Pena de morte; escapando por um triz
35
0

Pena de morte; escapando por um triz

Como nos filmes, uma decisão em cima da hora evitou a execução de um homem condenado a morte em Oklahoma. Um crime cometido em 1999 mobilizou  os Estados Unidos. Aos 19 anos, Julius Jones foi preso acusado de matar um empresário a tiros. O ré...

Eduardo Barão
3 min
35
0

Como nos filmes, uma decisão em cima da hora evitou a execução de um homem condenado a morte em Oklahoma. Um crime cometido em 1999 mobilizou  os Estados Unidos. Aos 19 anos, Julius Jones foi preso acusado de matar um empresário a tiros. O réu,  que sempre alegou inocência,  foi condenado à morte e passou as últimas duas décadas atrás das grades, à espera da injeção letal.

O caso caiu no esquecimento. Até que um documentário produzido pela atriz Viola Davis em 2018 revelou uma série de falhas durante as investigações. Desde então, figuras do entretenimento, como a socialite Kim Kardashian e o comediante James Corden, iniciaram uma campanha para execução de Jones. Os atuais advogados de defesa argumentam que a equipe que cuidou do caso à época era inexperiente, que o júri foi preconceituoso, e que Jones foi vítima de uma armação feita pelo verdadeiro assassino.

Manifestantes pedem o fim da pena de morte
Manifestantes pedem o fim da pena de morte

Faltando apenas três horas para execução, o governador Kevin Stit do Partido Republicano, ouviu os protestos e livrou Jones da injeção letal, trocando a pena por prisão perpétua. Apesar de ter aliviado a sentença, o governador não concedeu a Jones a chance de pedir liberdade condicional no futuro.

John Marion Grant de 60 anos de idade foi um dos últimos presos a ser executado nos Estados Unidos. Condenado a uma sentença de 130 anos por assaltos à mão armada e pelo homicídio de uma refém esfaqueada em 1999, Grant recebeu a injeção letal em Oklahoma. O Estado é um dos 27 do País que tem a pena de morte na sua lei. Mas em três deles; Oregon, Pensilvânia e Califórnia, os condenados ficam no corredor da morte e a penas não estão mais sendo executadas.  

Após o pior da pandemia ter passado, as punições capitais foram retomadas. 

Diferente do que ocorre no Brasil, por aqui, cada Estado tem sua própria legislação. Normalmente são condenados a morte aqueles que mataram, mas os critérios variam demais. Contam por exemplo se houve violência, se foi praticado em policiais ou crianças ou ainda se foi um ato terrorista. 

O número de condenados executados tem despencado. Em média, o preso fica detido quase 20 anos antes de receber a injeção letal. Muitos acabam morrendo antes ou conseguem ter sua sentença anulada. 

O Texas lidera o ranking de execuções, foram 563, seguido pela Virgínia com 113 desde 1976, data que marca a retomada da punição capital após decisão da Suprema Corte do País. Mas recentemente o governo da Virgínia decidiu abolir a pena de morte, se tornando o vigésimo terceiro não ter mais execuções. Ou seja, mais uma vez o país está dividido. 23 estados não têm pena de morte. 27 têm, mas desses 3 não praticam.