Ainda que a exaustão
Ainda que a exaustão |
Relembre barganhas demoníacas; |
Que a vastidão de possibilidades |
Convirja ao mesmo baile fúnebre; |
Que os bárbaros soquem os portões |
Em louvor ao atrito; |
Que a subversão do discurso |
Arrefeça o desconforto; |
Que se encontre alguma sinceridade |
No artifício; |
Que cada um dos atalhos heréticos |
Traga ao claustro o arrepio do exílio, |
Tua ausência preencherá os corredores |
Com relíquias banais; |
E a revoada suplantará todas as barricadas |
Rumo a um arrebatamento inerte. |
O atraso, por fim, nos recolocará no ritmo |
Imanente, tácito, perene, |
Das tênues certezas |
Que sempre foram. |