Recentemente, li um livro chamado A vida invisível de Addie Larue, da escritora V. E. Schwab (cuidado com spoilers).
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Recentemente, li um livro chamado A vida invisível de Addie Larue, da escritora V. E. Schwab (cuidado com spoilers). | ||
Nessa história, temos um personagem chamado Henry. Ele é um homem por volta dos seus 28 anos e, após ter seu pedido de casamento rejeitado pela namorada perfeita, ele passa por uma grande crise que o leva a tomar uma decisão muito séria. Ele faz um pacto no qual pede para ser amado por todos. Com isso, todo mundo que passa a ver o Henry, o enxerga como uma pessoa que ama, como algo que gosta muito ou alguém que traz uma lembrança feliz. | ||
Claro que estamos falando de ficção com uma pitada de fantasia aqui, mas a escolha de Henry e o que ele passou depois disso me fez refletir muito sobre a nossa necessidade constante de aceitação e amor. | ||
Mas não um amor saudável, aquele amor obsessivo e a ideia de que precisamos ser amados por todos que estão na nossa vida ou que passam por ela. E, o pior, para conseguir esse amor, precisamos abrir mão de quem somos, do que queremos, para agradar aos outros. | ||
Em busca desse sentimento compulsivo, tentamos a todo momento basear nossas decisões de forma a agradar alguém. “Não posso escolher isso porque ciclano não vai gostar”. “Se tomar essa decisão, fulano vai ficar muito bravo comigo”. E assim criamos um ciclo vicioso imenso de agradar aos outros e minimizar cada vez mais as nossas vontades e os nossos sonhos. | ||
O que acontece com o Henry? Bom, ele não fica nada feliz. Todo mundo o ama, o venera e gosta dele sem ele fazer o mínimo esforço, sem poder ser ele mesmo. E aí ele percebe que não sabe quem é mais e cogita desistir porque não aguenta mais viver assim. | ||
Quanto do Henry tentamos ser diariamente? | ||
A verdade é que só precisamos agradar uma pessoa. Aquela que nos olha no espelho diariamente. Viver para agradar quem está a nossa volta só irá culminar em um ciclo de infelicidade e falsa realidade. Um falso emprego, um falso lar, uma falsa viagem. Porque todas as decisões são baseadas em fazer os outros felizes, não a si mesmo. | ||
Ficção ou não, é impossível agradar a todo mundo. Então, a melhor forma de viver satisfeito e sem arrependimentos, é buscar agradar a pessoa mais importante da sua vida e que sempre estará por perto, não importa aonde vá: você mesmo. |