Alalaô no Vale da Morte

Inspirado pelos filmes natalianos, muita gente que mora no Brasil deve imaginar que o clima nos Estados Unidos e no Canadá é sempre frio.

Um eterno Esqueceram de Mim com neve o ano todo. Afinal, o Brasil é o País Tropical abençoada por Deus, como imortalizou Jorge Ben Jor.

De fato, o inverno por aqui é muito mais rigoroso com temperaturas negativas que fazem a alegria da criançada com seus bonecos de gelo e dos corajosos esquiadores. 

Só que por essas bandas, estamos no verão. E não é um simples verão, daqueles para tirar o amarelo escritório e bronzear a pele.

É a época mais quente da história dos Estados Unidos e do Canadá com termômetros batendo recordes.  

Em lugares como o deserto do Arizona e o singelo Vale da Morte na Califórnia, as temperaturas têm passado diariamente dos 50 graus. 

Estava em Phoenix, na quinta-feira passada, e às oito da noite, o termômetro apontava 46 graus. É sufocante! Não dá para ficar ao ar livre.

Normalmente essas regiões costumam ser quentes todos os anos. Mas não dessa forma.

Esse verão também está mais severo em áreas do Canadá, da Columbia Britânica, e estados americanos, como Oregon, onde as máximas não costumavam ser tão altas.

Autoridades falam em centenas de mortes provocadas pelas sucessivas ondas nos dois países, num verão que ainda está longe de terminar.

A situação se agrava com as incêndios que devastam enormes regiões da Costa Oeste americana, pondo em risco não só as pessoas, mas a vegetação e os animais que vivem por lá.

Os cientistas são unânimes em dizer que o aquecimento global é uma realidade e que a temperatura tem aumentado ano a ano. 

O mundo parou e se uniu para enfrentar a pandemia de coronavírus. Apesar de milhares de perdas, a humanidade vai sobreviver.

Se não fizer o mesmo e encarar com a urgência que merece, os efeitos das mudanças climáticas só vão piorar.

Com o risco, de não ter nem clima para pular o carnaval cantando que ia atravessar o Deserto do Saara.