A necessidade constante de ser amado
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A necessidade constante de ser amado

Recentemente, li um livro chamado A vida invisível de Addie Larue, da escritora V. E. Schwab (cuidado com spoilers).

Sofia Breder
2 min
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Foto de David Herlianto no Pexels
Foto de David Herlianto no Pexels

Recentemente, li um livro chamado A vida invisível de Addie Larue, da escritora V. E. Schwab (cuidado com spoilers).

Nessa história, temos um personagem chamado Henry. Ele é um homem por volta dos seus 28 anos e, após ter seu pedido de casamento rejeitado pela namorada perfeita, ele passa por uma grande crise que o leva a tomar uma decisão muito séria. Ele faz um pacto no qual pede para ser amado por todos. Com isso, todo mundo que passa a ver o Henry, o enxerga como uma pessoa que ama, como algo que gosta muito ou alguém que traz uma lembrança feliz.

Claro que estamos falando de ficção com uma pitada de fantasia aqui, mas a escolha de Henry e o que ele passou depois disso me fez refletir muito sobre a nossa necessidade constante de aceitação e amor.

Mas não um amor saudável, aquele amor obsessivo e a ideia de que precisamos ser amados por todos que estão na nossa vida ou que passam por ela. E, o pior, para conseguir esse amor, precisamos abrir mão de quem somos, do que queremos, para agradar aos outros.

Em busca desse sentimento compulsivo, tentamos a todo momento basear nossas decisões de forma a agradar alguém. “Não posso escolher isso porque ciclano não vai gostar”. “Se tomar essa decisão, fulano vai ficar muito bravo comigo”. E assim criamos um ciclo vicioso imenso de agradar aos outros e minimizar cada vez mais as nossas vontades e os nossos sonhos.

O que acontece com o Henry? Bom, ele não fica nada feliz. Todo mundo o ama, o venera e gosta dele sem ele fazer o mínimo esforço, sem poder ser ele mesmo. E aí ele percebe que não sabe quem é mais e cogita desistir porque não aguenta mais viver assim.

Quanto do Henry tentamos ser diariamente?

A verdade é que só precisamos agradar uma pessoa. Aquela que nos olha no espelho diariamente. Viver para agradar quem está a nossa volta só irá culminar em um ciclo de infelicidade e falsa realidade. Um falso emprego, um falso lar, uma falsa viagem. Porque todas as decisões são baseadas em fazer os outros felizes, não a si mesmo.

Ficção ou não, é impossível agradar a todo mundo. Então, a melhor forma de viver satisfeito e sem arrependimentos, é buscar agradar a pessoa mais importante da sua vida e que sempre estará por perto, não importa aonde vá: você mesmo.