A VIDA DA IGREJA NOS ENRIQUECE
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A VIDA DA IGREJA NOS ENRIQUECE

A verdadeira adoração opera essa riqueza em nossas vidas e aprendemos a verdadeira adoração com Cristo. Então, tal aprendizado se desenvolve e se expande na vida da igreja, que é seu corpo.

Daniele
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Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã. E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo. E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão. Gn 14:14-23.

Nesta passagem aparece uma figura intrigante: o rei e sacerdote Melquisedeque. Digo intrigante porque tanto o salmista Davi (Sl 110) quanto o escritor aos Hebreus (caps 5, 6 e 7) apresentam o seu sacerdócio como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo. Ele é chamado pelo escritor aos Hebreus de rei de paz e rei de justiça. É, portanto, alguém que, pela tipologia, representa a Cristo. Sendo assim, o resultado de seu encontro com Abrão tem muito a nos ensinar.

Abrão se envolveu no conflito dos quatro reis contra cinco para salvar a Ló, filho de seu irmão falecido. Pois ele havia sido levado cativo pelos reis vitoriosos. Abrão, foi atrás deles, os venceu e voltou com os despojos. No caminho de volta, Melquisedeque, que não tinha nada a ver com a batalha (pois Salém não estava envolvida no conflito), foi ao seu encontro e o abençoou. Ambos celebraram juntos, pois o rei-sacerdote trouxera pão e vinho, e Abrão lhe deu o dízimo de tudo o que possuía e não dos despojos que tomara, pois os restituiu integralmente aos reis. Mas, apesar de não ter ficado com sequer uma correia de sapato dos despojos e de ter entregado dez por cento de tudo o que possuía para Melquisedeque, Abrão saiu daquela guerra infinitamente mais rico do que entrou, pois seu encontro com o rei de Salém deu um “upgrade” em sua vida.

Desde o capítulo 12 de Gênesis que Deus se manifestava a Abrão e este lhe obedecia. No entanto, não notamos uma intimidade de relacionamento. Nos capítulos 12 e 13 vemos Deus falando com ele, mas não vemos ele se dirigindo a Deus. Aparentemente não havia um diálogo entre os dois, pois Abrão nem sequer sabia como se referir a Deus. Isso muda a partir de seu encontro com Melquisedeque. Abrão aprende com ele a nomear os atributos de Deus, ele está acima de tudo, ele é Altíssimo e ele é o Possuidor dos céus e da Terra. Abrão aprende a adorar com alguém cujo ofício sacerdotal consistia exatamente nisso.

Assim, após se encontrar com Melquisedeque, quando o rei de Sodoma lhe vem ao encontro, Abrão faz questão de mostrar-lhe que sua prosperidade estava ligada ao seu relacionamento com o Possuidor dos céus e da terra e não com o acúmulo de bens que um acordo político poderia lhe proporcionar. Aceitar a oferta do rei de Sodoma estabeleceria uma ligação entre ele e o sistema corrupto e pecador daquele reino. Após ter adorado ao Senhor junto com o rei de Salém, Abrão estava tão plenamente enriquecido que, além de desprezar a riqueza material que estava a seu dispor por ele ter vencido a guerra, ainda fez questão de testemunhar acerca do Deus verdadeiro para quem não O conhecia. A verdadeira adoração opera essa riqueza em nossas vidas e aprendemos a verdadeira adoração com Cristo. Então, tal aprendizado se desenvolve e se expande na vida da igreja, que é seu corpo. Se eu gosto de ficar aleluiada, nada vai me deixar mais aleluiada do que essa vivência.

Oração: Pai santo, neste acontecimento da vida de Abrão eu percebo a tua providência de enviar alguém para auxiliá-lo na caminhada contigo e percebo o quanto isso foi importante. O relacionamento entre irmãos que se relacionam contigo é algo que enriquece. Somos todos membros do corpo de Cristo e nos enriquecemos uns aos outros na vida da igreja: no celebrarmos juntos, na comunhão, no intercedermos uns pelos outros, ajudarmos uns aos outros, dizermos a verdade em amor uns para os outros. Te peço que nunca permitas que eu deixe passar batido a riqueza do relacionamento do corpo de Cristo e me concedas sempre contribuir para ela segundo a medida de graça que repartiste sobre a minha vida. É o que te peço e te agradeço, em nome de Jesus. Amém.