O termo “jogo” vem do latim “jocus” que significa brincadeira. Desse modo, o jogo nada mais é que uma atividade física ou intelectual formada por um conjunto de regras, que define um indivíduo ou um grupo como vencedor e o outro como perdedor...
O termo “jogo” vem do latim “jocus” que significa brincadeira. Desse modo, o jogo nada mais é que uma atividade física ou intelectual formada por um conjunto de regras, que define um indivíduo ou um grupo como vencedor e o outro como perdedor. | ||
Na atualidade, conhecemos principalmente dois tipos de jogos, aqueles tradicionais de videogame (console), que são jogados por um jogador (ou dois) e que geralmente envolve um objetivo e uma missão clara, o outro tipo está associado a jogos multiplayer online, que costumam ser jogado com outras pessoas. Isso faz com que o indivíduo construa um relacionamento com outros jogadores online, até mesmo como uma fuga da realidade. | ||
É claro que designers e programadores criam jogos no intuito de que sejam mais desafiadores e também para manter os jogadores ligados, mas por que os jogos são tão viciantes? Acredito que muitos aqui, que gostam de jogos e estão lendo esse artigo, já devem ter ouvido falar sobre gamificação, que consiste no uso de técnicas de design de jogos utilizando mecânicas e pensamentos para enriquecer contextos diversos. E não é atoa que essa abordagem é utilizada para promover engajamento. | ||
Essas técnicas e abordagens aplicadas em jogos, tem o papel imprescindível para tornar os jogos tão viciantes. Existem vários recursos populares para exemplificar a aplicação desses conceitos, nesse artigo, vou citar 5 desses recursos. | ||
O primeiro deles são medidores de progresso, que consiste na ideia de mostrar a evolução do jogador em um determinado contexto. Saber sua evolução funciona como uma auto-recompensa, e muito além disso, o jogador tem a visão de quanto ainda pode evoluir, o que gera um certo desejo/curiosidade extremamente poderoso para o engajamento. | ||
As conquistas, comumente chamadas de achievements, são uma maneira de dar ao seu jogador um prêmio por concluir alguma tarefa. Esse simples mecanismo de recompensa proporciona esse sentimento gratificante de conquista e satisfação. A verdade é que na vida não temos feedbacks constantes dos nossos avanços e quando trazemos isso para o universo dos jogos, essa questão lúdica acaba ganhando ainda mais poder. Quão bom é sentar em seu sofá depois de um dia exaustivo no trabalho e ganhar uma recompensa no seu jogo favorito? Prazeres pequenos, porém engajantes. | ||
Quando levamos isso ao caráter social, que muitos jogos possuem hoje, também existe um apelo acumulador acerca dessas conquistas. Instigar a competição entre os jogadores, para que gere o sentimento de ser melhor do que o outro. Pode parecer vaidade, mas é realmente isso (risos)! Em defesa dos jogos é preciso lembrar que a competição é algo que está na nossa sociedade como um todo. | ||
Na verdade, os rankings são um bom exemplo de instigar a competição e o replay daquela fase. Através dele, temos uma representação visual dessa competitividade, e isso estimula os jogadores a se esforçarem mais para ultrapassarem uns aos outros. Se pensarmos dessa forma então, temos um ciclo sem fim, totalmente viciante. | ||
O caráter social também nos levou a um desejo consumista que foi incorporado pelos jogos, através das moedas próprias. O jogo se torna um universo paralelo, reproduzindo algo que gera muito prazer em nossa sociedade capitalista, comprar e adquirir itens. Muitos jogos usam desse recurso para promover o desejo e fazer com que jogadores passem cada vez mais tempo jogando e gastem cada vez mais em recursos. | ||
Outro fator muito importante, e o último que vamos citar nesse artigo, é o balanceamento. Um jogo desafiador, mas que tenha um level design fluido, é com certeza um jogo que conseguirá fazer com que seus jogadores se sintam ao mesmo tempo desafiados e capazes de superar esses desafios. Balancear e trazer equilíbrio é fundamental quando falamos em experiência de jogo. | ||
É incrível pensar em quantos detalhes foram minimamente pensados para que os jogadores passem cada vez mais tempo vivendo essas experiências. A Belitsoft, que é uma empresa de desenvolvimento de software da Rússia, diz que o investimento pago em engajamento é proporcional à satisfação do cliente. Um bom jogo, muito além de lucratividade, está sempre focado em proporcionar uma experiência lúdica diferenciada e ter a atenção dos jogadores. E é em busca da sua atenção que muitas empresas de jogos investem pesado coletando e analisando dados para criar jogos cada vez mais viciantes e imersivos. |