Lolinha – A Porta-voz do Banco da Vitória.
0
0

Lolinha – A Porta-voz do Banco da Vitória.

Por Roberto Carlos Rodrigues

Roberto Carlos Rodrigues
1 min
0
0

Por Roberto Carlos Rodrigues

“Dona Lolinha, a senhora poderia falar com Dr. Hugo para arrumar um terreninho para eu construir um barraco...”

“Lolinha, minha filha casará e não tem onde morar. Será que dá para você falar com Dr. Hugo Kaufmann para eu poder ampliar a minha casa e fazer um puxadinho no lado do meu terreno...”

“Lolinha, têm anos que não pago o aforamento do meu terreno, pelo amor de Deus, peça a Dr. Hugo para ele renegociar a minha dívida...”

“Dona Lolinha, estou precisando de um recibo assinado, para poder fazer a escritura da minha casa. Será que a senhora pode providenciar esse documento lá no escritório de Dr. Hugo...”

Maria das Dores Santa-clara, conhecida como Lolinha, antiga empregada e agora aposentada da Fazenda Victória, passou boa parte da sua vida ouvindo essas frases. Nunca reclamou.

Por iniciativa dessa mulher guerreira, muita gente em Banco da Vitória tem uma casa para morar. Era ela quem pedia ao seu patrão, o dono das terras dessas redondezas, um pedaço de chão para um, uma nesga de terra para outro, para se construir uma moradia ou até mesmo, fazer um roçado.

Muitos dos pedintes e todos os atendidos, jamais viram os olhos azuis de Hugo Kaufmann e dos seus descendentes. Era Lolinha a porta-voz da nossa gente carente. Todos os pedidos da empregada dedicada foram atendidos pelo fazendeiro empreendedor e rico. Os Kaufmann poderiam chamá-la de “a mãe dos pobres do Banco da Vitória”.

Lolinha deve estar muito feliz quando ver as deslumbrantes casas que foram construídas, nos terrenos que ela anteriormente pediu ao seu antigo patrão. Deve ser ótimo sentir o prazer de saber que ela ajudou o desenvolvimento da nossa comunidade.

Infelizmente, muito dos atendidos por Lolinha já esqueceram os seus velhos pedidos. Mas a história do Banco da Vitória jamais esquecerá da participação dela, na edificação do nosso bairro.

Loulinha mora na Rua Xisto José Gomes, antiga Rua do Campo 2. Ali, nossa amiga continua exalando humildade e senso de cidadania. Até hoje continua do mesmo jeito: nunca deixa de ajudar quem lhe procurar.

Vida longa Lolinha. Muita saúde e paz.

Na foto, nossa amiga Lolinha e suas filhas Rita, Tati e Renata.