Por Roberto Carlos Rodrigues
Por Roberto Carlos Rodrigues |
Guilherme Xavier era um próspero comerciante de compra e venda de cacau em Banco da Vitória, Ilhéus BA. Sua família se estabeleceu na localidade no final do século XIX e era dona de um pequeno sítio que existia onde atualmente está localizado o posto de combustível, entre a margem da Rodovia Jorge Amado e a esquina da entrada da estrada de Maria Jape. |
O cidadão que dar nome a essa praça em Banco da Vitória, tinha no início do século XX, um armazém de compra e venda de cacau, localizado bem em frente ao atual Clube Social e seus familiares tinham grandes participações no comércio e na sociedade desse antigo povoado Ilheense. |
Antigamente a atual praça Guilherme Xavier se chamava Rua Beira Rio e era apenas uma extensão da atual Rua Dois de Julho. No início dessa rua havia uma bifurcação para a Trilha do Banco (caminho beirando o Rio Cachoeira que interligava o Banco da Vitória à Vila de Cachoeira) e outra estrada que seguia para a fazenda Victória, beirando o atual campo de futebol e depois a Travessa Oito de Dezembro). |
O atual traçado desse logradouro foi estabelecido no início do século XX, quando o Banco da Vitória era um dos maiores centros comerciais do Sul da Bahia. Nessa praça, havia no início do século XX, diversas empresas de compra e venda de cacau, bem como órgãos de coletoria de impostos, saúde, escolas, delegacia de polícia, pousadas e lojas de produtos agrícolas e do lar. |
No meio do século passado foram implantados nessa praça dois prédios históricos da localidade, sendo: a Sociedade de Melhoramentos de Banco da Vitória (Clube Social) e a igreja de Nossa Senhora da Conceição. |
Ao redor da praça Guilherme Xavier havia também uma grande feira, que nos anos 60 foi transferida para um grande galpão (erguido bem em frente a atual casa de dona Lia Araújo). Esse galpão era chamado de Barracão e por mais de 30 anos foi o local da segunda maior feira do munícipio de Ilhéus. Só perdia em porte para a feira da Avenida Dois de Julho, no centro da cidade. |
Onde reside a professora Nerilda Pereira existiu por mais de 60 anos uma pequena usina de geração de energia elétrica. Dos anos 50 até o início da década de 70 quem comandou essa usina foi Nestor Pereira da Cruz, o lendário Nestor Cotó. Essa usina foi desativada quando da instalação de energia elétrica distribuída pela Coelba. |
Nos anos 60 do século passado foi construído, (bem em frete ao atual Clube Social) um chafariz público. Esse prédio se chamava O Gomador (porque tinha um formato de ferro de passar roupas) e tinha com propósito trazer água da antiga represa do sopé da Mata da Rinha (atual Rua da Represa) até o centro do antigo distrito de Banco da Vitória. Devido vários problemas de vazamentos na tubulação de manilhas de barro, o chafariz foi desativado e depois demolido no início da década de setenta. |
Na década seguinte, outro chafariz público foi instalado nesse logradouro e dessa vez, sendo abastecido com água advinda da Represa do Iguape. Esse último chafariz funcionou por mais de 10 anos e estava localizado onde atualmente funciona o Módulo Policial. |
Na Praça Guilherme Xavier já funcionam os seguintes estabelecimentos e órgãos públicos: |
Loja e armazém de Seu Apolónio e Dona Menininha (pais de dona Lia);Venda de Dona Serafim,Delegacia de polícia,Posto telefônico,Consultório médico de Dr. José Moura Costa,Barbearia de Seu Faustino,Armazém de Raimundo Ribeiro,Bar A Zebrinha (de Josias Javier).Oficina mecânica de Nestor Cotó,Banca de Revista da Professora Gláucia,Cartório de Registro Civil com Funções Notarias, (Seu Zequinha);Escola Vovô Nestor,O Cinema de Banco da Vitória (que funcionava no clube social)Boite Glutes (de Dona Loura);Bar de Godó.Blitz Bar (de Jaia Melo),Bar de Iracema.Bar de Miraldo. |
Além desses icônicas referências locais, a Praça Guilherme Xavier foi reduto de dezenas de lendários moradores da nossa comunidade como: seu Cazeza Duarte, Nestor Pereira, Dona Bela, Milton Nunes, Raimundo Ribeiro e sua esposa dona Nalva, Josias Xavier e sua esposa dona Creusa, Seu Guilherme, Seu Faustino, Farrabufado e sua esposa, Seu Julho e sua esposa Doina Zizi, José Oliveira Nunes e sua esposa dona Enaura, seu Apolônio, dona Menininha, Seu Joaquim, Donília Serafim, Professor Chicão e Zilda Soares. |
Atualmente, vivem nesse logradouro verdadeiras lendas vivas da nossa comunidade. São muitos, graças a Deus. |
Contudo, a atual Praça Guilherme Xavier nada lembra o frenético e efervescente logradouro que era no final do século passado. |
Por certo, essa praça traz em cada pedra que cobre suas extensões, belas e memoráveis lembranças. |
Na verdade, a praça Guilherme Xavier não é o coração do bairro de Banco da Vitória. É sua alma. |