Poemas #26: A Rédea
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Poemas #26: A Rédea

Cólica suave e vicária, lembrete indigesto e lancinante

Andre Nascimento
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Cólica suave e vicária, lembrete indigesto e lancinante

Do cortejo que se diluiu após a curva;

Ao olhar para trás, me vi sozinho

E todos se pareciam comigo – cúmplices decrépitos

De um esplendor esquecido.

Então, um demônio envergonhado debelou a angústia;

Aos murros, trouxe desolação à lavoura farta –

Como a nascente sob os ditames do inverno – e

Deu às sementes confinadas pela vigília constante

O flagelo do conforto predestinado a ser precipício.

De coice em coice, a anomia contaminou a quimera;

Aos degenerados, o naufragar, à margem,

Como em paralelas à espera do farol,

Duelando pelo espólio do disfarce mesquinho

Que os pastoreia pelos degraus da infâmia.

Como bom cordeiro, divaguei entre a fé incorruptível

E o desejo inconfesso de usurpar o trono;

Pasmado, esmaguei o pires, e seus fragmentos –

Lento declínio sem desfrute –

Regenerou o fingimento na desordem pacífica.

Antes de cair à lona, fez uma mesura insidiosa

A fim de desossar o decoro e assim esvair-se

Em mero deslize casual e intransitivo;

Antevendo o custo da lisonja, irresignei-me com o dolo –

Para, num sonho lúcido, engendrar a rédea e o prumo.