A vida invisível de Addie LaRue — V. E. Schwab

"Se uma pessoa é incapaz de deixar uma marca no mundo, será que existe?"

O que você estaria disposto a entregar para viver uma vida com liberdade? Pois essa é a história de Adeline LaRue, uma menina vivendo no interior da França no ano de 1698. Muito a frente do seu tempo, Addie quer conhecer o mundo, a vida e ter a oportunidade de desfrutar de tudo que ainda não conhece. Porém, essa não é a sua realidade. Incentivada pelo pai a desenhar e sonhar, ao chegar aos 20 anos, ela se depara com a realidade de precisar casar e formar uma família.

Porém, não é isso que deseja. E para driblar esse futuro, ela faz um pedido aos deuses que atendem após o sol se pôr e um deles a ouve. Só que o preço para tudo que ela pede é bem caro, custa a sua alma. E no auge do desespero, Addie aceita.

Corta para 2014, uma menina andando pelos parques, lojas e locais de Nova York sem ser reconhecida, lembrada por ninguém. Isso foi o que Adeline conquistou, uma vida longa (mais de 300 anos) sem ser lembrada por ninguém. Viveu momentos históricos, conheceu pessoas famosas e precisou lidar com Luc, o deus que concedeu o seu pacto e agora deseja a sua alma, por todo esse tempo, mas não cedeu. E com isso, viveu coisas incríveis, menos a chance de ser lembrada.

Até que em dia comum, dentro de um sebo repleto de histórias e livros incríveis, Henry se lembra de Addie e tudo que ela achava acreditar ou sonhar muda naquele instante, quando esse menino diz para ela: Eu me lembro de você.

Minha opinião sobre esse livro? Difícil descrever, mas vou tentar. Acho que o universo que a Schwab criou aqui é incrível. Adorei a construção dos personagens e como eles são complexos. Uma hora você os odeia e depois os ama. São imperfeitos e é incrível encontrar personagens assim porque nos identificamos com eles. A história também é fantástica e você se sente mergulhado nela, envolvido em todas as tramas. A única coisa que me deixou insatisfeita foi o final e como as coisas se desenrolaram nesse pedaço. Acho que o envolvimento da personagem com o causador do seu sofrimento foi meio sem lógica e uma forma forçada de vingança ou de fazer esses personagens se envolverem.

Tirando isso, adorei cada pedaço desse livro e tudo que ele me ensinou sobre o tempo, sobre lembranças, sobre viver o agora e como somos frágeis. Como devemos ser nós mesmos e nos entregar em cada oportunidade de sermos felizes. No final, é isso que mais importa.