Liberdade x Censura na Internet

Uma reflexão sobre os rumos das redes sociais e como estas afetam nossa saúde mental e as nossas democracias.

Que os algoritmos ferram com nossa saúde mental e ainda levam pro extremismo político ameaçando destruir democracias no mundo todo.. Todo mundo sabe. Mas não faz nada. A gente segue lá stalkeando as paqueras, dando scroll infinito em prato de comida e babando em influencers em viagens milionárias (fake ou não). E pior, as redes também não se manifestam. E quando se manifestam dão uma amostra de seu poder. Mas... quem controla esse poder? Até onde eles podem influenciar a política, a sociedade, nossas vidas... Do jeito que bem entendem? 

O COMEÇO: Em 2018 eu fui até a Macedônia, que na época não era ainda Do Norte, pra analisar o fenômeno das Fake News. Conversei com os especialistas no olho do furacão do início desse drama: falaram de como estavam ganhando uma bela grana interferindo em processos eleitorais no mundo todo. E mais, revelaram que Facebook, Google... Já tinham passado por lá pra ver de perto o que esses caras estavam fazendo e que deixaram a coisa correr frouxa. Deu no que deu.  Anos depois a gente viu o poder da desinformação surfando a onda dos algoritmos para hackear eleições e ameaçar democracias no mundo todo. Inclusive no Brasil. 

Mas isso não ocorre debaixo dos panos, escondido dos nossos olhos, nas profundezas da deep web... Não. Isso tá rolando nas redes sociais que a gente usa todo dia o tempo todo. Inclusive aqui no YouTube onde você está, tá rolando agora uma torrente de desinformação e mentiras com os objetivos mais escusos. E o pior, como eu percebi lá na Macedônia: as nossas redes sociais favoritas são cúmplices. Como é que isso rola?

ESTRATÉGIA NEFASTA:

Os algoritmos obedecem uma lógica que, pra segurar o usuário o maior tempo possível nas plataformas, acaba apelando pro discurso de ódio, a polarização política... criando hordas de extremistas boçais que, como todos extremistas boçais, tem uma força enorme. Como dizia Nelson Rodrigues: "os idiotas vão tomar o mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade: eles são muitos". E essa dinâmica ameaça as nossas democracias e a nossa saúde mental, claro.

Uma geração em formação que está tendo a sua psique moída pelos algoritmos. Insegurança, distorção de autoimagem, distúrbios alimentares, obsessão por procedimentos estéticos... Tudo isso comprovado por pesquisas. E pesquisas feitas sabe por quem? Pelo próprio Facebook (pra quem não sabe, dona de Instagram, Whatsapp...). 

SOLUÇÕES? 

Os responsáveis por essas plataformas, o Marck Zuckerberg, o Jack Dorsey do Twitter, o CEO do Google... volta e meia, e vai rolar de novo, são convidados a depor no Senado americano... Mas acaba que fica tudo por isso mesmo. Como resolver, então? Tem aquelas soluções meio... Engana trouxa: os cientistas do vale do silício que criaram esses algoritmos de satanás pedindo investimento e ajuda do governo pra corrigir o mal que fizeram. E aquelas outra soluções que não dá pra entender e que acabam ajudando quem dissemina desinformação. Tipo o YouTube incentivando grandes empresas de comunicação na busca e com isso fortalecendo as Jovem Pan da vida.

A realidade hoje é totalmente outra. Você tem Youtubers lá fora que estão construindo estúdios que rivalizam com grandes canais de TV dos EUA. E aqui nomes da internet que já tão influenciando a nossa política nacional. Pro bem ou pro mal. Quem não lembra o gabinete do ódio, investigado em CPI, seus membros fugindo do país, depois de terem influenciado milhões de brasileiros com fake news no zap, tweets mentirosos e canais no Youtube com milhares de seguidores... Claro que felizmente tem também alguns youtubers grandes de verdade, que pelo menos tão do lado certo da história (Felipe Neto). Mas a gente fica a mercê da sorte? Quem controla os "donos" do espaço virtual?

QUEM CONTROLA OS DONOS DA INTERNET?

Liberar todo e qualquer tipo de conteúdo a gente já viu no que pode dar. Mas como "contra atacar"? Como evitar que as mentiras perigosas e fatais, como em uma pandemia, corrompam o espaço democrático das redes? Quem vai ter o papel de "censor"? 

FIM?

E aí? Saímos da internet preventivamente? Vamos morar no mato? Queimamos nossos celulares? Naaaooo... Enquanto não pinta uma solução efetiva, vale:

1- Analisar os prós, os contras e fazer um uso saudável de toda e qualquer ferramenta. 2- Como dizem os grandes investidores: não ponha seus ovos em uma cesta só. Varie sua presença nas redes, ninguém pode estar fora delas totalmente hoje, né? Mas estando em mais lugares, se um acabar, você não fica sem chão.

3- Entenda os termos de adesão antes de sair clicando ACEITO.

4- Ou pelo menos, presta atenção em como essas redes funcionam e interferem na sua forma de agir e pensar.

5- E, principalmente, se informe. Veja que leis, regulações, normas... já se aplicam ao ambiente virtual. Internet não é terra de ninguém, não. Faça valer os seus direitos.