Por horas a fio,
Por horas a fio, |
O dano era senão hipótese; |
Havia algo de piedoso na partida |
Mas a travessia era a própria armadilha, |
E a isca, anteparo a nublar a revelação. |
Ante o primeiro limiar, |
O pavor sublimou o trauma, |
O punhal passeou pelo peito, |
Mas a apatia traduziu à língua morta |
A vontade que se dilui em espasmos utilitários. |
Em apuros, procurei na tua feição ilegível |
A palavra que sempre tateei em mim; |
Especulei antologias nas tuas reticências |
Como se o lamento, ao punir a virtude, |
Conferisse pompa aos queixosos. |
Entre a ascenção e o revés, |
Desatei-me em nós; |
Buscando asilo nas aspas – |
Indizível aviltante e domesticado – |
Dos arautos exaltantes do arcaico. |
Se a ruína e o ápice se encontram na encruzilhada, |
Não há passo em primeira pessoa; |
Para fora da caverna, |
Rogo por um apêndice apócrifo que explique a ânsia |
Enquanto aquiesço ao apelo mudo |
Da realidade. |