O sistema de educação é completamente ultrapassado. Por isso devemos buscar "Menos fórmular. Mais conhecimento."
Desse papo de pandemia a galera já tá meio de saco cheio… Não por maldade, mas cansa mesmo. A gente sabe que tudo isso é fora do normal e que é preciso tomar cuidado e tal. | ||
Mas e aí? Você provavelmente tá em casa, e já deve ter parado pra pensar no que tudo isso vai resultar. E o “pós-pandemia”? Já até virou meio clichê esse termo. | ||
Enfim. | ||
Quando a gente olha pra história em geral, podemos ver que quase toda crise, guerra etc. gera mudanças drásticas em regiões, países ou no mundo todo. E é provável que não seja diferente… | ||
Mas isso é bom ou ruim? Não dá pra gente afirmar nada, mas imagino que bom. Por quê? | ||
Nos últimos 20 anos o mundo vem passando por uma inovação tecnológica absurda. Isso todo mundo sabe, ou ao menos tem uma noção. | ||
O problema é que tem muita coisa que ficou parada no tempo. E eu não tô falando do disco de vinil ou das locadoras de filme… Isso tudo “parou no tempo” porque outras coisas os substituíram. | ||
O que ficou parado no tempo, e que é realmente um problema pra todos nós, é o sistema de educação. | ||
Tirando todos problemas que tem por conta, principalmente, dos políticos corruptos decidindo pra onde vai nosso dinheiro (e muitas vezes vai pro bolso deles), ainda assim temos questões graves na educação do Brasil. | ||
E isso tem relação direta com a pandemia e com o fato de estarmos de quarentena... | ||
Era uma sexta, e decretaram que as escolas fechariam. Se passaram duas semanas (as férias de meio do ano antecipadas), e era nítido que estávamos bem longe do pico. | ||
Beleza. Aulas online então. É o jeito... mas calma. Que ironia: logo onde não se podia usar celular, agora dependíamos dele para ter aula. E aí está o ponto. | ||
Como assim estamos estudando por uma tela, com acesso à internet? Fazendo provas que todas as respostas estão simplesmente ao abrir uma nova guia e pesquisar num tal de “Google”? | ||
Pois é. Vai dizer que nunca ouviu que... “tem tudo no Google”? E mais que isso. Todos nós temos acesso a ele. A qualquer momento. Para qualquer dúvida. | ||
Desde uma receita de bolo, passando por um artigo sobre o ultrapassado sistema de educação, até — pasmem — a resposta da sua prova. | ||
E o que a escola faz? “Desligue o celular agora!” | ||
Claro... estamos num modelo do século passado, quando ela era uma das poucas, senão a única fonte de informação para os jovens. Hoje, a internet tem infinitas vezes mais conteúdo do que qualquer outra fonte. Mas a escola insiste em fazer o que sempre fez: jogar informação pros alunos absorverem. | ||
Não à toa, temos a melhor ferramenta do mundo nas mãos, mas somos proibidos de usá-la. | ||
Os celulares não são uma ameaça à educação. A escola faz a gente vê-los como se fossem, pois eles substituem boa parte da função dela. | ||
Eles são a principal fonte de conhecimento. Tudo que você quiser saber… bom, “tem no Google”. | ||
Insisto, hoje estamos antenados a todo momento. Como que aprendendo não vamos estar? | ||
Não vou dizer que, agora, todos temos que estudar pelos celulares e computadores e que aula online é perfeito. | ||
Aprender pela internet é apenas mais uma forma de estudo. | ||
O ambiente da escola, os amigos, os professores, o corredor, a altinha do recreio… Tudo isso é importante. A gente tá sentindo na pele durante a quarentena. As relações da sala de aula são fundamentais. E a escola precisa usar isso a seu favor. Relações: é o diferencial dela. | ||
Contudo, devemos repensar tanto nas restrições que são feitas a nós enquanto estamos nela quanto no formato do sistema que estamos inseridos. | ||
Esse modelo de aula à distância implementado "à força" tem mostrado que já passou da hora de aceitarmos a tecnologia como a nova realidade global. | ||
Não bastam questões simples e objetivas. Pra elas, o Google tem a resposta. | ||
Estudamos - ou melhor, decoramos - para sermos avaliados. | ||
Assim, nos preparamos para fazer o tal do "exame final". | ||
Você se mete numa sala, onde está todo mundo nervoso, pra ver quem que decorou mais fórmulas através da quantidade de alternativas corretas que são marcadas. | ||
São formados alunos que aprendem a decorar, mas que não aprendem a formar uma opinião. | ||
Elabore questões mais difíceis. Não com os mais complicados cálculos matemáticos, mas sim as que nos farão realmente pensar. | ||
Nos faça saber pesquisar e relatar a nossa reflexão, e não apenas marcar a opção correta. | ||
Nos coloque em hipotéticas situações de risco, de instabilidade e nos faça pensar em como poderíamos sair delas da melhor forma possível. | ||
Nos faça saber trabalhar com outras pessoas, aceitar opiniões diferentes, e saber defender a nossa. | ||
Menos teoria. Mais experiência. | ||
Menos fórmulas. Mais conhecimento. | ||
Bruno Costa |