguir. O instrutor enfatizou que o propósito do filme era mostrar que

o poder de curar era algo que existia dentro de nós. Não se tratava de um anúncio da clínica nem de um

convite para que todos os que estivessem com um tumor de alto risco corressem para a cura em Pequim.

Aquilo que estávamos prestes a presenciar poderia ser alcançado ali mesmo, na sala de aula, ou na sala de

estar de nossa casa. O segredo para a cura, dizia ele, residia na capacidade de focalizar a emoção e energia

de nosso corpo ou do nosso ente querido (com a permissão da pessoa) de uma maneira cheia de

compaixão, mas que não fosse invasiva.

A mulher do filme tinha ido até a clínica sem medicamentos como último recurso, pois tudo o que

tentara havia falhado. A clínica enfatizava a responsabilidade pessoal nos cuidados com a saúde e

propiciava um novo e positivo modo de viver, em vez de simplesmente "consertar" as pessoas e mandá-las

para casa. Esses protocolos incluíam novos hábitos alimentares, formas suaves de se movimentar para

estimular a força vital (chi) no corpo, além de novos métodos de respiração. Apenas com mudanças no

estilo de vida tão simples como essas, o corpo se fortalece e pode se curar dentro das possibilidades.

Seguindo tais procedimentos, em determinado ponto percebe-se por que os pacientes clínicos são

submetidos ao tratamento mostrado no vídeo.

Logo no início do filme, vê-se a mulher com o tumor deitada no que aparentemente se trata de uma

maca de hospital. Ela estava desperta, plenamente consciente, não tinha recebido sedativo e nem sido

anestesiada. Três médicos com seus uniformes brancos estavam em pé ao seu lado, enquanto um técnico de

ultra-som, sentado defronte dela, segurava o bastão sensor de criação do so- nograma que revelaria a

massa do tumor no interior de seu corpo. Explicaram que a imagem não seria acelerada como nos

programas sobre a natureza, que mostram em alguns segundos o desabrochar de uma flor ao longo de

dias. O filme seria passado em tempo real, de tal sorte que poderíamos acompanhar, passo a passo, a cura

obtida pelos médicos.

O filme foi curto, durou menos do que quatro minutos. Dentro desse intervalo pudemos ver o que se

considera um milagre segundo os padrões da medicina ocidental. Entretanto, considerando o contexto

holográfico da Matriz Divina, tudo o que se passou foi perfeitamente compreensível. Os médicos

convergiram para um dizer único, capaz de fortalecer dentro deles um tipo especial de sentimento.

Lembrando-nos das instruções de Neville, sobre "transformar o sonho futuro em um fato presente [...]

nutrindo o sentimento de que o desejo já foi satisfeito", a emoção dos médicos foi simplesmente sentir que a

mulher já estava curada14

. Ainda que soubessem que o tumor tinha existido durante os momentos do

processo, eles também reconheceram que a presença do tumor era apenas uma possibilidade dentre as

muitas que existiam. Naquele dia, eles promulgaram o código que clama por outra possibilidade. Ao

fazerem isso, usaram a linguagem que a Matriz reconhece e responde — aquela da emoção humana que

dirige a energia (veja o Capítulo 3).

Enquanto observávamos os médicos, ouvimo-los repetirem um mantra de palavras variadas que

poderia ser traduzido livremente por "já feito, já feito". Logo no início, parecia que nada estava

acontecendo. Repentinamente, o tumor começou a tremular, aparecendo e desaparecendo, como se

oscilando entre realidades. O silêncio na sala era absoluto enquanto olhávamos a tela, espantados.

Passados alguns segundos o tumor se esvaiu, desaparecendo completamente da tela [...] tinha sumido.

Todo o restante estava lá, como estava segundos antes — tudo igual, exceto o tumor que ameaçara a vida

da mulher. A sala parecia a mesma. Os médicos e o técnico estavam presentes e nada "fantasmagórico"

parecia ter acontecido em nenhum outro lugar, simplesmente a circunstância que antes havia ameaçado a

vida da mulher tinha desaparecido.

Lembro-me de ter me ocorrido uma advertência antiga: com um pouco de fé, podemos remover

montanhas. Lembro-me também de ter ponderado, um pouco antes, de ter sempre acreditado que a

expressão "mover montanhas" era metafórica. Via agora que se tratava da descrição de um fato real.

Usando a fórmula da raiz quadrada que conduzia ao 1%, a população da clínica tinha provado que a

consciência era capaz de afetar diretamente a realidade.

Havia um total de seis pessoas na sala quando a cura aconteceu (três médicos, o técnico, o operador da

câmara e a mulher doente). Aplicando a fórmula, a raiz quadrada de 1% da população presente na sala era

de apenas 0,244 de pessoa! Com menos de uma pessoa cumprindo aquela exigência de crença absoluta de

que a cura já tinha se produzido, a realidade física do corpo da mulher foi mudada.

Ainda que o número nesse caso tenha sido pequeno, a fórmula ainda se mostrou válida. Como

observado antes, esse total é o número mínimo de pessoas para que se dê um salto para a nova realidade.

Com toda a probabilidade, 100% das pessoas da sala experimentaram o sentimento daquela cura; apenas

dois minutos e quarenta segundos depois, o corpo da enferma foi afetado por essa realidade.

Tendo obtido a devida permissão, desde então já mostrei esse filme para muitas audiências —

incluindo equipes de médicos — no mundo todo. As reações são variadas e previsíveis. Depois que a cura

acontece, geralmente nota-se um breve silêncio enquanto os espectadores registram emocional e racionalmente o que acabaram de ver com os próprios olhos. O silêncio cede lugar a suspiros de alegria, risadas e

até aplausos. Para algumas pessoas assistir ao filme é obter a confirmação do que já sabiam ser verdadeiro.

Até mesmo a fé fica amortecida pela validação do fato: o que foi presenciado é realmente possível.

Para os que são mais céticos, a pergunta típica é sempre: "Se isso é verdadeiro, por que nunca ouvimos

falar a respeito?" Minha resposta tem sido: "Pois agora vocês viram e ouviram!" "Quanto tempo dura esse

efeito de cura?", invariavelmente é a pergunta seguinte. Os estudos indicam 95% de taxa de sucesso após

cinco anos, para clientes que continuaram praticando os ensinamentos recebidos na clínica quanto aos

hábitos de alimentação, respiração e ginástica suave.

Depois de um suspiro resignado entre o sentimento de acreditar e a frustração de saber que tantas

pessoas não conseguem ajuda mediante técnicas modernas, geralmente escuto afirmações tais como: "É

simples demais... não é possível que seja tão fácil assim!"

Minha resposta é: "Por que esperavam menos do que isso?" No mundo holográfico da Matriz Divina,

todas as coisas são possíveis e somos nós que escolhemos qual possibilidade será realizada.

A crença de que nós estamos "aqui" e as possibilidades estão "lá" é o que nos causa essa sensação de

que se trata de algo impossível. As mesmas regras que descrevem como a Matriz Divina funciona, também

nos dizem que, em um nível mais profundo da realidade, o que nós geralmente consideramos como sendo

"alguma coisa em um outro lugar" na realidade já está "aqui", e vice- versa. Tudo diz respeito à forma pela

qual nós nos enxergamos no campo das possibilidades.

Sabendo que tudo, desde o mais horrível sofrimento até a alegria mais arrebatadora — e todas as

possibilidades no intervalo —já existe, achamos compreensível que tenhamos o poder de colapsar o espaço

separador para fazer com que essas possibilidades cheguem até nós. E é assim que procedemos ... por meio

da linguagem silenciosa da imaginação, dos sonhos e das crenças.