Porque Parei de Fazer Networking

Porque Parei de Fazer Networking

Interagir a qualquer custo vale a pena?

Fique calmo pois não pretendo fugir para o Alasca e me isolar do mundo assim como Christopher McCandless no filme Na Natureza Selvagem, e muito menos te convencer a fazer o mesmo. Também não estou dizendo que trocar idéias e conhecer pessoas diferentes é algo ruim, mas recentemente tive uma experiência que me fez refletir sobre esse lance todo de Networking.

Podemos dizer que sou um “entusiasta do empreendedorismo”. Entusiasta apenas, pois não conquistei grandes coisas no mundo empresarial ou coloquei idéias brilhantes e inovadoras em prática e muito menos levantei milhões em investimento para o meu negócio. Entusiasta porque empreender exige uma atividade que muito me atrai: Refletir.

Uma vez ouvi de um líder religioso:

‘Se Deus não quisesse de nós algum tipo de reflexão Ele não teria deixado a Bíblia no formato de um livro”.

Deus já sabia desde o início que teríamos de refletir em algum ponto de nossa vida. E creio que por isso o empreendedorismo me atrai tanto.

A medida que você se envolve com o tema empreender percebe que desenvolver bons relacionamentos é fundamental nesse meio. Seja para aprender ou ensinar algo novo, encurtar caminhos e até encontrar um possível sócio. Essa troca existe, é comum e saudável. O networking faz parte do ecossistema empreendedor.

Networking Online

As redes sociais formam outro canal importante para se compartilhar conhecimento e o próprio Medium é um bom exemplo. Temos também Linkedin, Instagram, BeerOrCoffee e mais recentemente aceitei entrar em grupos do Whats App com esse objetivo.

Participo de uma “mini comunidade” de empreendedores de Belo Horizonte que funciona. Pessoas de bem, cada uma com seu negócio, buscando aprender e dispostos a ensinar. Esse é o objetivo! Ou deveria ser pelo menos.

Como esta experiência deu certo me aventurei a participar de outra, relacionada à minha área de atuação. Não durei 2 dias.

Logo após um dos membros contar sobre uma iniciativa que ele teve (por sinal ótima) os outros membros, como esperado, responderam:

-“Parabéns, boa iniciativa!”
-“Gostei, agradeço a ajuda”
-“Show!”

Creio que não passaram de 5 ou 6 mensagens de agradecimento quando outro membro do grupo envia alguns minutos depois:

-“Parem de enviar ‘show’, ‘que bom’, ‘palmas’ porque a gente acha que o grupo está cheio de coisas novas e quando olhamos é apenas agradecimentos… não precisa disso!”

Talvez alguns vão concordar e dizer “é verdade, quem fica mandando palma é muito chato”. Tudo bem, às vezes pode ser inconveniente mas esse não é o ponto.

A pergunta é: já não estamos cansados de falta de bondade e educação hoje em dia?

O mercado imita a vida. Veja o sucesso do TripAdvisor, Yelp, Reclame Aqui. Observe o consumidor 3.0, mais reivindicativo. O Customer Success a cada dia está mais enraizado na maneira de fazer negócios. O Emotional Branding e tantos outros casos são exemplos da urgência pela empatia.

Não aguentamos mais uma resposta torta ou um serviço ruim. E se alguém o fizer, eu preciso de um canal que me escute para que eu alerte outras pessoas e ninguém mais precise passar pelo que passei. O responsável precisa lidar com as consequências dos seus atos. Antes tínhamos que nos encolher pois ninguém nos ouvia, mas agora não.

Esse é o sentimento de hoje.

Estar em um grupo apenas para sugar as vagas que aparecem por lá ou para “lacrar” comentários que apenas você se sentirá bem em fazê-los, isso não é newtorking e ai voltamos ao que me atrai no empreendedorismo: reflexão.

Reflita antes de falar e antes de digitar. Reflita se irá ofender alguém. Reflita sobre a sua imagem após um comentário. Reflita!

Eu não parei de fato de “fazer networking”. Eu parei foi de interagir a qualquer custo.

“O falar amável é árvore de vida, mas o falar enganoso esmaga o espírito” — Pv 15:4

Lincoln Ferraz

By Lincoln Ferraz on June 27, 2017.