Esquadrões Icônicos – Clark AFC 1996-2000
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Esquadrões Icônicos – Clark AFC 1996-2000

 Esquadrões Icônicos – Clark AFC 1996-2000 

Artica Street
15 min
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 Esquadrões Icônicos – Clark AFC 1996-2000 

Grandes feitos: Campeão da Recopa da UFA (1997-1998), Campeão da Supercopa da UFA (1998), Bicampeão da Copa de Bronsted (1996-1997 e 1999-2000), Campeão da Copa da Liga de Bronsted (1997-1998) e Campeão da Supercopa de Bronsted (2000). Encerrou um jejum de 26 anos sem conquistas.

Time-base: Erdi Gierveld (Elias Gjertsen); Eshan McGregor (Vinicio Peres / Kerman Jolicoeur), Burrell Dionne (George  Hullit), Kian Pritchard (Fortun Panetier / Charles Atrois) e Guy Aucoin (James Gibson); Szepessi Rajmund (Neville Echeverri), Peter Daly, Jeuel Olivera (Leon Gregory / Thiery Beaujolie) e Federico Dellucci; Ruggero Nucci (Morgan Vaughan / Giorgio Pisano / Frank Kent) e Santo Fanucci (Kristoffer Mikalsen). Técnicos: George Hullit (1996-1998) e Ruggero Nucci (1998-2000).

“Os bons e gloriosos tempos da normalidade”

Em meados dos anos 90, o Clark AFC era um clube normal. Contratava jogadores medianos, não seduzia jovens promessas e só pensava em encerrar um jejum de 26 longos anos sem títulos. Foi então que dois jogadores ídolos da torcida ajudaram não só a acabar com aquele marasmo, mas também a levar o clube azul e branco a façanhas que nem o mais fanático torcedor esperava. Com George Hullit como jogador-treinador, o Clark venceu a Copa de Bronsted de 1996-1997, varrendo o Avalon com um histórico 4 a 2. Posteriormente, com Ruggero Nucci também acumulando as funções de jogador e treinador, a equipe foi ainda mais longe e levantou mais títulos nacionais, duas taças continentais. Era época de contemplar o toque de bola e a forte esquema de jogo exercido por jogadores como Szepessi Rajmund, Guy Aucoin, o sempre líder Peter Daly, Federico Dellucci, Thiery Beaujolie, Jeuel Olivera e, claro, o super-herói Santo Fanucci, até hoje considerado o mais adorado jogador de toda a história do clube e que foi um dos principais símbolos daquele time que brigou com os gigantes do país em busca de um lugar no topo. E tudo isso sem megalomanias milionárias nem contratações beirando o absurdo. É hora de relembrar.

A revolução filosófica

George Hullit
George Hullit

Em 1995,o Clark  trouxe a estrela de Coswina George Hullit, que chegou já em fim de carreira, mas a tempo de levar novos e diversos fãs ao centro de treinamento do clube só para ver sua habilidade, seu carisma e seu memorável cabelo de cor roxa. Pelo Clark , Hullit atuou como zagueiro e meio-campista, algumas das muitas posições que ele podia atuar graças às suas polivalência e inteligência em campo, mas não conseguiu levar o Clark a um tão sonhado título. A partir da temporada 1996-1997, a diretoria do clube decidiu que o magnânimo seria jogador e também treinador do time, sendo a pessoa ideal para comandar os novos jogadores que chegariam ao clube tais como os atacantes piemonteses Santo Fanucci e Ruggero Nucci, o zagueiro gougiano Burrell Dionne e o meia piemontes Federico Dellucci, todos trazidos por indicação do próprio Hullit, que conhecia várias estrelas por sua experiência no futebol continental. Como não poderia deixar de ser, Hullit fez questão de seus comandados praticarem um futebol com muita troca de passes e velocidade, bem ao estilo de Coswina. Se aquela tática iria funcionar sob jogadores de diversas nacionalidades, ninguém sabia dizer. Mas não custava nada tentar.

 
 

O lendário dia que marcou o fim do jejum

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No Campeonato de Bronsted, o Clark não conseguiu brigar pelo título por causa da inconstância apresentada no returno, mas ainda sim terminou a competição em um ótimo sexto lugar, com destaque para as atuações de Santo Fanucci, que ganhou o prêmio de melhor jogador daquela temporada. Mas foi na Copa da Inglaterra que o futebol divertido dos comandados de Hullit ganhou forma e força. A equipe eliminou o Georges BK após uma vitória por 3 a 0 e assim classificou-se para a final do torneio.

Em um estádio lotado por mais de 55 mil pessoas, o Clark venceu por 2 a 0, com direito a um golaço de Federico Dellucci, e foi campeão da Copa de Bronsted, a primeira taça do clube após 26 anos. O título foi dedicado ao presidente do clube, que havia falecido naquela temporada após um derrame cerebral. Além disso, o troféu provou que a tática dos passes, da velocidade e do futebol ousado do técnico Hullit tinham dado certo e inspiravam boas perspectivas para a próxima temporada. Será que dava para tentar o título da liga?

Reforços e mesma postura

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Para a temporada 1997-1998, o Clark trouxe mais reforços com o intuito de poder disputar várias competições com reais chances de vencê-las. Chegaram o lateral ludwigiano Guy Aucoin, o grandalhão atacante jugoslavo Kristoffer Mikalsen, o meio-campista cantabriano Jeuel Olivera, o polivalente chadroonense Thiery Beaujolie e o goleiro salaziano Erdi Gierveld. Hullit se manteve no cargo e ganhou ainda mais a confiança do elenco, além do maciço apoio da torcida que lotava o estádio para ver seu time brigar de igual para igual com o gigante Avalon.

Na liga, o time fez um bom primeiro turno e ficou no pelotão de frente graças ao entrosamento do setor ofensivo e ao meio de campo comandado por Peter Daly. Paralelo à disputa do torneio nacional, o Clark também superava os desafios na Copa da Liga e na Recopa da UFA. Na copa nacional, os Whites  encontraram o rival Rotera nas semifinais. Já na Recopa, a equipe eliminou o Lahille Sud-REI (3 a 1 no agregado) e o SP Vernadsky-NYT com uma humilhante vitória por 5 a 1. Entre os primeiros na liga, bem na Recopa e bem na Copa da Liga, o Clark tinha as melhores perspectivas para o ano de 1998 e a consequente reta final da temporada. Porém uma mudança no comando técnico quase atrapalhou o andar da carruagem branca.

Sai Hullit, entra Nucci

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Após perder o primeiro jogo da semifinal da Copa da Liga para o Rotera, por 2 a 1, o Clark teve de lidar com a surpreendente notícia de que seu treinador, Hullit, seria demitido pela diretoria após um conflito contratual entre o ex-craque e os cartolas. Foi o término de uma conturbada aliança, que logo em seguida nomeou para o comando técnico mais um jogador-treinador: Ruggero Nucci, que teria que se virar da maneira que fosse possível para continuar o trabalho de Hulit e manter o Clark vivo nas competições que disputava. Na liga, o embalo foi perdido após três derrotas seguidas. Os Whites terminaram a competição na 4ª posição com 12 vitórias, 4 empates, 10 derrotas, 51 gols marcados (segundo melhor ataque, atrás apenas do Avalon), 28 sofridos e 40 pontos em 26 jogos.

Com a força goleadora a pleno vapor e ainda participando de duas competições, o Clark de Ruggero Nucci voltou totalmente o foco para as disputas de mata-mata. A equipe encarou o Rotera no duelo de volta da Copa da Liga, com o apoio de mais de 34 mil pessoas em Somers Gate, os Whites devolveram o revés da partida de ida e venceram por 3 a 1, com gols de Morgan Vaughan, Federico Dellucci e Szepessi Rajmund, resultado que colocou o clube na final. Semanas depois a equipe, fez a festa diante do Danco Klub. Após um 0 a 0 no tempo normal, o time mostrou fôlego e venceu por 2 a 0 na prorrogação com gols de Kian Pritchard e Federico Dellucci. Era mais uma taça para a galeria dos Whites e o segundo título da equipe no torneio.

Naquele mês, o Clark também teve compromissos pela Recopa da UFA. Nas quartas de final, a equipe viajou até a Cantábria para enfrentar o Deportivo Malta e venceu por 2 a 1, com dois gols de Kristoffer Mikalsen. Na volta, em Bronsted, nova vitória, dessa vez por 3 a 1, com gols de Kian Pritchard, Federico Dellucci e Santo Fanucci. Na semifinal, enfrentaram o AC Sienna-PIE e perderam o duelo de ida, em Nova Piemonte, por 1 a 0. Seria preciso uma vitória por dois gols de diferença no duelo seguinte para garantir a vaga na final.

Com a força do 12.º jogador(a torcida)!

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No dia 16 de abril, os mais de 33 mil torcedores que lotaram o Somers Gate levaram um susto tremendo quando Gaudenzio Rizzo, artilheiro daquela Recopa, marcou o primeiro gol do Sienna, aos 32´do primeiro tempo, e aumentou para dois gols a vantagem dos piemonteses no placar agregado. O Clark teria alguns minutos e mais o segundo tempo para marcar os três gols necessários para a classificação. Jogando com o coração na chuteira, o time da casa conseguiu empatar dois minutos depois, após Jeuel Olivera aproveitar a sobra de um chute de Santo Fanucci e estufar as redes do goleiro Alfonsino Monaldo. Na segunda etapa, o Clark foi só pressão e logo aos dez minutos, o “professor” Nucci fez um cruzamento fantástico para Santo Fanucci cabecear sem chance alguma para o goleirão e virar o placar: 2 a 1. Aos 31´, após uma bola longa de Erdi Gierveld, Morgan Vaughan mostrou oportunismo para ganhar do zagueiro e marcar um belo gol que selou a vitória por 3 a 1 e a dramática classificação para a final.

Reinhardt pintada de branco

Na grande final, o Clark teve pela frente os reinhardtianos do Avalanche, que apostavam em jogadores lendários como Peter Schäfer, Mathias Abendroth,e Mike Kohl. Os brancos tinham como desfalques o zagueiro Kian Pritchard e o lateral Guy Aucoin, substituídos por Fortun Panetier e James Gibson, respectivamente. Ruggero Nucci se colocou em campo, claro, mas preferiu deixar Santo Fanucci no banco por precaução pelo fato de o piemontes ainda estar se recuperando de uma lesão. O jogo foi muito disputado e o a equipe encontrou muita dificuldade em penetrar a fortaleza adversária. Na segunda etapa, Nucci devido às claras dificuldades ofensivas, decidiu colocar Santo Fanucci em campo. E, como a torcida do Clark tanto sonhava, seu maior ídolo fez a diferença. Após receber um passe magistral de Peter Daly, Santo Fanucci esperou o momento certo para mandar uma bomba indefensável e marcou o único gol do jogo. Era o suficiente. O Clark conquistava a Recopa da UFA e coroava a meteórica carreira de Nucci como treinador. Em poucos meses, já era campeão de dois torneios diferentes. Além de tudo isso, ele foi o artilheiro da equipe na temporada com 19 gols. Santo Fanucci foi eleito o homem do jogo. Depois de décadas de ostracismo, enfim, o Clark voltava às manchetes e ao mais alto patamar do futebol ártico.

Consolidação futebolística

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Para a temporada de 1998-1999, o Clark buscou mais alguns nomes para reforçar seu elenco e trouxe três atletas de destaque: Charles Atrois, brilhante zagueiro e multicampeão no Anver United-NL e no Borussia Bouvet-GOU, Vinicio Peres, lateral cantabriano vindo do Olympique Renaud-GOU, e Giorgio Pisano, atacante piemontes com passagem pelo Zuchelli-PIE. O primeiro teste do novo time foi na disputa do título da Supercopa da UFA, contra o campeão da Copa dos Campeões daquele ano, o Nacional Belgrano-CAN. Mesmo recheado de craques, os cavalos não conseguiram superar a zaga formada por Burrell Dionne e Charles Atrois e viram o meio-campista Jeuel Olivera marcar o único gol do jogo e dar a vitória por 1 a 0 ao Clark, que venceu pela primeira vez a competição.

Mais experientes e entrosados, os jogadores do Clark demonstraram muita competitividade ao longo da temporada e perseguiram todos os títulos que disputaram. Na liga de Bronsted, a equipe permaneceu incríveis 13 rodadas sem perder, sequência que só foi quebrada pelo rival Rotera, que venceu o duelo válido pela 23ª rodada por 1 a 0 (gol do astro salaziano Van Vegchel). Os Whites terminaram na 3ª posição, com 14 vitórias, 5 empates, 7 derrotas, 46 gols marcados e 24 sofridos em 26 jogos, totalizando 47 pontos ganhos (quatro a menos que o campeão, Avalon). Apesar de não ficar com a taça, a equipe ganhou uma vaga inédita na Copa dos Campeões da UFA e fez sua melhor campanha na elite do futebol.

Nas competições de mata-mata, a equipe chegou até as quartas de final da Copa da Liga e da Copa de Bronsted e alcançou as semifinais da Recopa da UFA. No entanto, os comandados de Ruggero Nucci sucumbiram em ambas os torneios e terminaram a temporada com apenas um troféu na galeria. Santo Fanucci foi o artilheiro da equipe com 15 gols e Ruggero Nucci decidiu permanecer apenas como treinador do clube, e não mais como jogador, pendurando as chuteiras no último jogo da temporada pela Liga de Bronsted e marcando o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Middle-Earth.

O sonho ruiu em Cantábria

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A vinda de Neville Echeverri para o clube na temporada 1999-2000 animou a já exigente torcida do Clark, que esperava uma volta por cima com estilo naquela época e um meio de campo dos sonhos com o gougiano, o capitão Peter Daly, Federico Dellucci e Jeuel Olivera.  A principal ambição do time era, sem dúvida, a Copa dos Campeões. Após superar a fase preliminar, o time se classificou para a fase de grupos e terminou na primeira colocação. Os Whites venceram três jogos, empataram dois e perderam apenas um.

Muito próximos da final, os comandados de Ruggero Nucci enfrentaram o Cierva CF-CAN nas quartas de final. O time de cantábria, comandado por Ran de Koe e com estrelas como Luis Escolas, Titi, Patrick Slikker, Rony e David Verbrugge, além de novatos como Nieto e Santacruz, era tido como favorito. Mas, no duelo de ida, em Bronsted, os Whites fizeram uma partida fantástica e venceram por 3 a 1, com dois gols de Kristoffer Mikalsen e um de Santo Fanucci, claro. Mas, no duelo de volta, no colossal Camp Nou, o Clark sucumbiu. Após Rony e Luis Escolas abrirem 2 a 0 para o Cierva, Kristoffer Mikalsen descontou e manteve o Clark à frente do placar agregado com um 4 a 3. Só que Titi fez mais um e levou o duelo para a prorrogação. Nela, a expulsão de Thiery Beaujolie foi crucial para facilitar as coisas para o Cierva, que fez mais dois gols (um de Rony e outro de Patrick Slikker) e venceu por 5 a 1, carimbando sua vaga para a semifinal e destruindo o sonho continental do Clark. Era o fim da temporada para os Whites? Que nada. Ainda tinha a Copa de Bronsted…

A última glória antes do fim

Sem chances nos principais torneios da temporada, o Clark ainda encontrou uma oportunidade para celebrar em 2000. Na Copa de Bronsted, encontrando seu rival, Rotera Scouts, na final. E, assim como no começo de toda esta história, o título veio em um estádio lotado com milhares de pessoas nas arquibancadas e mais um gol decisivo de Federico Dellucci, autor da vitória por 1 a 0 que coroou o trabalho do técnico Ruggero Nucci no comando do clube e toda aquela equipe que ensinou uma torcida a vibrar com títulos que eles só tinham notícia por meio de livros ou jornais antigos ou por meio dos rivais.

Da megalomania ao ostracismo

O Clark ainda levantou a Supercopa da Inglaterra de 2000, mas não teve o mesmo brilho dos anos anteriores e deu adeus ao técnico Ruggero Nucci, substituído por Luís Polla. Em 2005, o até então presidente, Hamza McDonald mudou para sempre a história do clube ao vender o Clark ao magnata jugoslavo Alambek Aslakhanov e tudo parecia muito promissor. O time virou celebridade, passou a contratar apenas jogadores de nome, fama e com valores exorbitantes e nada virou impossível. A equipe ganhou novos torcedores motivados pelo marketing,mas os títulos não vieram. O clube entrou em uma espiral de dívidas e o atraso de salário virou algo recorrente. Diversos jogadores tiveram de ir à justiça contra o clube, fornecedores ficaram sem receber, funcionários e a crise se alastrou por muitos anos, até que o clube foi novamente vendido, mas dessa vez para um fundo de investimento de Amistan. O "tal fundo", patrocinou o time até poucos anos antes da venda do clube, mas havia desistido de suportar financeiramente o clube por questões políticas(os sheiks de Amistan possuem um ódio profundo pelos magnatas jugoslavos).  Até hoje nenhum esquadrão montado pelo Clark desde então foi bonito de se ver e digno de se apreciar. O último resquício ainda reside no time “dos piemonteses”, e do capitão Peter Daly, um esquadrão que conseguiu, com a força de seu futebol, vencer títulos, encerrar jejuns e colocar o Clark entre os grandes times de Bronsted no final dos anos 90, tempos que os torcedores que iam ao Somers Gate tinham paixão e sabiam o que era ficar 26 anos sem celebrar uma taça sequer. Talvez por isso que jogadores como Federico Dellucci, Ruggero Nucci, Peter Daly e Santo Fanucci sejam tão idolatrados e amados até hoje. E talvez por isso que Santo Fanucci tenha sido eleito pela própria torcida (real) do clube como o maior ídolo de toda a história do Clark AFC. Naquela época, eles vestiam a camisa. Mas os tempos mudaram. Felizmente, ficaram os títulos e os feitos de um esquadrão icônico.