A pior das igualdades

Não deve fazer muito tempo que você ouviu alguém falando em “igualdade”.

Esse termo não tem somente um significado. Há diversos tipos de igualdade, apesar de, na maioria das vezes, as pessoas ignorarem esse fato.

Tem a ‘igualdade perante à lei’, ou seja, todos serem considerados iguais diante da lei, sem qualquer distinção. Tem a ‘igualdade de oportunidades’, ou seja, todos terem as mesmas oportunidades para obterem sucesso na vida. E ainda tem a ‘igualdade social’, que diz respeito a classes da sociedade.

Vamos abordar só a ‘social’, que, pra mim, é a única dentre as três que gera um debate político interessante, diferentemente das outras, que são um pouco mais óbvias e menos “discutíveis”.

Bom, essa igualdade prevê que independentemente dos obstáculos e das superações de cada indivíduo, todos devem ter as mesmas condições de vida e pertencer à uma mesma classe social. Independentemente dos esforços e dos resultados de cada um, todos devem ter a mesma renda, os mesmos ganhos.

Não à toa, ela é um dos pilares da ideologia comunista. “Todos igualmente iguais”.

É uma ameaça a qualquer sociedade. Uma ameaça à liberdade, à vida e às escolhas de cada um.

Vamos exemplificar...

Imagina um homem que tem dois filhos: uma menina e um menino. Eles estão na idade que se começa a lidar com dinheiro. Ele, então, decide educá-los financeiramente.

A renda que separou para isso foi de 40 reais semanais, mas ele quer mostrar aos dois que dinheiro não vem de mão beijada. Assim, eles teriam que fazer as tarefas de limpeza da casa.

Ele diz a seus filhos que eles precisam trabalhar por duas horas no período da manhã. A garota nas segundas e quartas, enquanto o garoto nas terças e quintas.

No primeiro dia, a garota fez seu trabalho, exatamente como o combinado: começou no horário e fez todas as tarefas pré determinadas.

No segundo dia, era a vez do garoto. Ele enrolou pra fazer sua função e acabou fazendo só metade daquilo que precisava.

No dia seguinte, então, a irmã decidiu chegar mais cedo pra fazer não só o que precisava, mas também o que estava atrasado por conta de seu irmão. Trabalhou quase que dobrado.

Na quinta, ele acordou atrasado, enrolou mais uma vez e não fez o que tinha pra fazer.

Na sexta, era o dia de receber o dinheiro referente àquela semana. A filha esperava ser melhor recompensada que o irmão, claro, pois ela havia trabalhado muito mais.

O pai os chamou e dividiu igualmente aqueles 40 reais: 20 pra cada um.

Ela, revoltada, disse ser um absurdo aquilo ali.

O pai, cometendo um de seus maiores erros, disse que seria injusto um ganhar mais que o outro.

Na semana seguinte, aconteceu o óbvio: nenhum dos dois fez o que tinha que fazer.

O menino porque viu que não precisava se esforçar para ganhar o dinheiro. A menina pois viu que trabalhando ou não, ganharia a mesma coisa que o irmão.

O pai pagou o preço.

Passou a pagar por um serviço que não será mais feito e ainda vai ter que tirar um tempo pra limpar a casa sozinho.

Merecido.

Talvez agora aprenda que tentar impor uma igualdade de renda pra todos, ignorando o quanto de esforço cada um teve, é a forma mais clara de desestimular aqueles que se esforçam para alcançar seus objetivos.

Talvez agora perceba que essa é a forma mais clara de tirar todo o valor do trabalho.

Não à toa, a igualdade social é um paraíso pros vagabundos, um inferno pros trabalhadores e uma ameaça à liberdade.