Filipe Luís e Gabriel Menino - Duas gerações diferentes de laterais construtores. Por que eles são tão importantes para a nova tendência do futebol moderno
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Filipe Luís e Gabriel Menino - Duas gerações diferentes de laterais construtores. Por que eles são tão importantes para a nova tendência do futebol moderno

Filipe Luís, um lateral histórico no Atlético de Madrid de Diego Simeone, chegou ao Brasil no meio de 2019 e surpreendeu grande parte da mídia esportiva brasileira. Taxado por muitos como um jogador exclusivamente defensivo e sem poder de "ch...

André Moraes
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Filipe Luís, um lateral histórico no Atlético de Madrid de Diego Simeone, chegou ao Brasil no meio de 2019 e surpreendeu grande parte da mídia esportiva brasileira. Taxado por muitos como um jogador exclusivamente defensivo e sem poder de "chegada ao fundo", ele demonstrou, em gramados nacionais, uma capacidade de distribuição de jogo e de quebra das linhas adversárias no primeiro terço do campo que não é recorrente em laterais formados nos clubes brasileiros. Com isso, foi peça fundamental na estratégia do time multicampeão de Jorge Jesus e continua sendo um dos pilares da equipe oscilante de Rogério Ceni, este que recebeu a dura missão de comandar um elenco fantástico acompanhado de uma gestão interna caótica.

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Por volta de seis meses depois, tivemos a oportunidade de observar o surgimento de uma promessa no Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo. Gabriel Menino, originalmente um meio campista que atua pela ala direita do campo, demonstrou rapidamente grande potencial e foi convocado para a seleção como lateral. Tal fato, além de explicitar a carência de laterais direitos no futebol nacional, confere uma variação tática à equipe de Tite. Gabriel, assim como Filipe, auxilia na construção do jogo, com inversões, passes verticais e distribuições na saída de bola.

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Vários e vários laterais formados no nosso futebol levam a campo o estilo de jogo fixo de guardar posição no momento defensivo e ser opção no fundo do campo durante o ataque. Nesse cenário, as exceções, como os dois avaliados anteriormente, são erroneamente estereotipados como "retranqueiros". No entanto, a tendência de jogo das principais ligas pelo mundo demonstra que a utilização dos laterais construtores deve ser cada vez mais imprescindível. Hansi Flick, técnico do Bayern de Munich, constantemente escala Joshua Kimmich na lateral direita para elevar a qualidade da saída de bola. João Cancelo, do Manchester City, é um jogador que atua na esquerda e na direita e faz ligações com Sterling, De Bruyne e Phil Foden que conferem um repertório variado à construção de jogo do time inglês. Alexander Arnold, por meio da sua troca de passes com Henderson, Salah e Wijnaldum, potencializa o estilo do Liverpool de jogo rápido e posse de bola objetiva.

De forma tímida, é possível perceber no cenário nacional variações táticas com a utilização de laterais. Rogério Ceni e Sampaoli usam Filipe Luís e Guga, respectivamente, em uma linha de três defensores quando o lateral oposto sobe ao ataque e também no momento de sair com a bola. Enfim, aos poucos, as pessoas que compõem o futebol brasileiro, tanto a imprensa, quanto técnicos e jogadores, vão se acostumando às tendências de repertório do futebol moderno e abandonando antigos vícios que nós costumeiramente patenteamos. A nova geração de treinadores, a exemplo de Maurício Barbieri, Roger Machado e Tiago Nunes, pode ser uma boa alternativa de modernização do futebol brasileiro.

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